segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

Governo guineense quer saber o que fazem as ONG no interior do país

O Governo da Guiné-Bissau quer saber, "em detalhe, a natureza e os fins" das Organizações Não-Governamentais (ONG) que atuam no interior do país, afirmou hoje o ministro da Administração Territorial, Fernando Dias.

Fernando Dias, cujo ministério coordena as ações das autoridades políticas nas nove regiões e 37 setores que compõem a Guiné-Bissau, reuniu-se hoje com os governadores regionais e quadros do seu pelouro para lhes transmitir diretrizes para o novo ano.

Entre as novas orientações, o ministro pediu maior colaboração e coordenação dos administradores setoriais com os governadores e destes com os responsáveis de outras estruturas do Estado.

Fernando Dias exortou os governadores e os administradores a recolherem "toda a informação" sobre a natureza e os objetivos das ONG que atuam nas suas áreas de jurisdição.

"Há muitas ONG que operam, fazem relatórios para os seus parceiros, mas nunca dizem ao Governo local o que fazem", observou o governante, propondo reuniões periódicas com as direções daquelas organizações e ainda um seguimento das suas atividades.

"É inaceitável que as ONG atuem sem o conhecimento do Estado. E se um dia se vier a descobrir que afinal a sua atuação vai contra os ideais do Estado da Guiné-Bissau, a responsabilidade é do governador", alertou Fernando Dias.

O ministro sublinhou, no entanto, que as ONG "são parceiros importantes" do governo local e do próprio Estado da Guiné-Bissau.

Conosaba/Lusa

Dia da Mulher Guineense/PAIGC encoraja mulheres guineenses a aproveitarem a oportunidade de conquistar lugares que merecem

Bissau, 31 jan 22 (ANG) – O Secretário Nacional do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) encorajou as mulheres do partido, reagrupados na União Democrática das Mulheres (UDEMU) e todas mulheres guineenses em geral à aproveitarem esta oportunidade única de conquistarem os lugares que merecem, enquanto pilares de qualquer sociedade clássica, que aposta no bem-estar e na prosperidade dos seus cidadãos.

Ali Hijazi fez este encorajamento no acto oficial do evento comemorativo do Dia da Mulher Guineense, assinalado no Domingo 30 de janeiro, sob o Lema "Mulher Guineense Enquanto Promotora da Democracia e do Desenvolvimento".

Surtentou que, as mulheres para serem pilares de qualquer sociedade clássica, não basta somente a luta que tem travado para eliminar os preconceitos de estigma e discriminação, mas é preciso que elas apostem na formação, dedicação e participação nas actividades que dão acesso as esferas da decisão e liderança.

Aquele responsável realçou o papel determinante que as mulheres têm tido nas diferentes etapas da Luta da Guiné-Bissau, reiterou que a mulher guineense cumpriu até aqui a missão que lhe foi confiada nas diferentes etapas da afirmação da Guiné-Bissau como Estado livre e independente.

“Contudo, um grande desafio foi projectado a vossa frente, com a aprovação da Lei da Paridade em 2018, que vem incentivar a vossa luta para estarem nos lugares de decisão com uma quota de participação de 36 por cento, dando o vosso contributo no desenvolvimento do país”, sustentou Ali Hijazi.

Disse que o lema das comemorações, para além de constituir um desafio para as mulheres do seu partido configura um despertar de consciências, sobre a atenção que a camada feminina deve merecer em reconhecimento das suas acções e conquistas em três etapas diferentes.

“O papel histórico e heróico para obtenção da independência, lutando lado a lado com os homens, numa epopeia em que se evidenciaram as heroínas como Tigtina Sila, Canhe Nantungue, Tereza Badinca, Carmem Pereira, entre outras figuras destacadas na Luta do Povo contra o jugo colonial”, frisou.

Acrescentou ainda a sua contribuição na luta para a afirmação da Democracia e do Estado de Direito democrático; finalmente, o seu engajamento no desenvolvimento, assumindo-se como um verdadeiro activo na economia informal “ no qual temos a destacar mulheres micro-empreendedoras como comerciantes, bideiras, entre outras actividades económicas) assegurando não só o sustento nos respectivos agregados, mas contribuindo, igualmente, para a economia do país”.

Hijazi sublinhou que, enquanto um dos dirigentes do PAIGC, inspirados no pensamento de Amílcar Cabral e nas orientações políticas do Presidente do partido Domingos Simões Pereira, frisando que, os caminhos e as portas estão abertas para as mulheres do referido partido assumirem a responsabilidade do país.

Afirmou que, para este desiderato, devem saber encarar a aposta na formação e auto-conhecimento como metas e seja capazes de revelarem mais determinadas nas actividades politicas, sociais e económicas.

Terminou o seu discurso com a homenagem a todas as mulheres guineenses, em jeito de reconhecimento do papel cívico que tem tido na consolidação da jovem democracia, assim como a contribuição que têm tido como um dos principais activos da Economia e do processo do Desenvolvimento da Guiné-Bissau.

Conosaba/ANG/DMG/ÂC

GOVERNO GUINEENSE, QUER REALIZAR PRÓXIMAS ELEIÇÕES DENTRO DO PRAZO

O governo da Guiné-Bissau pretende que o recenseamento eleitoral seja realizado dentro do prazo previsto pela lei. Isso irá diminuir futuras pressões exercidas sobre a entidade organizadora das eleições.

A pretensão do executivo foi transmitida pelo ministro da Administração Territorial na abertura da primeira reunião do conselho diretivo alargado.

Fernando Dias disse que o ministério que dirige está pronto para o recenseamento eleitoral, mas agora falta a parte financeira.

Em relação às autarquias, o titular da pasta da Administração Territorial disse é necessário a realização da autarquia no país mas não existe a vontade política uma vez que no orçamento geral do estado não está contemplado.

Nos últimos tempos tem-se falado sobre a necessidade da realização da autarquia que segundo as vozes é única via para evitar as cíclicas crises que o país tem confrontado.

INTERFERÊNCIAS OCULTAS

O ministro da Administração Territorial denunciou ainda a interferência oculta de outras estruturas do governo nos assuntos do seu ministério, por isso pede a intervenção urgente do Presidente da República e do Primeiro-ministro.

Fernando Dias pede cada ministro que respeite a sua área de jurisdição para evitar o possível problema, porque tem Estado a observar a interferência de outros ministérios.

Em relação a nomeação dos governadores, Fernando Dias disse que dentro em breve serão conhecidos os governadores uma vez que chegarão a um consenso com os partidos que sustentam o governo.

A primeira reunião do conselho diretivo alargado do ministério da Administrador Territorial contou com a presença do Inspetor-geral, Secretário-geral, Directores-gerais, Presidente, Vice-presidente da CMB, GTAPE, conselheiros e assessores do ministro, governadores regionais interinos, administradores e secretários regionais e sectórias.

Por: Elisangila Raisa Silva dos Santos / Marcelino Iambi/radiosolmansi com Conosaba do Porto

Ontem, Muadem G15, em Bissau, comemorou o dia 30 de Janeiro, dia da mulher guineense na sua sede nacional.

Deposição de coroa na campa da Heroína Carmem Pereira. Primeira Mulher Presidente da Assembleia Nacional.
Madem-G15 Movimento para Alternância Democrática
Com animação Cultural dos músicos, Sambala Kanute Du Mainkas , Seco Camara, Bubexe conquistador ,Ju Kendo e Zé Nuno, também houve apresentação de pratos típicos tradicional da Guiné-Bissau, por fim foi realizado passagem de modelo.

Deposição de coroa na campa da Heroína Isabel Buscardine, membro fundador do MADEM-G15, combatente da liberdade da pátria.


Deposição de coroas de flores na praça da Heroína Titina Sila.




O Presidente da República General de Exército Umaro Sissoco Embaló, recebeu hoje, em audiência o Músico Guineense Zé Manel Fortes que entregou ao Chefe de Estado o seu mais recente trabalho, o álbum " nha alma”.

 






Após um ano da sua morte: INAUGURADA A CLÍNICA “BERNARDO MÁRIO CATCHURA”

A clínica “Bernardo Mário Catchura” foi inaugurada na tarde de sábado, 29 de janeiro de 2022, no bairro de Antula, em Bissau. Uma iniciativa privada de “amigos-irmãos” dirigida pelo jurista e músico, Lesmes Monteiro, em homenagem ao malogrado jurista, músico e ativista social, Bernardo Mário Catchura falecido a 29 de janeiro de 2021, vítima de doença numa clínica privada.

O aniversário do desaparecimento físico do jurista e músico foi celebrado com várias iniciativas, levadas a cabo pela associação de filhos de Suzana (AOFAS) e pelo agrupamento musical “Cientista Realista” do qual o malogrado fazia parte: palestra sobre a vida e obra do malogrado, conferência de imprensa para exigir responsabilidade ao Estado no sentido de criar as condições técnicas para os hospitais e por último a inauguração de uma clínica para atender as pessoas carenciadas, particularmente mulheres e crianças.

O promotor da iniciativa, Lesmes Monteiro, explicou que no ano passado recorreu a um empréstimo a um dos bancos comerciais de Bissau com objetivo de iniciar a construção da sua casa, mas que “do nada surgiu outra ideia de abrir um consultório clínico em homenagem ao irmão Bernardo Catchura”, para ajudar a salvar as vidas das pessoas em dificuldades.

“Perdemos o Bernardo há um ano. Temos a convicção que o Bernardo morreu por negligência médica e parte da responsabilidade dos detentores do poder que têm a missão de garantir a saúde para a população”, disse.

Assegurou que a iniciativa é dele e conta com outra sócia – Nadia Pinhel Sami, radicada no Reino Unido.

Por sua vez, o médico especialista em ginecologia, Abel da Silva explicou na sua intervenção que a clínica vai prestar serviços de ginecologia e obstetrícia, ligadas a grávidas e a mulheres inférteis, também contará com os serviços da medicina interna, pediatria, entre outros.

“O nosso objetivo é trabalhar para merecer a confiança das populações e evitá-las deslocarem-se para Ziguinchor ou Dacar”, contou.

Salienta-se que Bernardo Mário Catchura foi jurista e rapper de intervenção. Liderou o Movimento de Cidadãos Conscientes e Inconformados, que promoveu várias manifestações de rua contra o então regime político e a má gestão do erário público. O jurista que padecia de uma doença acabou por morrer por alegada falta de assistência médica e de oxigénio no hospital nacional Simão Mendes, o que o obrigou a procurar uma clínica privada onde acabou por falecer.

Por: Assana Sambú
Conosaba/odemocratagb

PR da Guiné-Bissau promulga Lei de Orçamento Geral de Estado

O Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, promulgou hoje a Lei de Orçamento Geral do Estado para este ano, segundo uma nota à imprensa divulgada pela Presidência guineense.

"O Presidente da República da Guiné-Bissau, General Umaro Sissoco Embaló, promulgou, hoje, dia 31 de janeiro de 2022, a Lei de Orçamento Geral do Estado para o ano de 2022", refere a nota.

O Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2022 da Guiné-Bissau foi aprovado no parlamento em dezembro.

A proposta do Orçamento Geral do Estado para 2022 tem o valor de cerca de 246 mil milhões de francos cfa (cerca de 375 milhões de euros), contra os 386 milhões de euros aprovados em 2021.

O OGE regista um défice de cerca de 67 mil milhões de francos cfa (cerca de 102 milhões de euros).

A proposta apresentada pelo Governo prevê um maior controlo nas despesas com impacto na massa salarial, nomeadamente a "suspensão de novas admissões, contratações, reclassificações, equiparações, promoções, movimentação do pessoal diplomático e mudanças de categoria".

O orçamento vai também "limitar a concessão de isenções fiscais e aduaneiras, mais especificamente sobre os combustíveis" e restringir "novas obras de reabilitação com exceção das áreas sociais" e "despesas de aquisição de bens e serviços".

Dos 246 mil milhões de francos cfa, 56,8% são destinados a despesas correntes com salários, bens e serviços, juros e transferências, 29% a despesas de investimento e 14,2% a encargos do Tesouro Público.

Conosaba/Lusa

PM da Guiné-Bissau felicita António Costa por maioria absoluta

Foto/arquivo
O primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Nuno Gomes Nabiam, felicitou hoje o seu homólogo português, António Costa, pela vitória do PS nas legislativas de domingo com maioria absoluta.

"Foi com enorme satisfação que tomei conhecimento da vitória, com maioria absoluta, do PS nas eleições legislativas", refere Nuno Gomes Nabiam, numa carta enviada ao secretário-geral do PS, e divulgada à imprensa.

Segundo o primeiro-ministro guineense, a vitória do PS "foi um claro e muito expressivo voto de confiança do povo português" nas "capacidades de liderança" de António Costa "para continuar a caminho do desenvolvimento sustentável" de Portugal.

O PS alcançou a maioria absoluta nas legislativas de domingo e uma vantagem superior a 13 pontos percentuais sobre o PSD, numa eleição que consagrou o Chega como a terceira força política do parlamento.

Com 41,7% dos votos e 117 deputados no parlamento, quando estão ainda por atribuir os quatro mandatos dos círculos da emigração, António Costa alcança a segunda maioria absoluta da história do Partido Socialista, depois da de José Sócrates em 2005.

O PSD ficou em segundo lugar, com 27,80% dos votos e 71 deputados, a que se somam mais cinco eleitos em coligações na Madeira e nos Açores, enquanto o Chega alcançou o terceiro lugar, com 7,15% e 12 deputados, a Iniciativa Liberal (IL) ficou em quarto, com 5% e oito deputados, e o Bloco de Esquerda em sexto, com 4,46% e cinco deputados.

A CDU com 4,39% elegeu seis deputados, o PAN com 1,53% terá um deputado, e o Livre, com 1,28% também um deputado. O CDS-PP alcançou 1,61% dos votos, mas não elegeu qualquer parlamentar.

A abstenção desceu para os 42,04% depois nas legislativas de 2019 ter alcançado os 51,4%.

Conosaba/Lusa

Nuno Gomes Nabiam- Primeiro Ministro da República da Guiné-Bissau


Acabo de enviar uma mensagem de
felicitações
calorosas ao Senhor Secretário Geral do Partido Socialista Português, Dr. António Costa, pelo notável e brilhante vitória nas eleições legislativas deste domingo em Portugal.
GOVERNAR PARA TODOS
3️⃣1️⃣ 0️⃣1️⃣ 2️⃣0️⃣2️⃣2️⃣✔



PS arrasa nas legislativas portuguesas e vence com maioria absoluta

 

António Costa consegue vitória esmagadora

Partido Socialista venceu categoricamente as legislativas portuguesas e António Costa não se coibiu de anunciar a maioria absoluta durante o discurso da vitória, afirmando que os socialistas tinham eleito "117 ou 118" deputados. Declarações efetuadas quando os números oficiais avançados pelo Ministério da Administração Interna não davam mais do que 112 mandatos ao PS.

O evoluir da noite deu razão ao líder socialista, só em Portugal conseguiram eleger 117 deputados para a Assembleia da República, faltando ainda apurar os quatro deputados provenientes dos círculos eleitorais dos emigrantes.

António Costa prepara-se assim para liderar o governo português durante mais quatro anos mas apesar da vitória esmagadora, com mais de 2,2 milhões de votos, lembrou que ""uma maioria absoluta não é poder absoluto, não é governar sozinho".

Costa sublinhou que será uma maioria de diálogo e anunciou que irá promover reuniões com todos os partidos... exceto com o Chega. O partido de André Ventura foi o outro grande vencedor da noite e assumiu-se como a terceira força política no parlamento.

A direita populista conseguiu eleger 12 deputados, mais do que Bloco de Esquerda (5) e CDU (6) juntos. A "geringonça" quebrou pelas partes mais frágeis, dando origem a uma nova máquina à esquerda, agora sem peças amovíveis.

Na hora da derrota, quer os bloquistas quer os comunistas justificaram o resultado com a "bipolarização artificial" que resultou num voto útil no PS. Uma justificação que não apaga a péssima noite eleitoral para as duas forças de esquerda, ultrapassadas ainda pela Iniciativa Liberal.

O partido de João Cotrim Figueiredo é agora a quarta força política no hemiciclo, numa prova de que a direita portuguesa está a mudar. Chega e Iniciativa Liberal conseguiram resultados esmagadores enquanto os tradicionais PSD e CDS-PP viveram um verdadeiro pesadelo.

Nos social-democratas, Rui Rio assumiu a derrota e colocou o seu futuro nas mãos do partido. Admitiu, no entanto, que não considerava que conseguisse ser útil ao partido perante quatro anos de maioria absoluta socialista. Também aqui se justificou a derrota com o voto útil nos socialistas.

O outro grande derrotado da noite foi o CDS-PP. Se em tempos, os democratas cristãos foram conhecidos como o "partido do táxi" por terem quatro deputados na Assembleia, desta vez "perderam o táxi"e ficaram sem representação parlamentar. Nunca tinha acontecido na história da democracia portuguesa e como resultado, Francisco Rodrigues dos Santos pediu a demissão.

Por fim, PAN e Livre elegeram um deputado cada. No caso dos ecologistas, perderam um deputado relativamente às eleições de 2019. Já o Livre manteve a sua representação no hemiciclo, conseguindo eleger Rui Tavares por Lisboa.

Conosaba/pt.euronews

- PS vence legislativas com maioria absoluta
- Chega assume-se como terceira força política
- Bloco de Esquerda e CDU juntos têm menos deputados que o Chega
- Rui Rio admite que não será útil ao PSD com um governo socialista de maioria absoluta
- CDS-PP fica de fora da Assembleia da República pela primeira vez em democracia

PCP reúne Comité Central na terça-feira para analisar resultados das eleições

O Comité Central do PCP vai reunir-se na terça-feira para analisar a situação político-social do país, os resultados das eleições legislativas de domingo, assim como a ação e iniciativa política do partido, foi hoje anunciado.

De acordo com uma nota divulgada, a reunião está prevista para terça-feira e as conclusões serão apresentadas na quarta-feira, às 11:00, pelo secretário-geral comunista, Jerónimo de Sousa, na sede do PCP, em Lisboa.

A CDU registou no domingo o seu pior resultado em eleições legislativas, perdendo metade dos deputados, incluindo os `pesos pesados` comunistas João Oliveira e António Filipe, e o PEV ficou sem representação na Assembleia da República.

Foi o pior resultado desde 1976. A Coligação Democrática Unitária (CDU), que integra o PCP, o Partido Ecologista "Os Verdes" (PEV) e a associação Intervenção Democrática, perdeu seis dos 12 deputados que tinha desde as anteriores legislativas, há dois anos.

Com 99,13% dos resultados apurados, a CDU obteve 4,39% dos votos, ou seja, 236.635, e ficou pela primeira vez abaixo dos 300.000 votos, de acordo com os dados disponibilizados pelo Ministério da Administração Interna (MAI).

Conosaba/Conosaba

Legislativas: Mesa Nacional do BE reúne-se sábado para analisar resultados eleitorais

A Mesa Nacional do BE reúne-se sábado para analisar os resultados eleitorais dos bloquistas nas legislativas, o pior em 20 anos, com a perda de metade dos votos e a eleição de apenas de cinco dos 19 deputados.

Fonte oficial do BE adiantou à agência Lusa que esta reunião do órgão máximo do partido entre convenções será no sábado, no final do qual haverá a habitual conferência de imprensa da coordenadora do BE, Catarina Martins.

Hoje, e conforme noticiado pela Lusa, a Comissão Política do BE reúne-se com o mesmo propósito, ou seja, analisar os resultados eleitorais do partido nas eleições de domingo, cuja derrota e mau resultado foi já assumido por Catarina Martins.

Segundo os dados provisórios, os bloquistas caem de terceira para quinta força política em percentagem de votos (se a conta for feita em deputados passam mesmo a ser o sexto partido), tendo 4,46% resultantes dos 240.265 votos, quando faltam apenas apurar os resultados dos círculos da emigração.

No final das duas semanas de campanha, os objetivos do Bloco de Esquerda (BE) estavam bem traçados: manter-se como terceira força política, evitar a direita no poder e conseguir uma solução governativa à esquerda com um acordo de legislatura com o PS.

Na noite de domingo, estas metas saíram goradas -- à exceção da derrota da direita - e as eleições foram um desaire para o partido de Catarina Martins que desde 2015 tinha 19 deputados e na legislatura que agora irá começar ficará apenas com cinco.

Com cerca de metade dos votos de 2019, o BE passa a ter representação apenas em Lisboa (dois deputados), Porto (dois deputados) e Setúbal (uma deputada) - todos círculos eleitorais em que perdeu mandatos -, deixando ainda de ter eleitos por Coimbra (José Manuel Pureza está de saída do parlamento), Aveiro, Braga, Santarém, Faro e Leiria.

É preciso recuar a 2002 - quando o partido tinha apenas três anos de existência -, para encontrar um resultado pior do que aquele que domingo foi expresso pelos votos (então 2,75% e 149.543 votos).

Conosaba/Lusa

domingo, 30 de janeiro de 2022

Empossado posse o novo Presidente da União Nacional dos Imames da Guiné-Bissau.

Vídeo: RadioBantaba Aladje Tcherno Suleimane BALDÉ toma posse como novo Presidente da União Nacional dos Imames da Guiné-Bissau.
O Presidente da República General de Exército Umaro Sissoco Embaló, participou, hoje, na Cerimónia de tomada de Posse do Sr. Shik Aladje Tcherno Suleimane Baldé, novo Presidente da União Nacional dos Imames da Guiné-Bissau (UNI-GB).















X° Congresso do PAIGC: MARTILÉNIO DOS SANSTOS PROMETE REDUZIR SALÁRIO DE TITULARES DA SOBERANIA SE VENCER LEGESLATIVAS

[ENTREVISTA_janeiro 2022] Um dos candidatos ao congresso do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Martilénio Fernando dos Santos, disse que se for eleito presidente do PAIGC e assumir as rédeas de governação vai reduzir os salários dos titulares dos órgãos da soberania para 75 por cento e canalizar essa redução para os setores sociais, nomeadamente, a educação, a saúde e infraestruturas.

“O guineense comum tem que sentir essa redução na educação, na saúde e nas infraestruturas, ou seja, reduzir e canalizar esses fundos para os setores sociais, bem como criar mecanismos de financiamento das mulheres, perspetivas práticas da governação”, assegurou o Coordenador cessante da Coordenação Nacional dos Quadros Técnicos e Amigos e Simpatizantes do PAIGC (CONQUATSA), durante a entrevista ao jornal O Democrata, para falar do seu projeto político para a candidatura à liderança do PAIGC.

“É verdade que estamos aqui para apresentar uma alternativa. O camarada Domingos Simões Pereira tentou fazer o trabalho que ele se propôs fazer no PAIGC, mas os resultados são os que todos nós conhecemos. Ele terá para sempre um lugar reservado no partido tal como Carlos Gomes Júnior, João Bernardo Vieira, Francisco Benante, porque escolhemos o slogan “todos contam”, significa que todas as pessoas que tiveram o privilégio de terem sido presidentes do PAIGC terão sempre um lugar reservado na história do PAIGC, mas isto também pode ser alargado a outros presídios do partido”, notou.

O Democrata (OD): Se for eleito presidente do Partido, por onde começaria para mudar a gestão do partido?

Martilene Fernando dos Santos (MFS): É uma questão importante. Repara, se tudo estivesse a correr bem, se calhar não haveria a necessidade de estarmos a concorrer para a liderança e para apresentar uma alternativa ao partido. A nossa disposição para concorrer neste momento para liderar o partido é porque reconhecemos que de fato precisa de novos ventos e novos horizontes.

A nossa ambição vem da ligação de mais de trinta anos que nós, estou a falar da minha pessoa e de muitos meus colegas. Temos uma ligação forte com o partido e temos acompanhado o partido desde a abertura democrática. Olhando para esse período, entendemos que tem que voltar a estar no seu lugar. Onde o partido está hoje não nos agrada e não podemos conformarmo-nos com isso. Daí a força e motivação de nos mobilizarmos a todos. Quando digo isso não estou a falar apenas de uma geração combatente da democracia, não.

Estou a falar sim de uma geração que requer inclusão de toda a juventude de forma transversal, nomeadamente, dos nossos combatentes da liberdade da pátria, da nossa juventude e das nossas mulheres, porque no nosso entendimento todos os militantes, simpatizantes, amigos e todos os guineenses, em particular os que têm alguma afinidade com o PAIGC, têm que dar essa contribuição, mas temos que ter a capacidade de valorizar essa contribuição de aumentar a motivação dos nossos camaradas, fazer com que se sintam valorizados e que o PAIGC está onde está hoje graças aos seus esforços. Se conseguirmos mobilizar esses camaradas e juntar todas essas forças, vamos conseguir voltar a pôr o PAIGC no devido lugar.

A nossa candidatura prende-se com essa motivação de voltarmos a pôr o PAIGC no seu lugar, com base em alguns pressupostas e prioridades, bem como o reposicionamento ideológico do PAIGC. O nosso partido conseguiu a sua grande conquista, se calhar a sua maior conquista, a independência que nos concedeu a nacionalidade e cidadania, através de uma combinação feliz entre o campo e a cidade. Hoje assistimos a algumas deslocações do PAIGC de algumas das suas bases políticas e ideológicas. A nossa ligação com o partido não tem a ver só com a militância, mas também com o exercício que temos vindo a fazer dentro das estruturas do PAIGC.

Tivemos o privilégio de dirigir a juventude do PAIGC na abertura democrática. Depois disso, desempenhei por dez anos a função de vice-presidente da maior estrutura do partido que é o Setor Autónomo Bissau (SAB). Atualmente, sou coordenador do Conselho dos quadros do partido. Tudo isso dá-nos algum conforto e temos que ter a capacidade de transmitir essa mensagem.

OD: Martilene dos Santos o que quer mudar exactamente no PAIGC?

MFS: Mudar a maneira de tratar os nossos camaradas, fazê-los sentirem que são parte do processo. Tem sido uma coisa crónica entre as situações crónicas no PAIGC. Por exemplo, ganhamos as eleições e perdemos, não temos conseguido preservar as nossas conquistas e as nossas vitórias. Temos que ter as capacidades para mobilizar e motivar os nossos camaradas que conseguem ganhar as eleições para o exercício do poder político. Se não conseguirmos fazer essa transposição, esse acompanhamento e fazer esses camaradas sentirem esse exercício do poder, perdemos rapidamente o poder. O poder tem três fases: a fase da conquista, da preservação e da perda.

OD: O PAIGC não tem conseguido preservar o que ganha. O que tem falhado?

MFS: Mais uma vez tem a ver com a gestão dos nossos recursos, recursos internos. Se assumir o PAIGC, vamos conseguir salvaguardar essas partes que têm a ver com a conservação do poder, porque se ganharmos o congresso, a partir do 20 de fevereiro, vamos mobilizar todas as forças vivas deste país e vamos estabelecer uma agenda nacional sob a liderança do PAIGC, incluindo outras formações políticas e a sociedade civil e não é apenas uma mensagem, porque isso decorre da nossa convicção.

OD: Agora critica-se de fora e a nível interno a liderança de Domingos Simões Pereira. Tem alguma opinião sobre isso?

MFS: Acho que o camarada Domingos Simões Pereira tem feito um esforço para liderar o partido. É verdade que estamos aqui para apresentar uma alternativa, mas o camarada Domingos Simões Pereira tentou fazer o trabalho que ele se propôs fazer no PAIGC, mas os resultados são os que todos nós conhecemos. Ele terá para sempre um lugar reservado no partido tal como Carlos Gomes Júnior, João Bernardo Vieira, Francisco Benante, porque escolhemos o slogan “todos contam”, significa que todas as pessoas que tiveram o privilégio de terem sido presidentes do PAIGC terão sempre um lugar reservado na história do PAIGC, mas isto também pode ser alargado a outros presídios do partido. Não temos nenhum interesse em ofuscar alguma referência dentro do partido. É verdade que cometeram falhas, mas também fizeram algo de bom para o partido.

OD: Neste momento é inegável que há divergências internas no partido. Qual é o foco dessas divergências?

MFS: Mais uma vez, se falar disso, falarei da minha experiência pessoal de trinta anos no partido. Essa experiência permitiu-me conhecer essas situações todas. Isso coloca-nos a nós, à nossa geração, numa posição de algum conforto. Sou candidato por isso estou comprometido com a causa do PAIGC, não me candidatei só para me candidatar. É verdade que há divergências internas no partido. O PAIGC é uma estrutura partidária muito grande, mas temos que ter a capacidade de lidar com as diferenças.

OD: O PAIGC precisa de um rosto novo. Quem será a figura ideal para dirigir o partido e levá-lo à vitória nos embates eleitorais?

MFS: Somos nós, no nosso projeto todos contam. Serei o melhor presidente. Não sei dizer se DSP foi ou não um bloqueio ao PAIGC, mas sei dizer que tem feito um esforço e devemos valorizar esse esforço. Ele estará sempre ligado à história do partido. É verdade que o partido precisa de um novo rosto.

OD: Tem havido críticas ao Domingos Simões Pereira. Muitos militantes acusaram-no de ter dado mais poderes à diáspora do que as bases?

MFS: Não sei dizer se é ou não. Sou suspeito ao falar disso. Fui o primeiro responsável pela criação da primeira célula do PAIGC na diáspora, ou seja, da criação da primeira estrutura do PAIGC na diáspora guineense. Então isto por si só já demostra a minha ligação com a diáspora. Não posso estar a aqui a dizer que deu mais poderes a diáspora do que as bases, porque a diáspora representa um número muito importante para nós. A diáspora elege dois deputados, mas a nível nacional temos 102 deputado e o nosso partido tem conseguido eleger esses deputados. Há que ter um equilíbrio, ter maior abertura para a nossa diáspora, para que se possa sentir que é também parte do processo.

OD: Tem-se reclamado a inclusão de jovens nos órgãos essenciais do partido. Defende a revisão dos estatutos do partido?

MFS: Os estatutos nunca são perfeitos. Por exemplo, a Constituição dos Estados Unidos da América vigora há mais de 200 anos. Nós não podemos estar a mudar os estatutos do partido em função da moda da pessoa, não. Isso não pode acontecer. Não posso chegar ao PAIGC e mudar os estatutos de acordo com a minha perspetiva. Os Estatutos são um conjunto de regras, um instrumento que nos regula a todos. Temos que nos adequar aos estatutos, não o contrário, sem prejuízo para algumas correções pontuais. O fundamental é termos um instrumento que nos regula a todos. No último congresso mudamos os estatutos e não podemos estar a fazê-lo de quatro em quatro anos. Afinal o que é que não estava certo?

A inclusão de jovens nos órgãos decisores do partido é uma questão muito importante, mas às vezes tenho medo de correr certos riscos. A razão principal da minha candidatura prende-se com a juventude. Quando vejo uma juventude com falta de esperança, fico inquieto. Nenhum partido pode almejar um futuro bom sem a juventude. A juventude sem escola e com um futuro duvidoso não pode almejar um futuro bom para um país. Queremos fazer que a juventude seja não só a força do desenvolvimento como também a força da mudança e do sentimento do bem-estar para que possamos ter uma sociedade mais próspera e inclusiva.

OD: O Comité Central reiterou a confiança na liderança de DSP à frente do partido e incentiva para candidatar-se a um terceiro mandato. Concorda com a decisão do Comité Central ou acha que DSP deve ser reservado à corrida presidencial?

MFS: Nesta questão que me colocou consegui explorar três partes: reiterar a confiança ao camarada presidente do partido para liderar o PAIGC até ao próximo congresso, sim. Todos concordamos com essa decisão, porque não podemos estar a incentivar subversões dentro do partido. Temos que permitir que o ciclo democrático interno corra regularmente, mas apoiá-lo a um terceiro mandato, não foi decidido. Sou membro do comité central do partido e todos sabem que eu apresentei uma carta de candidatura no partido junto da comissão eleitoral do congresso e foi comunicado na reunião do comité central, até porque não seria bom para a democracia. Ele terá sempre um lugar reservado no partido, por ter feito o que tem feito pata o partido.

OD: Os elementos subscritores da carta aberta o correm risco de serem sancionados pelo PAIGC, de acordo com a decisão do Comité Central. Como interpreta esta decisão do Comité Central: democrático ou antidemocrático?

MFS: Infelizmente, desconheço integralmente essa vontade ou decisão do comité central. Sou membro do comité central e que não tem competências para sancionar. Quem sanciona é o conselho de jurisdição do PAIGC. Houve pronunciamento sobre aquela carta, mas é um direito que lhes assiste. Podemos avaliar a forma mais correta ou menos correta de avaliar as coisas, mas cada um tem o direito e a liberdade de questionar o funcionamento ou a gestão do partido.

OD: Depois de ter entregue a sua candidatura à comissão eleitoral do X congresso, fez algumas referências em relação à gestão do partido. Quer dizer que o PAIGC não tem sido gerido bem?

MFS: É óbvio que se tivesse sido gerido bem não estaria aqui para apresentar a minha candidatura. Estamos a trabalhar para voltar a pôr o PAIGC no seu lugar. A base da nossa candidatura é a inclusão, a combinação de todos. Na Guiné-Bissau, quem gere a economia familiar são as mulheres, portanto temos que ter a coragem e a capacidade de empoderá-las no sentido de trabalharem e participar na prosperidade da família. Se for eleito a partir do dia 20 de fevereiro, vou dizer aos camaradas e a todos os meus colegas que me acompanham nesta luta para assumirmos, todos, um período de sacrifício em prol de uma Guiné melhor, porque vamos assumir uma agenda nacional que nos levará à gestão eficiente da coisa pública da Guiné-Bissau.

O nosso sacrifício passa necessariamente pelo consentimento da redução para 75 %, dos salários dos titulares dos órgãos da soberania. Tem a ver com o rigor, porque não estamos a produzir. O guineense comum tem que sentir essa redução na educação, na saúde e nas infraestruturas, ou seja, reduzir e canalizar esses fundos para os setores sociais, bem como criar mecanismos de financiamento das mulheres, perspetivas práticas da governação. Não é uma inevitabilidade viver nessa pobreza, não! Estamos aqui para assumir isso a partir do dia 20 de fevereiro.

OD: É coordenador de CONQUASTSA. Como dirigiu esse órgão e que resultado conseguiu?

MFS: Foi para mim, um ensaio muito importante. Agora falar de CONQUATSA, sou um suspeito porque ao falar dessa estrutura estarei a gabar-me. Não faz muito meu jeito, falar de mim. CONQUATSA fez muitas realizações no partido e uma das maiores realizações, se calhar, a primeira e a única vez na história do partido, foi a organização da Universidade. Realizamos um seminário de capacitação de quadros, participamos na elaboração de último programa eleitoral do PAIGC, mas podíamos ter feito muito mais coisas.

OD: Se perder o congresso, vai lutar para a liderança da CONQUATSA?

MFS: Não devo dizer nunca, mas já dei a minha contribuição nessa estrutura do partido. Não sou a única pessoa. Tenho pessoas que me acompanham e que estão à altura de liderar CONQUATSA, mas tem que haver observância dos princípios da liberdade nas escolhas dentro do partido.

Por: Filomeno Sambú
Foto: Marcelo Na Ritche
Conosaba/odemocratagb