O Partido da Convergência Nacional para a Liberdade e o Desenvolvimento (COLIDE-GB) lançou duras acusações contra o Secretariado Executivo da Comissão Nacional de Eleições (CNE), denunciando uma tentativa clara de manipulação do processo eleitoral em curso na Guiné-Bissau.
Em comunicado divulgado nesta sexta-feira (28 de agosto), o COLIDE-GB classificou como “escandalosa e ilegal” a decisão da CNE de publicar um edital para a eleição de novos presidentes das Comissões Regionais de Eleições (CREs), proibindo a candidatura de ex-presidentes com mais de dois anos de mandato. Para o partido, trata-se de uma manobra política destinada a consolidar o poder do atual regime.
“Esta medida é um ataque direto à integridade do processo eleitoral e uma flagrante violação dos princípios de um Estado de direito democrático”, lê-se no comunicado.
O documento acusa o Secretariado Executivo da CNE de agir com mandato caducado, permanecendo em funções apenas para proteger os interesses do que o partido chama de “Chefe caduco do regime”.
“A persistência deste Secretariado só serve para perpetuar o atual regime à margem das regras democráticas”, acrescenta o texto.
Outra decisão fortemente criticada pelo COLIDE-GB é a intenção de produzir os boletins de voto internamente, através da gráfica estatal INACEP-EP. Para o partido, essa medida demonstra “o medo do regime de se submeter a eleições livres e transparentes”, acusando o governo de preparar um processo eleitoral à sua medida.
“É uma tentativa de silenciar vozes críticas e controlar o processo de votação”, denuncia o comunicado.
O partido, liderado por Juliano Fernandes, pede a intervenção urgente da CEDEAO, da União Africana e das Nações Unidas, exigindo destas organizações internacionais uma postura firme diante do que classifica como “manipulação descarada do processo eleitoral”.
O COLIDE-GB apela igualmente ao povo guineense para que resista e levante a sua voz contra os abusos do regime, reforçando o chamado para a realização do Diálogo Inclusivo Nacional (DINAC), considerado pelo partido como o único caminho para estabilizar o país.
“A realização de eleições não pode ser um fim em si mesma, mas sim um passo rumo à normalização institucional e ao desenvolvimento nacional”, conclui o comunicado.
RSM: 30.08.2025

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