O presidente da Associação Nacional de Proteção dos Trabalhadores Domésticos da Guiné-Bissau, Sene Bacai Cassamá, anunciou que pretende apresentar uma queixa formal contra o Estado guineense na Federação Internacional dos Trabalhadores, denunciando o que classificou como “atrocidades e práticas de escravatura” contra trabalhadores domésticos no país.
A declaração foi feita nesta segunda-feira (25 de agosto), após um encontro com o novo ministro da Educação Nacional do governo de iniciativa presidencial, onde o sindicalista apresentou um dossiê com graves denúncias sobre a exploração laboral e o abandono de trabalhadores domésticos, muitos deles menores de idade, em várias regiões do país.
“Chega de silêncio. O que está a acontecer com os trabalhadores domésticos na Guiné-Bissau é desumano e inaceitável. Vamos levar esta denúncia à conferência internacional de outubro na Zâmbia”, declarou Cassamá.
Além da ameaça de denúncia internacional, o líder sindical afirmou que a associação poderá boicotar o início do ano letivo 2025-2026, caso o governo não apresente soluções para a situação de menores trabalhadores em escolas públicas com dívidas acumuladas desde 2016.
“Temos casos de crianças em situação de vulnerabilidade que estudam e trabalham como domésticas, mas continuam sem apoio e com dívidas que o Estado ignora há anos”, frisou.
O encontro com o ministro da Educação visou justamente cobrar posicionamento e medidas imediatas para resolver os problemas acumulados no setor, principalmente no que diz respeito aos direitos dos menores trabalhadores.
A crise no setor doméstico, muitas vezes invisibilizada, ganha agora novos contornos com a iminente denúncia internacional, trazendo à tona uma realidade alarmante de exploração silenciosa, que exige atenção urgente do Estado e da sociedade civil.
Por: Bíbia Mariza Pereira
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