domingo, 24 de março de 2024

Brasil: ex-director da Polícia Civil detido por envolvimento no assassínio de Marielle Franco

Inauguração da estátua da falecida activista de direitos humanos Marielle Franco na praça Buraco do Lume, no centro do Rio de Janeiro, 27 de Julho de 2022. AFP - MAURO PIMENTEL

A Polícia Federal do Brasil deteve este domingo três suspeitos de envolvimento no assassínio da vereadora Marielle Franco e do seu motorista Anderson Gomes, em março de 2018, na sequência da delação do autor do homicídio, preso há dois anos.

O ex-director da Polícia Civil, Rivaldo Barbosa, o deputado federal Chiquinho Brazão e o seu irmão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, Domingos Brazão, foram detidos este domingo 24 de Março pela manhã, por envolvimento no assassínio da vereadora Marielle Franco e do seu motorista Anderson Gomes, em Março de 2018.

Esta operação ocorre na sequência da delação do ex-polícia Ronnie Lessa, autor do homicídio, no quadro de uma cooperação judicial. Os advogados que cuidavam da sua defesa abandonaram o caso a 20 de Março.

Ronnie Lessa, preso há dois anos, é um antigo agente da polícia do Rio de Janeiro e membro de milícias que actuam na cidade através do controlo de muitos dos negócios ilegais nas favelas.

Marielle Franco foi morta a tiro em 14 de março de 2018. A vereadora, do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), tinha 38 anos, era negra, lésbica, nasceu numa favela e toda a sua actividade política foi dedicada à defesa dos direitos humanos e ao combate aos grupos mafiosos que controlam dezenas de bairros do Rio de Janeiro.

A prisão dos três detidos, de carácter preventivo, foi ordenada pelo Tribunal Supremo Federal, que fiscaliza a investigação há pouco mais de um ano, quando passou para a esfera federal depois de cerca de cinco anos práticamente paralisada no Rio de Janeiro.

Para além destes três mandados de detenção, as autoridades cumprem 12 mandados de busca na capital carioca, numa operação coordenada pela Polícia Federal com apoio da Procuradoria-Geral da República e do Ministério Público do Rio.

Nas redes sociais, a ministra da Igualdade Racial do Brasil e irmã de Marielle Franco, Anielle Franco, reagiu à detenção escrevendo: “Hoje é mais um grande passo para obter as respostas que tanto nos perguntamos nos últimos anos: quem mandou matar Mari e porquê”.

Conosaba/rfi.fr/pt

Sem comentários:

Enviar um comentário