quarta-feira, 30 de abril de 2014

DR. EDUARDO MONTEIRO: PAN-AFRICANISMO


O pan-africanismo é uma ideologia que propõe o resgate das identidades africanas como uma forma negro-africano e a África do Magrebe, uma história fustigada pelo comercio de escravos, os seus filhos vedados o direito de cidadania instituída pelos estatutos de indigenato onde o darwinismo, foi o ponto alto da visão do negro-africano como apenas mão-de-obra. As duas grandes guerras levaram a tomada consciência dos colonizados na convivência com o colonizador fazendo cair mitos e factos, afinal a evangelização servia não para salvar as almas mas para reforçar o obscurantismo em nome da cristianização a arma do aparelho colonial para melhor dominar. Emerge a consciência de re-africanizar os espíritos, olhar e lutar para si mesmo para o resgate das Identidades, Soberanias e territórios. Os colonizadores franceses e Ingleses após guerra encetaram negociações com as suas colonias e negociaram as Autodeterminações e Independências. Na África negra Gana inaugura as independências seguida de Guiné Conacri, senegal Costa de Marfim ,Tanzânia,(Tanganica-Zanzibar) Zâmbia e muitos outros. A solidariedade e o espíritos de Independências entre todos foi visivelmente demonstrada para com os que ainda não tinha alcançados a liberdade e se encontravam sob o jugo colonial. Dai, surge a ideia da união de todos os povos de África como forma de potenciar a voz do continente no contexto internacional. Relativamente popular entre as elites africanas ao longo das lutas pela independência da segunda metade do século XX, em parte responsável pelo surgimento da Organização de Unidade Africana, o pan-africanismo surge nos Estados Unidos e na Europa no seio dos negros e africanos avidamente defendido fora de África, entre os descendentes dos escravos africanos que foram levados para as Américas até ao século XIX e dos emigrantes mais recentes.
Surgem correntes radicais e moderados que propunham a unidade política de toda a África e o reagrupamento das diferentes etnias, divididas pelas imposições dos colonizadores. Valorizar a realização de cultos aos ancestrais e defendiam a ampliação do uso das línguas e dialetos africanos, proibidos ou limitados pelos europeus.
Pan-africanismo é um movimento político, filosófico e social que promove a defesa dos direitos dos povos africano e da unidade do continente africano no âmbito de um único Estado soberano, para todos os africanos, tanto na África como na Diáspora.
A teoria pan-africanista foi desenvolvida principalmente pelos africanos na diáspora americana descendentes de africanos escravizados e pessoas nascidas em África a partir de meados do século XX como William Edward Burghardt Du Bois1 e Marcus Mosiah Garvey, entre outros, e posteriormente levados para a arena política por africanos como Kwame Nkrumah. No Brasil foi divulgada amplamente por Abdias Nascimento. Mais tarde chamada africanidade.
Normalmente se consideram Henry Sylvester Williams e o Dr. William Edward Burghardt Du Bois como os pais da Pan-Africanismo. No entanto, este movimento social, com várias vertentes, que têm uma história que remonta ao início do século XIX. O Pan-Africanismo tem influenciado a África a ponto de alterar radicalmente a sua paisagem política e ser decisiva para a independência dos países africanos. Ainda assim, o movimento tem conseguido dois dos seus principais objetivos, a unidade espiritual e política da África, sob o pretexto de um Estado único, e pela capacidade de criar condições de prosperidade para todos os africanos.

Pan-Africanismo, vem do grego, pan (toda) e africanismo (referindo-se a elementos africanos). A origem do termo é inserida na corrente filosófica-política historicista do século XIX sobre o destino dos povos.2 . E a necessidade de a unidade de grandes conjuntos culturais ou Nações Naturais a partir do expansionismo imperialista ocidental. 
É discutido se a autoria da expressão pertence a William Edward Burghardt Du Bois ou Henry Sylvester Williams.
Meados do século XX o Pan-africanismo foi explicado como uma doutrina política defendida pela irmandade africana, libertação do continente africano de seus colonizadores e ao estabelecimento de um Estado que buscasse a unificação de todo o continente sob um governo africano. Alguns teóricos como George Padmore acrescentaram a partir da Segunda Guerra Mundial, que o governo pan-africano deveria ser gerido segundo as premissas do socialismo cientifico. Outros teóricos postularam o caminho do rastafarianismo político, que defende um governo imperial.
Originalmente, o pan-africanismo centrava-se mais sobre a questão racial que no geográfico. Ainda hoje há muitos que defendam o caminho radicalista, vistos os problemas de integração do norte da África, que conta com uma história diferenciada árabe, em uma unidade cultural coerente com a África Subsaariana. Os objetivos do pan-africanismo atual, ainda que sejam semelhantes aos originais, mudaram.
Como todos os inícios de lutas dos dominados ou explorados tende a ser radical , também o Pan-africanismo não fugiu a regra.
Obs:voltarei para II parte sempre com o compromissam de não cansar o leitor.

Eduardo Monteiro

UM BOM SINAL DE ENTENDIMENTO NA GUINE-BISSAU

José Mário Vaz e Nuno Gomes Nabiam, candidatos à segunda volta das presidenciais na Guiné-Bissau, prometeram publicamente aceitar os resultados que venham a registar-se nas eleições de 18 de Maio. Clima de entendimento que deixou muito satisfeitos os representantes da Comunidade Internacional no terreno. 

"TRAPALHADA" ENTRE GUINÉ-BISSAU E GUINÉ-CONACRI ATRASA TRASLADAÇÃO DE GUINEENSE MORTO EM LUANDA


Bissau - Os restos mortais do guineense Mamadu Bobo Balde, de 45 anos de idade, encontrado morto a 23 de Março numa instalação prisional em Luanda, Angola, só chegam ao país nos próximos dias depois de ter ocorrido um equívoco esta segunda-feira, entre a Guiné-Bissau e Conakry, onde a urna foi deixada esta madrugada, num voo de uma companhia aérea.
Falando no Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira, o Presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH), Luís Vaz Martins, acompanhado pelos familiares da vítima, que esperavam o corpo, confirmou o adiamento da chegada da urna funerária.

«Recebemos a notícia de ter havido um engano entre a Guiné-Bissau e Conakry. Neste momento o corpo encontra-se na República vizinha de Conacri e vamos continuar a fazer pressão para que, nos próximos dias, possam conduzir os restos mortais ao país», referiu Luís Vaz Martins.

O Presidente da LGDH considerou ainda que é preocupante a situação dos guineenses em Angola, país onde, no seu entender, o nível de violação dos direitos humanos é elevado.

«É uma situação preocupante, que demonstra a situação dos direitos humanos naquele país. Quando as pessoas são mortas pelas autoridades significa que o nível de violência do próprio Estado é muito elevado» afirmou, tendo exortado as autoridades guineenses a tomar medidas concretas de forma a prevenir que situações do género aconteçam aos concidadãos guineenses que vivem naquele país.


Mamadu Bobo Baldé, engenheiro de formação com 45 anos de idade, emigrou-se para Angola a 26 de Janeiro de 2013, com os objectivos de procurar melhores condições de vida. Este caso junta-se à morte de António Maurício Bernardo, em circunstâncias por explicar, numa das celas da 23.ª Esquadra da Polícia Nacional de Angola, a 19 de Março, para além do desaparecimento forçado, desde julho de 2012, da jornalista Ana Pereira, conhecida por «Milocas».

EUA: INJECÇÃO FALHOU E CONDENADO À PENA CAPITAL MORREU DE ATAQUE CARDÍACO


Um condenado à morte sucumbiu na terça-feira a um ataque cardíaco, na prisão de McAlester, no estado norte-americano de Oklahoma, cerca de quarenta minutos depois de o médico ter ordenado a interrupção da execução, quando a injeção letal provocou efeitos indesejados.
Como é habitual, estavam presentes representantes dos orgãos de comunicação social, que relataram o sucedido. Treze minutos depois de ter sido aplicada a injeção letal, Clayton Lockett começou a erguer a cabeça, em esgares que as testemunhas identificaram como sinal de sofrimento.

Um porta-voz da penitenciária explicou que provavelmente a rotura de uma veia impossibilitou o efeito esperado da injeção.
A execução de Clayton Lockett fora suspendida algumas semanas atrás, depois de ter sido iterposto pelos advogados um recurso para que fosse revelado que produtos são usados.

A execução de outro condenado, Charles Warner, que estava prevista depois da de Lockett, foi adiada por duas semanas.

Clayton Lockett, de 38 anos, foi condenado por violação, assassínio e rapto, cometidos em 1999. Disparou sobre uma adolescente que depois enterrou viva.
Charles Warner,de 46 anos, foi condenado por violação e assassínio de uma criança de onze meses, filha da sua companheira, em 1997.
Tem-se discutido muito nos Estados Unidos a aplicação de novas misturas de drogas mortais, nos estados onde continua em vigor a pena capital.

Os laboratórios farmacêuticos europeus têm-se mostrado cada vez mais renitentes quanto à utilização dos seus produtos nas execuções, enquanto os advogados dos condenados defendem que estes novos cocktails de drogas induzem sofrimentos que violam as disposições constitucionais sobre tratamentos cruéis. (euronews.com)

LUTU CA TA MATA LAMBU BU BATI: DUS DJINTÕES NA CONTRA PA COMBESA E PA DIBATI "ASSUNTUS DI NÔ TERRA" NA ÉS 2ª VOLTA PA CEDU PRESIDENTE DI GUINÉ-BISSAU

DATA INDA CA MARCADO PA ÉS LUTU

Nson deles tem cu ganha

A Universidade Lusófona da Guiné tem o prazer de convidar os seus estudantes, funcionarios, docentes e publico em geral para participar num debate, no Auditório da Universidade Lusófona da Guiné



AJUDANTES DE BUBO NA TCHUTO CONFESSAM TRÁFICO DE "DJAMBACATAM"


http://www.portaldeangola.com/2014/04/ajudantes-de-bubo-na-tchuto-confessam-culpa-em-nova-iorque/
Confissões entregues em tribunal em Nova IorqueDois ajudantes do antigo chefe de estado da Armada da Guiné-Bissau, Bubo Na Tchuto, acusados de tráfico de droga nos Estados Unidos, admitiram ser culpados num tribunal em Nova Iorque.

Tchamy Yala e Papis Djeme entregaram as suas confissões esta segunda e terça-feira, admitindo ao juiz que conspiraram para traficar cocaína da Africa Ocidental para a Guiné Bissau. A droga seria depois distribuída na Europa e nos Estados Unidos.

Em abril do ano passado, Na Tchuto, Yala, Djeme e outros dois guineenses - Manuel Mamadi Mane e Saliu Sisse - foram detidos em águas internacionais perto de Cabo Verde por uma equipa da agência de combate ao tráfico de droga norte-americana. Os cinco homens arriscam pena de prisão perpétua.

Além de Djeme e Yala, também Na Tchuto está acusado de conspiração para importar drogas para os EUA. Segundo a acusação, Na Tchuto cobrava um milhão de dólares norte-americanos por cada tonelada de cocaína da América do Sul recebida na Guiné-Bissau.

O embaixador da Guiné-Bissau para a Organização das Nações Unidas (ONU), João Soares da Gama, disse à agência Lusa no ano passado que Na Tchuto contesta que tenha sido detido em águas internacionais e que provar esse facto será uma das estratégias da defesa em julgamento.

Além da detenção do antigo militar guineense, a 04 de Abril, a justiça dos EUA manifestou também intenção de deter o actual chefe das Forças Armadas, António Indjai, que entretanto já reafirmou por mais de uma vez refutar as acusações de tráfico de droga.

A acusação está a ser conduzida pelos procuradores Aimee Hector e Glen Koppo caso será julgado pelo juíz Richard Berman.

http://www.tvi24.iol.pt/503/internacional/guine-bissau-trafico-droga-confissoes-bubo-na-tchuto/1553138-4073.html

CPLP EM CABO VERDE: VII ENCONTRO DOS GOVERNADORES DOS BANCOS CENTRAIS DA COMUNIDADE DOS PAÍSES DE LÍNGUA PORTUGUESA


Praia - O VII Encontro dos Governadores dos Bancos Centrais da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) terá lugar na cidade da Praia, na próxima sexta-feira. Em pauta estará a discussão de diversos aspectos do processo de convergência da regulação e da supervisão da atividade financeira.

Uma fonte do Banco de Cabo Verde (BCV), que organiza o encontro sob o tema central  "Convergência da Regulação e da Supervisão da Atividade Financeira", considera que se trata de uma "oportunidade privilegiada" para, no âmbito do intercâmbio entre os governadores, "promover e facilitar uma maior aproximação" económica e financeira dos países que compõem a CPLP.

O encontro está dividido em duas partes, sendo uma primeira aberta a outras entidades e instituições financeiras públicas e privadas em que será apresentada a experiência de regulação e de supervisão de cada participante.

Na outra fase, restrita aos participantes dos bancos centrais da CPLP, está reservada uma discussão mais aprofundada do tema central proposto, bem como para a recolha de subsídios com vista a melhorar a convergência dos países de língua portuguesa em sintonia com os padrões internacionais.

Os encontros de governadores dos Bancos Centrais da CPLP, de periodicidade bienal, são espaços de debate sobre assuntos de interesse comum a estas instituições e debruçam-se sobre temáticas de cariz estratégico e/ou transversal às suas funções.

O VI Encontro de Governadores dos Bancos Centrais da CPLP teve lugar a 24 de setembro de 2012 na cidade do Rio de Janeiro (Brasil).

No encontro, foram discutidas as respetivas situações económicas e como as ações dos Bancos Centrais, no âmbito das suas competências, poderiam contribuir para facilitar a maior aproximação económica e financeira dos países que compõem a CPLP (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Portugal e Timor Leste). Panapress

NELSON ÉVORA CONFIRMA TER SIDO VÍTIMA DE RACISMO! FOI LHE NEGADA A ENTRADA NA DISCOTECA LISBOETA "URBAN BEACH" POR HAVER 'DEMASIADOS PRETOS (TÍMBASS) NO GRUPO

O atleta acrescentou que, ao fim de 23 anos em Portugal, foi a primeira vez que sentiu essa discriminação, numa discoteca em Lisboa

"Tive que viver cá 23 anos da minha vida para acabar por acontecer este incidente. Foi triste", lamentou à agência Lusa Nelson Évora, no Algarve, região onde o atleta se encontra a estagiar.
A denúncia de racismo foi feita na noite de segunda-feira, pelas 22.00, no Facebook, tendo Nelson Évora escrito que na noite de 19 de abril lhe foi negada a entrada na discoteca lisboeta "Urban Beach" por haver "demasiados pretos no grupo".
Nelson Évora disse que quer esquecer o incidente que descreveu na sua página oficial do facebook, mas sublinhou que "é importante que não se repita com ninguém".
Segundo Nelson Évora, a ida à discoteca teve que ver com uma surpresa organizada por amigos, para assinalar o seu 30.º aniversário.
"Éramos um grupo de 16 pessoas com mesas pré-reservadas e não é que somos surpreendidos pelos responsáveis daquele espaço público. Porquê? "Demasiados pretos no grupo", lê-se no texto escrito pelo atleta no facebook.



terça-feira, 29 de abril de 2014

RUI MACHETE DIZ QUE: PORTUGAL "ESTÁ MORTINHO" PARA RETOMAR RELAÇÕES COM A GUINÉ-BISSAU E O RUI MACHETE ENVIOU UMA CARTA DE FELICITAÇÕES A DOMINGOS SIMÕES PEREIRA


Ministro dos Negócios Estrangeiros diz que «há grande esperança» que a Guiné regresse à normalidade democrática após estas eleições

O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, afirmou que «há uma grande esperança» em que a Guiné-Bissau regresse à normalidade democrática após as eleições, garantindo que Portugal irá retomar as relações com este país.

As eleições guineenses decorreram a 13 de abril, dando a maioria absoluta ao Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), liderado por Domingos Simões Pereira, após dois anos de um governo de transição na sequência de um golpe de Estado. Falta agora eleger o próximo Presidente, numa segunda volta, marcada para 18 de maio.
«As eleições correram bem. Há uma grande esperança», disse Rui Machete, que salientou que o ato eleitoral «foi claro» e os «resultados não são contestáveis». O ministro falava aos jornalistas à margem de uma conferência sobre as relações entre a União Europeia e África, onde interveio na sessão de encerramento, em Lisboa.
O chefe da diplomacia portuguesa defendeu a necessidade de «criar as condições para que não volte a haver golpes de Estado militares», pelo que há que «cuidar dos militares da Guiné-Bissau e dar-lhes a tranquilidade suficiente para poderem assumir o seu papel num país democrático», garantindo o apoio de Portugal nesse sentido.

Sublinhando que, apesar do «problema» com o governo "de facto" na Guiné-Bissau, «a solidariedade [de Portugal] com o povo guineense não foi interrompida», o governante prometeu a solidariedade portuguesa para a saída de uma crise «muitíssimo difícil».

«Também ajudaremos o governo da Guiné-Bissau numa tarefa muito difícil que tem pela frente», que é a de «sair dessa crise e recuperar muito do tempo perdido», referiu.

O objetivo é que «se recriem todas as condições necessárias para que a Guiné-Bissau retome o seu lugar entre os países africanos democráticos», acrescentou.

Machete garantiu que, também a nível diplomático, serão restabelecidas as relações diplomáticas entre Lisboa e Bissau.

Questionado sobre se a TAP irá retomar a ligação aérea entre as capitais dos países, interrompida em dezembro por problemas de segurança depois do embarque forçado em Bissau de passageiros ilegais, Rui Machete afirmou que «tudo isso decorrerá do desenvolvimento natural e do restabelecimento natural da normalidade».

«Só há ainda as eleições, mas em breve recuperaremos o tempo perdido, espero eu», sustentou.

Rui Machete enviou, a propósito dos resultados eleitorais das legislativas, uma carta de felicitações a Domingos Simões Pereira.

http://www.tvi24.iol.pt/503/politica/rui-machete-ministro-guine-bissau-relacoes-eleicoes-tvi24/1553092-4072.html

DIREITOS HUMANOS EM ÁFRICA EM DISCUSSÃO EM ANGOLA


A partir desta segunda-feira (28.04) e até o dia 12 de maio, está reunida na capital angolana a Comissão Africana dos Direitos Humanos e dos Povos, para analisar a situação dos direitos humanos no continente africano.

Esta 55ª sessão ordinária da Comissão Africana dos Direitos Humanos e dos Povos (CADHP) segue-se a uma outra que teve lugar até sábado (26.04), também em Luanda, e que juntou centenas de organizações não governamentais africanas para trocas de experiências.

Na agenda desse encontro de três dias foram feitas várias denúncias de "casos sistemáticos" de violação dos direitos humanos em África.

Mas porquê a escolha de Luanda para acolher dois eventos tão importantes quando se sabe que Angola é um dos países africanos que menos respeita os direitos dos cidadãos?

Iain Levin, da organização de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch (HRW), antes de responder reconhece que "por um lado não é um lugar ideal porque é um Governo que comete muitas violações dos direitos humanos e isso não cria um ambiente muito oportuno para a discussão sobre os direitos humanos."

Mas, por outro lado, respondendo à questão, Levin considera que há vantagem na realização em Luanda: "Acho que é muito importante que o Governo angolano seja obrigado a enfrentar ativistas dos direitos humanos falando do assunto, porque é muito importante que entendam que o seu comportamento perante a população não é aceitável e não corresponde aos padrões africanos, nem internacionais de direitos humanos."

Atenção aos problemas do anfitrião

A anteceder a abertura da reunião da Comissão Africana dos Direitos Humanos e dos Povos, a HRW divulgou um comunicado no qual pediu que uma atenção especial para a situação dos direitos humanos em Angola.

"Como a reunião vai ter lugar em Angola achamos que é importante que a Comissão use a sua influência e a capacidade para promover a situação dos direitos humanos em Angola que é muito grave e onde a HRW e outras entidades já constataram uma série de violações graves dos direitos humanos", disse Iain Levin.

A mais importante instituição africana em matéria de direitos humanos não deve ignorar o historial de direitos humanos do seu anfitrião, Angola. Mas, será esta comissão tem poder para convencer as autoridades angolanas?

Levin "duvida muito que em 15 dias a situação vá mudar uma situação dos direitos humanos que vem piorando há bastante tempo", mas defende que "é importante aproveitar esta ocasião para, pelo menos, iniciar um processo de pressão sobre o Governo de Angola."

O colaborador da HRW disse ainda que a ONG está "preocupada com as perspetivas para o bem estar do povo em termos de direitos humanos."

Para a HRW, a impunidade em Angola é um problema grave e por isso a Comissão Africana deve estar atenta aos esforços envidados por Luanda.

Segundo Iain Levin, a impunidade "cria um abiente para que a violação dos direitos humanos continue, e o povo e os ativistas dos direitos humanos não tem como exigir justiça contra contra os violadores dentro do Governo."

Para quando justiça nos casos Kamulingue e Kassule?

E a morte dos ativistas Kamulingue e Kassule também estão envoltas de impunidade. Os seus familiares continuam a espera de uma resposta.

A DW África perguntou se a Comissão deve exigir uma resposta sobre os assassinatos que tem lugar em Angola. "Absolutamente. Quando se fala em impunidade não se fala apenas desses dois homens, que foi um caso muito sério e bastante discutido há algum tempo, mas que não vemos progressos nas investigações e identificação dos responsáveis pelas mortes desses dois homens", respondeu o responsável da HRW.

Para Levin, "seria muito bom se a Comissão Africana falasse, não só em termos gerais sobre a impunidade, mas sobre esta questão específica e que exigisse justiça para os familiares desses dois jovens que foram mortos."

Entretanto, a reunião de Luanda, tem programado dois momentos: um primeiro aberto ao público até 8 de maio e um segundo de 9 a 12 de maio.

Nas sessões abertas, os países terão oportunidade de apresentar os seus relatórios sobre a situação dos direitos humanos, para esta reunião estão previstos os de Moçambique, Libéria e República da Arábia Saudita, bem como os 11 comissários daquele órgão relatam as situações constatadas nas suas missões de avaliação.

À porta fechada, os trabalhos são dirigidos à análise de queixas recebidas da sociedade sobre casos de violações dos direitos humanos contra os Estados, que têm a oportunidade de responderem às questões levantadas pela CADHP que faz as suas recomendações para a resolução dos mesmos. 

DW.DE

MOÇAMBIQUE: RECENSEAMENTO ELEITORAL FOI ALARGADO MAIS DEZ DIAS



O processo de inscrição foi prolongado depois de mais de 16 mil potenciais eleitores do distrito da Gorongosa não terem conseguido recensear-se. Dhlakama, principal líder da oposição, ainda não cumpriu o processo.

O prazo do recenseamento eleitoral, que devia terminar esta terça-feira (29.04), acaba de ser prorrogado por mais dez dias, por deliberação do Conselho de Ministros.

A decisão segue-se às várias tentativas falhadas nos últimos dias para que oito brigadas especiais pudessem penetrar, a título excecional, no interior do distrito da Gorongosa, uma zona sob forte influência do maior partido da oposição, a Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), para proceder à inscrição de mais de 16 mil eleitores.

O envio das brigadas para o interior da Gorongosa era visto como a saída para garantir o recenseamento do líder da RENAMO, Afonso Dhlakama, condição sine qua non para que ele possa candidatar-se e votar nas presidenciais de 15 de outubro.

“Neste período de prorrogação, o Secretariado Técnico de Administração Territorial (STAE) deverá intensificar a educação cívica e dedicar bastantes meios materiais e humanos, sobretudo para aquelas províncias onde os números de recenseamento se mantêm abaixo daquilo que seria o esperado”, anunciou o porta-voz do Governo, Alberto Nkutumula.

Falta de segurança impediu processo

As brigadas encontram-se desde a semana passada na sede da Comissão Nacional de Eleições do distrito da Gorongosa, já que as divergências sobre quem deverá garantir a segurança das corporações continua a provocar celeuma.

A RENAMO exige que a proteção dos membros das brigadas deve ser da exclusiva responsabilidade dos homens armados do partido, mas os órgãos eleitorais da província de Sofala defendem que as corporações devem ser acompanhadas por forças policiais governamentais.“As brigadas estão lá à espera, com os equipamentos e todos os materiais necessários para arrancar para o terreno, mas não há condições de segurança”, afirma Lucas José chefe do departamento de comunicação do Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE).

“Juntamo-nos às vozes dos moçambicanos que apelam ao bom senso das duas partes, para que não prejudiquem os direitos das pessoas. Nós também estamos preocupados”, acrescentou.

O líder da RENAMO, Afonso Dlakhama, defendeu esta terça-feira, em declarações a vários jornalistas, que a democracia "sai a perder" se o seu partido for excluído do processo eleitoral.

Novo impasse

Vários setores têm defendido que a participação da segunda maior força política do país no processo democrático é incontornável.

A RENAMO não participou nas últimas eleições autárquicas, em novembro de 2013, por exigir a revisão de várias leis eleitorais, facto que acabou por acontecer já no início de 2014.

Atualmente, Governo e RENAMO vivem um novo impasse. Maputo exige o desarmamento imediato da principal força da oposição, mas o partido quer que haja paridade nas forças de defesa e segurança.

Em relação ao recenseamento eleitoral, os últimos dias foram caracterizados por enchentes nos postos de inscrição.

Lucas José, porta-voz do STAE, revelou esta terça-feira que tinham sido já recenseados 81% dos 12 milhões de potenciais eleitores em todo o país.

DW.DE





É TA TCHOMAL "OBAMA DI GUINÉ" BRAIMA DJALÓ: CUMA INA APOIA NUNO GOMES NABIAM DI FORMA INCONDICIONAL



Braima Djaló “Obama” i conta haós cuma...i na djuda "carga djon gagu" di candidato Independente Nuno Gomes Nabiam na és segunda volta di dia 18 de Maio, “pabia i único qui capaz de tira Guiné-Bissau na lama". 

PAIGC: ELEGEU A CIDADE DE BUBA, PARA ABERTURA OFICIAL DA CAMPANHA ELEITORAL COM VISTA À SEGUNDA VOLTA PRESIDENCIAL MARCADA PARA 18 DE MAIO



Bissau - O Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) elegeu a cidade de Buba, sul do país, região de Quinara, para a abertura oficial da sua campanha eleitoral com vista à segunda volta Presidencial marcada para 18 de Maio.


O acto agendado para esta sexta-feira, 2 de Maio, vai contar com a presença do Presidente do PAIGC, Domingos Simões Pereira, e do seu candidato Presidencial, José Mário Vaz (JOMAV), que esteve a 28 de Abril na região de Bolama/ Bijagós, nas ilhas de Formosa, Uracane, Uno e Orango Grande, em busca dos votos do eleitorado da zona sul da Guiné-Bissau.

De acordo com o programa de trabalhos que a PNN consultou, esta terça-feira, 29 de Abril, o candidato Presidencial do PAIGC desloca-se à cidade de Bubaque, passando por Bolama, Canhabaque e Ilhas de Galinhas.

Já na região de Quinara, JOMAV vai deslocar-se, a 1 de Maio, às povoações de São-João, Farancunda, Tite e Fulacunda, devendo pernoitar na cidade de Buba.
Antes da cerimónia de abertura da sua campanha JOMAV tem deslocação marcada à Ilha de Komo, na região de Tombali, onde deverá manter encontros com os locais e com a estrutura do partido, terminando com um pequeno comício nesta localidade do sul da Guiné-Bissau.

De referir que durante o último fim-de-semana, JOMAV manteve um encontro em Bissau com o Presidente e as direcções de várias formações políticas que o vão apoiar nesta segunda volta, bem como reuniões com eleitorados de alguns círculos de Bissau. José Mário Vaz encontrou-se ainda com o candidato independente Paulo Gomes.

JOMAV parte para este segundo turno eleitoral com uma nítida vantagem sobre o seu adversário directo, Nuno Nabiam, que obteve pouco menos de 24% dos votos na primeira volta, contra os cerca de 41% atribuídos a José Mário Vaz.

VILLARREAL BANIU PARA SEMPRE ADEPTO QUE ATIROU BANANA


Clube espanhol comunicou que o adepto que atirou banana ao jogador do Barcelona Dani Alves está impedido de voltar a entrar no El Madrigal
Em comunicado oficial, o Villarreal lamenou o sucedido e informou que "repudia atos xenófobos e racistas e prima pelo respeito, igualdade, desportivismo e apologia pelo jogo limpo tanto dentro como forma do campo"

A direção do "submarino amarelo" informou também que já identificou o autor do ato racista quem foi retirado o cartão de sócio e foi impedido de entrar no estádio do clube até ao fim da vida.


 DN

MACKY SALL: "O SENEGAL É UM MODELO QUE DEVE SER APOIADO"


Macky Sall foi eleito Presidente da República do Senegal em 2012. Impôs-se sobre o antigo mentor, mais tarde adversário, Abdulaye Wade. O engenheiro-geólogo, formado no Senegal e em França, casado e pai de três filhos, vivenciou um ascensão fulgurante.

Isto porque é praticamente um desconhecido quando o presidente Abdoulaye Wade o chama pela primeira vez para o Governo, em maio de 2001, como ministro das Minas, da Energia e Hidráulica (2001-2003).

Tornar-se-ia primeiro-ministro em 2004, ocupando o lugar até 2007. Mas as relações com Wade deterioram-se. Em 2008, entra em conflito aberto com o chefe de Estado e abandona o PDS, Partido Democrático Senegalês. Cria a Aliança para a República (APR), um partido liberal, na oposição. Sall encarna uma espécie de renovação geracional na política senegalesa.

Macky Sall, 53 anos, é o convidado de “The Global Conversation.”

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O PORTUGUÊS COM RAÍZES GUINEENSES REVELOU-SE COMO MENINO-PRODÍGIO DO BALLET

Marcelino Sambé, um talento do ballet com pé para as danças africanas
Marcelino Sambé nasceu no dia mundial da dança e, coincidência ou não, o português com raízes guineenses revelou-se como menino-prodígio do ballet. Agora, está numa das companhias mais famosas do mundo.

É sábado. Estão nove graus em Londres. Passa pouco das oito horas da manhã e uma dezena de pessoas já faz fila à porta da Royal Opera House, em Covent Garden.
Uns conversam, outros ouvem música pelos auscultadores. Um pai trouxe consigo a filha pequena e bebem cacau quente à vez. Têm de esperar duas horas ao frio até à abertura das bilheteiras para comprar os últimos ingressos para o espetáculo de ballet Giselle.
Marcelino Sambé atua no espetáculo. Não tem um dos papéis principais, mas já é solista. O português, filho de pai guineense e mãe portuguesa, tem 20 anos e está desde 2012 no Royal Ballet, uma das companhias de ballet mais prestigiadas do mundo.
"Eu tinha dúvidas de poder entrar na companhia por ser tão diferente", conta. "Os meus colegas são todos muito altos, muito longos, muito louros e de olhos azuis… E depois estou aqui eu, completamente diferente."
De pequenino…
Marcelino Sambé começou a dançar por volta dos seis anos num centro comunitário, nos arredores da capital portuguesa, Lisboa. Na altura, não foi logo ter aulas de ballet. Foi para um grupo de danças africanas.
"Em casa ouvíamos funaná, kizomba, havia uma forte influência na família", diz Marcelino.
Entretanto, abriu um centro comunitário ao pé de sua casa. "Lembro-me de ir um lá um dia, ouvir música e ver imensas raparigas no topo do edifício a dançar, todas alegres. E eu depois perguntei se também podia. Comecei a dançar. Até me tornei numa espécie de mascote do grupo, porque eu era o único rapaz, muito pequenino."
Ao ver Marcelino, a psicóloga do centro comunitário sugeriu-lhe que fosse a uma audição na escola de dança. Marcelino tinha nove anos quando entrou para o Conservatório. Passo a passo, todos os olhos se foram voltando para ele. Ganhou vários prémios internacionais de ballet. Ficou famoso em Portugal, aparecendo volta e meia nos jornais e na televisão.
Por trás do sucesso
Mas quando está a ensaiar na barra de dança, antes de subir ao palco para uma competição ou um espetáculo, há muito suor e muita dor, diz Marcelino. Uma dor com que, muitas vezes, o bailarino tem de lidar sozinho, em Londres. A sua família continua em Portugal.
"Há dias em que olho para o espelho e está tudo mal", confessa.
"Acho as minhas coxas enormes, os meus pés enormes, o meu pescoço larguíssimo. Imagina estares despido, com uns collants e umas sapatilhas, e teres que olhar para o teu corpo nesse dia em que te estás a sentir bastante mal. Além disso, as lesões são o pior para um bailarino, porque temos de ficar sentados a ver os outros conseguir fazer coisas que talvez nós também conseguíssemos fazer."
Pés descalços em vez de sapatilhas de ballet
Marcelino nunca visitou o país do pai, a Guiné-Bissau. Gostava de lá ir. Ainda assim, os ritmos africanos pulsam dentro de si. Tanto que, um dia, quando estava na escola do Royal Ballet, chegou a pedir aos colegas para descalçarem as sapatilhas de bailarino e tentarem algo novo.
"A coreografia foi toda baseada em movimentos africanos e foi a coreografia com que eu tive mais sucesso até hoje. Porque foi tão natural, tão espontâneo", recorda. "Cheguei ao estúdio e disse: 'Esqueçam as posições do ballet e a elegância, vamos descalçar os pés.' Foi um instinto que eu queria libertar."
Dançar ballet, sem esquecer os ritmos africanos, é algo que Marcelino quer continuar a aperfeiçoar. No Royal Ballet, em Londres.
DW.DE

DISCOTECA NEGA INSULTOS RACISTAS A NELSON EVORA


O presidente do conselho de administração do grupo K negou hoje que tenha havido qualquer ato racista para com atletas, nomeadamente Nelson Évora, na discoteca Urban Beach, tal como este denuncia na sua página oficial no Facebook.

A denúncia de racismo foi feita na noite de segunda-feira, pelas 22:00, no Facebook, tendo Nelson Évora escrito que na noite de 19 de abril foi-lhe negada a entrada na discoteca lisboeta "Urban Beach" por haver "demasiados pretos no grupo".
Segundo o que está escrito na página oficial de facebook de Nelson Évora, a ida à discoteca teve que ver com uma surpresa organizada por amigos do atleta e tinham mesas pré-reservadas.
"Éramos um grupo de 16 pessoas com mesas pré-reservadas e não é que somos surpreendidos pelos responsáveis daquele espaço público. Porquê? Demasiados pretos no grupo", lê-se no texto escrito pelo atleta.
Nelson Évora questiona-se sobre se estará a exagerar ou se foi mesmo um caso de racismo e acrescenta que no grupo de atletas estavam Francis Obikwelu, Naide Gomes, Carla Tavares, Susana Costa e Rasul Dabó.
A agência Lusa tentou chegar à fala com Nelson Évora, mas tal não foi possível, nem telefonicamente, nem atravès do Facebook.
DN

segunda-feira, 28 de abril de 2014

RELAÇÕES EUROPA-ÁFRICA JUNTAM ESPECIALISTAS EM LISBOA



Analistas europeus e africanos fazem rescaldo da cimeira de Bruxelas. Investigador Fernando Jorge Cardoso explica mudança das regras do jogo, com a China a tornar-se ator principal
Responsáveis e analistas europeus e africanos discutem na terça-feira em Lisboa o futuro das relações Europa-África, no rescaldo da cimeira deste mês entre as duas regiões, quando o mundo está a sofrer profundas modificações. 

"Esta conferência tem como objetivo debater as conclusões que saíram da cimeira EU-África de 2 e 3 de abril em Bruxelas, mas também debater o que está a acontecer do ponto de vista das dinâmicas globais", disse à agência Lusa o investigador Fernando Jorge Cardoso, do Instituto Marquês de Valle Flôr, um dos organizadores da conferência 'O Jogo Global Mudou. Qual o papel das relações Europa-África?'

Segundo Fernando Jorge Cardoso, o encontro começa, após um discurso do ex-ministro dos Negócios Estrangeiros Luís Amado, com uma análise dos resultados da cimeira de Bruxelas. Passa depois por uma reflexão sobre "acontecimentos relativamente recentes", como "a transformação de antigos recebedores de ajuda em novos doadores de ajuda", os chamados países emergentes, como a China, a Índia ou o Brasil, "que neste momento têm um papel fundamental" nesta área. Finalmente, os participantes vão refletir sobre o futuro do relacionamento Europa-África, num momento em que "o mundo está a sofrer profundas transformações e o relacionamento Europa-África está cada vez mais baseado numa relação comercial e de investimento" e menos nas questões de cooperação para o desenvolvimento, defendeu Fernando Jorge Cardoso. Segundo o investigador, a importância da Europa na ajuda ao desenvolvimento de África é hoje muito menor, por um lado porque "há uma entrada maciça de outros atores, em particular a China, que levou a uma mudança das regras do jogo". 

Por outro lado, a unidade africana está posta em causa, porque "existe novamente um conjunto de conflitos e problemas desagregadores ao nível do continente que levam a um desvio de atenções deste relacionamento Europa-África", afirmou. Sublinhando falar em seu nome apenas, o especialista antecipou que se verifique no futuro uma perda de importância das organizações regionais no relacionamento entre os dois continentes, já que os países africanos não estão interessados em que a União Africana assuma o papel de ator único no relacionamento com a União Europeia. "Eu penso que o que vai acontecer é uma perda de importância das organizações regionais no relacionamento e um aumento de importância dos fluxos de investimento, comércio e cooperação política para alguns países, enquanto outros ficam cada vez mais votados a um lugar de vítimas de flagelos, conflitos, etc.", afirmou. Esta situação, argumentou, tem a ver com o momento atual, em que "o capitalismo global é um capitalismo claramente extremista, em que as classes médias deixam de ter importância e aquilo que é importante é a expansão dos investimentos para cada vez maiores territórios, um empobrecimento generalizado da população, e contraditoriamente um aumento da qualificação da mão de obra". 

Organizada em parceria com o Centro de Estudos Internacionais do Instituto Universitário de Lisboa, o Centro Europeu para a Gestão das Políticas de Desenvolvimento e a rede EARN de investigação, a conferência reúne na Gulbenkian responsáveis da Comissão Europeia, da União Africana e de instituições de investigação de ambos os continentes.

http://www.rtp.pt/rdpafrica/index.php?t=Relacoes-Europa-Africa-juntam-especialistas-em-Lisboa.rtp&article=2652&visual=6&tm=10&headline=16

PARCEIROS "PRONTOS A AJUDAR" A PAGAR SALÁRIOS NA GUINÉ-BISSAU


Representante da ONU espera regresso da assistência financeira externa para apoiar novo Governo do PAIGCVários parceiros internacionais estão disponíveis para financiar salários em atraso nos setores públicos da Educação e da Saúde assim que tome posse o novo governo da Guiné Bissau.
O anúncio é de José Ramos-Horta, representante das Nações Unidas no país. 

As eleições legislativas e presidenciais realizaram-se a 13 de abril e o PAIGC elegeu a maioria dos deputados do parlamento. "A União Europeia e outros parceiros estão disponíveis e há muito boa vontade para encontrarmos soluções", referiu Ramos-Horta. "Estamos a fazer esforços junto do Banco Mundial e outros parceiros, incluindo a UE e fazemos um apelo para que logo a seguir às eleições e à instalação do próximo governo haja injeção de algum capital" para que o novo executivo "possa fazer pagamento de salários". 

Professores, médicos, enfermeiros e outros profissionais do setor público sofrem do problema crónico de ordenados em atraso na Guiné-Bissau e o golpe de Estado de abril de 2012 agravou a situação do país. A ONU aponta a realização de eleições bem-sucedidas como um passo significativo "para a completa restauração da ordem constitucional na Guiné-Bissau" e mostra-se satisfeita pela forma como tudo tem decorrido até agora.

A segunda volta das presidenciais está marcada para 18 de maio.

RDP

PRS EM PORTUGAL: MISSA DO 7º DIA "PELA ALMA" DO DR. KOUMBA YALÁ

MISSA DO 7º DIA PELA ALMA DO DR. KOUMBA YALÁ

A REPRESENTAÇÃO DO PRS EM LISBOA CONVIDA TODOS OS GUINEENSES, AMIGOS E FAMILIARES A PARTICIPAREM NA MISSA DO 7º DIA PELA ALMA DO EX-PRESIDENTE DR. KOUMBA YALÁ QUE TERÁ LUGAR NA IGREJA DO CAMPO GRANDE Nº 246-LISBOA NO PRÓXIMO DIA 3 DE MAIO ÀS 12H15
A IGREJA FICA SITUADA ENTRE A AV. DO BRASIL E CAMPO GRANDE

A IGREJA PERTENCE A PARÓQUIA DOS SANTOS REIS MAGOS DO CAMPO GRANDE (FREGUESIA DE ALVALADE)

A DIRECÇÃO DA REPRESENTAÇÃO DO PRS EM PORTUGAL
DR. JOSÉ CANAS

NAUFRÁGIO LEVA A DEMISSÃO DO PRIMEIRO-MINISTRO


O primeiro-ministro sul-coreano apresentou hoje a demissão, numa intervenção televisiva transmitida em direto, assumindo pessoalmente a responsabilidade pelo naufrágio do navio 'Sewol' a 16 de Abril, que causou mais de 300 mortos e desaparecidos.
"Peço desculpa por ter sido incapaz de impedir este acidente de ter acontecido e de ter sido incapaz de gerir corretamente as suas consequências", disse Chung Hong-won que afirmou, em seguida, que, por isso, "devo assumir as minhas responsabilidades e pedir a demissão".
A Presidente Park Geun-hye já aceitou a demissão, mas esta só se tornará efetiva após a conclusão das operações de busca, indicou o seu porta-voz.
O Governo, assim como a maior parte das instituições oficiais relacionadas com o caso, têm sido alvo de fortes críticas das famílias das vítimas que acusam as autoridades de terem exagerado, nas suas declarações, a dimensão dos meios envolvidos em relação àqueles realmente presentes no local do acidente.
O número de mortos confirmados é agora de 188, mas 114 pessoas continuam desaparecidas, muito provavelmente no interior do navio que naufragou a 16 de abril, com 476 pessoas a bordo, das quais 325 estudantes liceais.
Onze dias após a tragédia, as equipas de salvamento perderam qualquer esperança de encontrarem sobreviventes e as famílias denunciam o ritmo a que, segundo estas, foram levadas a cabo as operações de recuperação dos corpos.


DN

LUSO-FRANCÊS SEQUESTRADO NO MALI ESTARÁ MORTO


Gilberto Rodrigues Leal – cidadão francês de descendência portuguesa estará morto.
Nascido em Portugal e acabado de se reformar, foi raptado em 2012 no Mali quando viajava com a sua caravana. O sequestro foi reivindicado na altura pelo Movimento para a Unicidade e a Jihad na África do Oeste (Mujao). Esta terça-feira, o mesmo grupo alertou a agência de notícias France-Press (AFP) para a morte do aventureiro. Foi através de um telefonema breve por parte de um representante do grupo islâmico com ligações a rede terrorista da al-Qaida que afirmou “ele está morto porque a França é nossa inimiga”. Apesar de não existirem provas materiais da morte de Rodrigues Leal de 62 anos, o ministério francês dos Negócios Estrangeiros considerou “bastante provável que o luso-francês esteja morto”. Há dois anos o Mali mergulhou no caos quando uma rebelião tuaregue desencadeou um golpe militar, que permitiu aos militantes islamitas ganhar terreno. O contexto político militar levou à intervenção das tropas francesas.
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domingo, 27 de abril de 2014

ANGELA MERKEL: PEDIU PARA RESPEITAR CIGANOS



Chanceler Alemã alertou para a necessidade de acabar com a discriminação que atinge as pessoas de origem cigana na Alemanha, defendendo que só “as leis não são suficientes” e que a luta contra o racismo e antissemitismo constitui “um trabalho diário”. A Chanceler da Alemanha salientou que quando se analisa a biografia de muitos ciganos, vê-se como contribuíram com sucesso para a sociedade alemã.

AFINAL: O IRAQUE CONTINUA DEBAIXO DE FERRO E FOGO


Vinte e oito mortos em ataque de extremistas.
Um grupo com ligações à Al-Qaeda foi responsável por um ataque bombista em Bagdade que provocou 28 vítimas mortais. As explosões aconteceram ontem à tarde durante um ato político de uma força Chita que se apresenta aos comícios parlamentares do próximo dia 30.

O grupo terrorista ISIL, que agrupa militares Sírios e Iraquianos revindicou a autoria do atentado, anunciou a agência France Presse.    

PRESIDENTE DE MOÇAMBIQUE MANDA RECADOS: A EUROPA NÃO TEM UMA "VARINHA MÁGICA" PARA A NOSSA ÁFRICA


Em Moçambique, o ritmo de crescimento anual tem rondado os 8% nos últimos anos, em parte devido à descoberta de reservas energéticas. Porém, metade dos 25 milhões de habitantes vive na pobreza. Contrastes abordados pela euronews com o Presidente Armando Guebuza, durante a cimeira UE-África, em Bruxelas.

Isabel Marques da Silva/euronews (IMS/euronews): “Esta cimeira União Europeia-África quer passar de um modelo de ajuda para um modelo de investimento e comércio, nomeadamente com o setor privado. No que é que isso se vai traduzir?”

Armando Guebuza/Presidente de Moçambique (AG/Presidente de Moçambique): “Um dos nossos setores tradicionais é o da agricultura, onde a produtividade está a aumentar. Isso já é um passo importante e gera a necessidade de criar agroindústria. Isso gera, ainda com mais acuidade, a necessidade de termos infraestruturas para poder alimentar esses processos. E também há o turismo. África é um centro turístico importante, não só pelas praias, mas sobretudo pela natureza, pela fauna bravia, etc”.

IMS/euronews: “E qual seria o papel dos europeus, nomeadamente nesta nova pareceria de comércio e investimento? Qual é o modelo que seria desejável para otimizar esse crescimento?”

AG/Presidente de Moçambique: “O que a Europa pode e deve continuar a fazer é apoiar-nos, sobretudo, nas infraestruturas, na formação e no combate às doenças perigosas. Em Moçambique está-se a trabalhar, numa fase ainda pouco avançada, na pesquisa da vacina contra a cólera para as crianças. A mão da Europa tem sido muito forte no apoio à criação das instituições. Moçambique tem hoje mais de 40 instituições de ensino superior distribuídas por todas as províncias”.

IMS/euronews: “O facto é que a taxa de pobreza não tem decrescido como seria de esperar. Metade da população ainda vive na pobreza. Os transportes, o acesso à água e à eletricidade é algo para a elite. Ora se há mais dinheiro disponível, porque é que não há mais serviços?”

AG/Presidente de Moçambique: “A atitude das pessoas não muda só porque houve um crescimento repentino de 10% ou 15%. A distribuição de riqueza não se faz em termos aritméticos nem matemáticos, faz-se criando empregos, hospitais, infraestruturas, etc. Cada uma dessas coisas leva muito tempo a construir. Apesar do crescimento que África está tendo, ainda necessita, por exemplo, para fazer uma estrada asfaltada de 100 ou 200 quilómetros, de grandes investimentos que não estão a seu dispor. Mesmo na Europa e noutros países desenvolvidos a crise tem a ver com falta de emprego. Não pode dizer-se que é falta de dinheiro, de recursos! Tem os recursos mas não a ponto de absorver toda a mão-de-obra. Nós, que estamos a começar a crescer, obviamente não podemos ver de um ano para o outro esse desenvolvimento”.

IMS/euronews: “Vemos também uma grande onda migratória vinda de África, apesar da ideia de que a Europa é uma fortaleza. Muitas pessoas ainda morrem no caminho para a Europa e há muitas redes de tráfico de seres humanos. Como pensa que deve ser resolvido esse problema?”

AG/Presidente de Moçambique: “O problema é socioeconómico. O que se deve fazer é criar mais empregos, investir no melhoramento das condições de vida, continuar o reforço na formação técnico-profissional, na formação universitária e nas infraestruturas. Isso vai travar as pessoas de saírem de África para a Europa ou para qualquer outro continente à procura de melhores condições de vida”.

IMS/euronews: “Voltando à questão dos recursos naturais como uma fonte de riqueza. Moçambique é muitas vezes apontado como um novo “Eldorado” devido às recentes descobertas energéticas. Mas essa “bênção” transforma-se, em muitos países, num “presente envenenado” que leva à escalada da corrupção, mais conflitos armados, devastação ecológica. Como é que Moçambique e outros países que fazem estas descobertas podem evitar esse cenário? E podem as parcerias com os europeus ajudar a evitá-lo?”

AG/Presidente de Moçambique: “O problema dessas descobertas de recursos mostra, na essência, que temos insuficiências grandes na área do conhecimento, tecnologia e ciência porque já as deveríamos ter descoberto antes. Também temos grandes deficiências no acesso ao capital porque já poderíamos ter feito uso dele há mais tempo. O que temos de fazer agora é usar essas descobertas – apoiados em investimentos da Europa -, para criar mais recursos que possamos investir. O que se ganhar em termos de impostos e oportunidades de negócio deve ser utilizado para enriquecer o orçamento”.

IMS/euronews: “Queria falar agora sobre a paz no continente africano. A UE é um dos maiores contribuintes para missões de pacificação, de que são exemplo recente a República Centro-Africana e o Mali. Ao longo de 10 anos foram transferidos 1200 milhões de euros para a chamada “Facilidade de Apoio à Paz” em África, mas o continente parece incapaz de prevenir e de resolver os conflitos armados”.

AG/Presidente de Moçambique: “A África tem consciência de que há problemas, a África move-se quando há problemas e tenta antecipar e prevenir os problemas que surgem mas, obviamente, trata-se de questões humanas ligadas a problemas socioeconómicos e culturais, ligadas a conflitos seculares entre certos setores da população. Não se resolvem porque se dá mais um bilião de dólares!”

IMS/euronews: “Mas estas missões são úteis?”

AG/Presidente de Moçambique: “Fazem parte da solução, mas não são a solução. Sim, precisamos de continuar a ter o apoio da Europa. Mas não pensemos que o apoio da Europa é uma varinha mágica que resolve todos os problemas! Oxalá fosse!”

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WADE VOLTOU AO SENEGAL (NANGA DEFF) AO FIM DE DOIS ANOS


Depois de dois anos de exílio, ex-chefe de Estado do Senegal está de regresso a casa. 
Abdoulaye Wade deixou o país após a derrota nas presidenciais onde concorria a um terceiro mandato. Volta ao Senegal numa altura em que o filho, Karim Wade, ser prepara para ser julgado por enriquecimento ilícito. Aos apoiantes que o aguardavam, em Dacar, apresentou outro argumento: “O que mais pesou na minha decisão foi saber que a população estava a sofrer e que nada mais lhe resta.” O avião fretado pelo político de 87 anos partiu de Paris e fez escala em Casablanca, mas de acordo com Wade só teve autorização para voar no espaço aéreo do Senegal e para aterrar ao fim de 48 horas. Os apoiantes que aguardavam pela chegada do ex-presidente acabaram por se envolver em confrontos com a polícia. Imagens que fazem lembrar os tumultos de 2012 originados com a candidatura de Wade a um terceiro mandato, contrariando a própria Constituição.
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