sexta-feira, 29 de março de 2024

Nuno Nabian: “COMUNIDADE INTERNACIONAL CONHECE AS PESSOAS QUE VENDEM DROGA (Dambacatam) NA GUINÉ-BISSAU”

O líder da Assembleia do Povo Unido – Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB), Nuno Gomes Nabian, afirmou que a comunidade internacional conhece muito bem as pessoas que vendem drogas na Guiné-Bissau, enfatizando que estragaram o nome dos militares em como traficam drogas no país, mas a comunidade internacional sabe realmente quem são estas pessoas que traficam estupefacientes no país, “é muita pena porque não estão a reagir para sancionar os traficantes de droga”.

“Em Bissorã, fiz a denúncia da existência de muita droga no país e as pessoas disseram que iriam levar-me ao tribunal. Fiquei à espera para me levarem ao tribunal para provar a minha denúncia, porque sou um cidadão normal como qualquer outro. Quem não sabe que uma visão desembarcou droga aqui e que a Polícia Judiciária abriu um inquérito sobre este acontecimento? Onde foi parar aquela droga…? Levantaram-se aqui e deram uma semana às autoridades para descobrir a existência ou não de drogas no país.

Eu não acusei o ministério do Interior ou a Presidência da República de vender drogas, mas as pessoas devem lembrar que fui primeiro-ministro durante três anos e seis meses”, disse o político, afirmando que a comunidade internacional conhece muito bem as pessoas que fazem negócios do tráfico de drogas na Guiné-Bissau.

Nabian fez estas afirmações na sua comunicação na cerimónia de assinatura do acordo político para a criação do Fórum para a Salvação da Democracia (FSD), que integra o Movimento para a Alternância Democrática (MADEM G-15) e Aliança “Kumba Lanta”, constituído pelos Partido da Renovação Social e a Assembleia do Povo Unido – Partido Democrático da Guiné-Bissau (PRS e APU-PDGB), e que está a ser coordenado por BraimaCamará.

O líder dos apuanos lamenta o fato de a comunidade internacional não tomar a iniciativa de denunciar os traficantes de drogas na Guiné-Bissau e aplicar sanções contra estas pessoas. Acrescentou que, apesar de ter cidadania americana, “eu sou filho da Guiné-Bissau, nasci aqui e vou morrer aqui, portanto não tenho medo da morte, mas é bom que seja a morte natural de deus. Se for marte não marcada por Deus, haverá pessoas que rezem por ti…”.

“Quando se trata da Guiné-Bissau temos que estar dispostos a estar na frente e mesmo se for para morrermos. No Senegal morreram mais de 30 pessoas, mas conseguiram a liberdade. Temos que erguer os pés neste país para fazer funcionar a democracia, porque não devemos permitir que nos enganem ou intimidem-nos com as forças militarizadas, não…”, exortou.

“Ouvimos as pessoas a inventar que existe uma tentativa de golpe de Estado, mas quem tem o interesse de fazer o golpe hoje na Guiné? É através das urnas que vamos tirar do poder qualquer pessoa que queira trazer problemas para este país, porque os guineenses já estão cansados de ouvir mentiras e de intrigas”, disse, exortando que é bom que as pessoas compreendam que ninguém quer golpe neste país e nem violência.

“Quando há tentativa de golpe diz-se que é Domingos Simões Pereira, que quer fazer o golpe de Estado. Foi isso que nos contaram e até falaram da existência de provas, mas eu defendo que, se houver provas, que as pessoas sejam levadas à justiça. E pessoas foram detidas por tentativa de golpe. A acusação saiu de Domingos Simões Pereira e seguiu para acusar Nuno Nabian de querer fazer o golpe, porque fui crítico ao Chefe de Estado. E depois disseram que Nuno e Braimareuniram-se em Portugal e que os serviços secretosportugueses disseram que foi ali que orquestraram o golpe. Mais tarde, disseram que o Nuno já não faz parte, mas que foi o Braima quem quis fazer o golpe de Estado”, disse, assegurando que agora as mesmas pessoas estão a acusar Mário Fambe e Fernando Dias, de quererem fazer o golpe de Estado.

Criticou a detenção de pessoas suspeitas de tentativa de golpe de Estado por dois anos sem que sejam levadas à justiça, acrescentando que os detidos devem ser julgados e se se provar que estiveram por detrás da tentativa do golpe, que sejam punidas de acordo com a lei.

“A detenção dessas pessoas ultrapassou todos os limites. As pessoas acusadas de tentativa de golpe são: Domingos Simões Pereira, Braima Camará, Mário Fambé, Fernando Dias, Nuno Nabian ou Brigadeiro-General Bauté, dequerem fazer o golpe. Mas afinal quem quer fazer o golpe!? Por isso, perguntamos se são verdade essas tentativas de golpe de Estado ou são assuntos orquestrados?”, questionou, advertindo que não admite que seja associado com a violência e que não vai permitir faltas de respeito.

Nabian assegurou que não é violento e que deseja sempre que haja paz na Guiné, porque mesmo havendo diferença política, que não se enveredem por insultos nas redes sociais como se tem verificado nos últimos tempos. Enfatizou, neste particular, que a Guiné tem petróleo, ouro e fosfato que podem ser explorados para desenvolver o país.

“ANDRÉ LIMA, PERGUNTA AO JOSÉ PEDRO SAMBÚ O QUE TERÁ ACONTECIDO COM ELE”

Sobre a situação do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), Nabian aproveitou a ocasião para chamar atenção do presidente em exercício daquele órgão judicial, lembrando que ele e André Lima, atravessaram neves em Kiev (Ucrânia, antiga URSS) para ir à escola.

“Lima foi um brilhante estudante e conhece muito bem o direito, mas quero chamar-lhe atenção e, sobretudo, perguntar ao José Pedro Sambú, o que realmente terá acontecido com ele. Tenho a certeza que a mesma coisa que aconteceu com o José Pedro Sambú, acontecerá também com André Lima, porque Lima foi a escola e sabe exatamente como funciona o direito”, alertou o político.

O antigo chefe do governo assegurou que não é segredo para ninguém que a democracia hoje está embaixo de água e que há uma confusão total na Guiné-Bissau, frisando que não se pode jamais pensar em destruir um partido político com intrigas e calúnias como se assiste hoje no MADEM, PRS, afirmando que todos os problemas deparam-se com crises internas por causa dos infiltrados.

“A dissolução do Parlamento é da responsabilidade do Presidente da República. Dissemos que é inconstitucional”, disse, alertando que o país está numa situação difícil, sem a legitimidades dos órgãos competentes para realizar o processo eleitoral, desde a Assembleia Nacional Popular, a Comissão Nacional de Eleições e o Supremo Tribunal de Justiça.

Nuno Gomes Nabian ressaltou que o país não pode ficar sem o funcionamento do Parlamento e “muito menos ter Supremo Tribunal e a Comissão Nacional de Eleição caducados”, realçando que é preciso trabalhar para que estas instituições voltem a funcionar plenamente.

Por: Assana Sambú
Conosaba/odemocratagb.

Sem comentários:

Enviar um comentário