O vice-presidente da União Regional dos Padres da África Ocidental (URPAO), Padre Augusto Mutna Tambá, deixou um apelo claro aos líderes religiosos e políticos da Guiné-Bissau: é preciso afastar-se da política partidária e trabalhar pela paz, pela união e pela convivência entre os diferentes grupos étnicos.
O sacerdote falava na cidade de Bubaque, no arquipélago dos Bijagós, durante um encontro com jovens. Ele explicou que a radicalização e o extremismo violento são riscos reais no país e que a juventude tem um papel decisivo na construção de um futuro pacífico.
“Devemos manter distância da política e dos políticos. Do mesmo modo, pedimos aos atores políticos que promovam mensagens de união e não de divisão étnica”, sublinhou.
Segundo Tambá, apesar da aparência de estabilidade, a Guiné-Bissau pode cair em situações graves de extremismo, porque faltam ações concretas das autoridades e falta sensibilização da população para os perigos da manipulação ideológica e religiosa.
“O jovem é força e inteligência. Com criatividade e dinamismo, pode combater o extremismo no nosso país”, reforçou, incentivando os jovens a serem protagonistas de mudança positiva.
O também coordenador do clero diocesano advertiu que a politização da etnia, sobretudo em tempos de eleições, ameaça a paz social. Criticou ainda o uso de igrejas e instituições religiosas para fins partidários.
“Os políticos são decisores do destino do povo. Por isso, devem ser exemplos e promotores de mensagens de paz, nunca de divisão”, concluiu.
A URPAO recordou ainda que, em 2024, 25 dos 46 países da África Subsaariana entraram na Lista Mundial da Perseguição Religiosa, enfrentando níveis extremos de hostilidade.
Por: Ussumane Mané
radiosolmansi.

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