A Liga Guineense dos Direitos Humanos convidou todos cidadãos e organizações da sociedade civil a engajarem-se num processo de identificar e denunciar qualquer tipo de discurso que incentive o ódio e a divisão ao nível étnico e género a fim de serem combatidos.
O convite foi lançado esta quarta-feira, 13 de agosto de 2025, pela primeira vice-presidente da Liga, Claudina Veigas, na cerimónia de abertura do ateliê de capacitação de dois dias sobre o discurso de ódio Online e Offline, sob o lema “Monitorização do Discurso do Ódio no Espaço Físico e Digital na Guiné-Bissau”
A iniciativa foi lançada pela Liga Guineense dos Direitos Humanos, em colaboração com a UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura.
Claudina Veigas alertou que o discurso de ódio traz divisão, conflitos e problemas entre comunidades que partilham os mesmos espaços, tendo defendido que o combate ao discurso de ódio deve ser um trabalho coletivo.
A ativista explicou que o objetivo da sessão de capacitação é no sentido de munir as organizações da sociedade civil, em especial monitores, de ferramentas que os permitirão trabalhar no terreno sobre o processo de monitorização de discurso de ódio.
“A ideia é garantir que os monitores tenham ferramentas no terreno e organizações de sociedade civil estejam prontas para entenderem, identificar, analisar, recolher dados e propor soluções para o combate ao discurso de ódio na Guiné-Bissau”, disse, alertando que esse fenómeno está a proliferar-se nas comunidades, através das redes sociais ou plataformas digitais.
Informou que, por dois dias, os participantes vão trabalhar em matéria dos direitos humanos, uma das componentes essenciais para o combate a discursos de ódio e fichas de monitorização.
Para a vice-presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos, o discurso de ódio na Guiné-Bissau está a crescer à semelhança do que acontece no mundo, porque “hoje em dia as plataformas digitais permitem uma integração muito maior entre pessoas”.
Claudina Veigas alertou, neste particular, que há aumento de casos de discurso de ódio que está a funcionar como uma “ pólvora” e que na Guiné-Bissau não é uma exceção, porque tem crescido nas redes sociais a disseminação de discursos de ódio, descriminação, violências e injúrias.
Perante estes fatos, Claudina Veigas defendeu que é necessário que haja “medidas fortes” por parte das organizações da sociedade civil e de cada cidadão para combater o discurso de ódio.
Em representação da ministra da Justiça e dos Direitos Humanos, Degol Mendes, afirmou que a discussão em torno do discurso de ódio tem ganhado cada vez mais força, bem como o seu tratamento jurídico tem sido cada vez mais visível no meio da sociedade democrática.
“Os desafios que se colocam para combater o discurso de ódio estão a crescer nas sociedades monitoradas em que o convívio de diferentes comunidades multiplica as vozes discordantes e a rejeição daqueles que partilham os mesmos comportamentos”, frisou.
Por: Carolina Djemé
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