Etoal Mendes, analista em Ciências da Educação, apela ao Executivo para repensar estratégias e aponta a estabilidade política como factor fundamental para a robustez do sector.
A abertura nesta terça-feira (26.08) do novo ano letivo na Guiné-Bissau é marcada por reflexões profundas sobre o futuro do sector educativo.
Em análise, o especialista em Ciências da Educação, Etoal Mendes, defendeu a adoção de um modelo de ensino mais nacionalista e ligado a realidade guineense e, aponta-o como caminho indispensável para assegurar a "sustentabilidade efetiva do sistema de ensino no país".
Para Etoal Mendes, a abertura do ano letivo deve ser mais do que um acto político, pois, deve servir como um momento de avaliação e redefinição de prioridades. "É preciso separar actos políticos dos desafios do ensino", precisou ele.
O analista convida, por isso, ao governo a "repensar as novas estratégias para a estabilidade do sector" e, argumenta que é preciso ir além das medidas paliativas.
"Precisamos de resolver muitos problemas, desde questões de infraestruturas escolares, conclusão do ano transacto e dos exames", afirmou o analista, alertando que a "educação nacional carece de tudo". Para o Etoal Mendes, "é necessário que haja um governo de legislatura para resolver os problemas da educação", sublinhou.
Além disso, o especialista sublinha que a estabilidade política e governativa é um dos factores fundamentais para a estabilidade do sector educativo guineense.
"Não há como planear um ano lectivo, executar reformas curriculares ou investir na formação contínua de professores num ambiente de instabilidade constante. A incerteza política é um dos maiores entraves à consolidação de um ensino de qualidade", explicou Mendes.
O comentário de Etoal Mendes surge num contexto em que o sistema de ensino guineense enfrenta desafios históricos, como a falta de infraestruturas, salários em atrasos e conclusão do processo de efectivação de docentes.
O analista critica a fragilidade do sistema e reforça que, sem um pacto nacional que priorize a educação e garanta governação estável, qualquer estratégia estará condenada ao fracasso.
"A educação é fundamental para qualque nação, sem subestimar o sector da defesa, julgo seria melhor o primeiro-ministro reunir-se com os professores em vez de visitar os quarteis militares", aconselhou o analista.
"Se não houver compromisso sério que tenha o engajamento dos sucessivos governos", avisou o Etoal Mendes estaremos sempre a dar dois passos em frente e três atrás.
26 agosto 2025, 12:35

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