Apoiantes da coligação que apoia Bassirou Diomaye Faye, candidato da oposição às presidenciais do Senegal, durante a campanha eleitoral, em Dakar. No cartaz, Bassirou Diomaye Faye e Ousmane Sonko, no domingo 10 de Março de 2024.
Dakar, Senegal – A libertação de Ousmane Sonko e de Bassirou Diomaye Faye na noite de quinta-feira, teve um acolhimento ambíguo, pois enquanto apoiantes festejavam de júbilo, adversários políticos demonstravam nervosismo, dado o grande fervor popular de que goza aquela principal figura da oposição senegalesa.
Questionado sobre a libertação de Ousmane Sonko e de Bassirou Diomaye Faye na quinta-feira à noite e, dada a proximidade das eleições presidenciais previstas para o dia 24 de Março - caso não haja adiamento - o professor Oumar Diallo, da Universidade Cheikh Anta Diop, em Dacar, indicou que essa notícia tinha tido um duplo acolhimento, pois, ao passo que os seus apoiantes se congratulavam com isso, certos politicos do xadrez senegalês mostraram-se muito menos entusiastas, dada a enorme popularidade de Ousmane Sonko e, cuja influência, ainda que indirecta, na disputa às presidenciais, obviamente diminui potencialmente as suas chances de sucesso na contenda:
"É verdade que esta libertação dos dois líderes da oposição, toda a gente esperava por ela mas é uma libertação que não agrada a muita gente, quer a oposição, quer o regime actual, quer os diferentes candidatos. Há candidatos que preferiam não ver o Ousmane Sonko e o seu braço direito fora da prisão, pois isso vai diminuir a sorte deles, ou a chance deles conseguirem um bom posicionamento nas próximas eleições. E isso é um problema. Uma coisa é a sua libertação e - os simpatizantes de Ousmane Sonko estão todos eufóricos - mas na verdade, a sociedade está dividida quanto a esta libertação dos dois líderes da oposição."
De recordar que o anúncio da libertação de Ousmane Sonko e de Bassirou Diomaye Faye gerou grandes manifestações de entusiasmo por parte dos seus apoiantes, até tarde na noite de quinta-feira, pelas ruas de Dacar.
Entretanto a RFI já soube que o Supremo Tribunal do Senegal recusou-se hoje sexta-feira, a pôr em causa a data do processo para as eleições presidenciais - de 24 de Março, por achar "inaceitável" o pedido da oposição encabeçada por Karim Wade e seus aliados.
Enquanto o seu partido, o PDS, alega que o período anunciado para o escrutínio é demasiado curto, a mais alta jurisdição do Senegal acha que o decreto presidencial que define a data das eleições para 24 de Março, fê-lo dentro dos trâmites da lei.
Por: Nelson Nascimento
Conosaba/rfi.fr/pt/
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