As escolas públicas na Guiné-Bissau entram no novo ano letivo 2025/2026 mergulhada em uma crise profunda. O país enfrenta um déficit alarmante de mais de 4 mil professores, segundo o Sindicato Nacional dos Professores (SINAPROF), colocando em risco o direito à educação de mais de 150 mil crianças em todo o território nacional.
O número oficial divulgado pelo Ministério da Educação Nacional, Ensino Superior e Investigação Científica aponta para uma carência de 3.663 docentes. No entanto, o SINAPROF contesta os dados, elevando a estimativa para além dos 4 mil, agravando ainda mais o cenário preocupante.
Em entrevista à Rádio Sol Mansi, o especialista em Ciências da Educação, Lamine Sonco, foi categórico:
“Não será fácil dar cobertura à ausência de mais de 3 mil professores. Será difícil cobrir essa situação no presente ano letivo 2025/26”, alertou.
Sonco responsabiliza os sucessivos bloqueios salariais promovidos por governos anteriores e a falta de condições de trabalho como os principais fatores da fuga de profissionais da educação.
“Estamos quase num ponto em que as escolas terão de fechar as portas por falta de professores”, declarou o especialista.
A situação já afeta diretamente a qualidade do ensino público, historicamente marcada por greves recorrentes, infraestrutura precária e instabilidade crônica. A ausência de uma política eficaz de retenção e valorização dos professores pode empurrar o sistema educacional para um colapso iminente.
Por: Ussumane Mané
radiosolmansi
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