O sociólogo guineense Miguel de Barros defendeu esta semana a maior valorização e participação da juventude nos processos de prevenção ao radicalismo e ao extremismo violento na África Ocidental.
Em entrevista à Rádio Sol Mansi, durante a divulgação dos resultados da 10ª Conferência da União Regional dos Padres da África Ocidental (URPAO), realizada recentemente em Bissau, Barros destacou o papel estratégico dos jovens na construção de uma sociedade mais justa, pacífica e tolerante.
“Um dos trabalhos mais importantes é justamente com os grupos juvenis, considerando seu potencial de práticas e estilo de vida”, afirmou.
A conferência reuniu líderes religiosos de diversos países da sub-região para debater os desafios crescentes da instabilidade política, da manipulação religiosa e dos conflitos interétnicos. O documento final reforça a necessidade de promover o diálogo inter-religioso e de combater a instrumentalização étnica e religiosa com fins políticos.
Miguel de Barros, que participou da divulgação do documento na ilha de Bubaque, no arquipélago dos Bijagós, qualificou a iniciativa da URPAO como um “passo essencial” para sensibilizar autoridades e sociedade civil sobre os riscos da instabilidade.
“Quando setores populistas disputam poder a qualquer custo, ignorando a convivência pacífica e a interdependência social, iniciativas religiosas como esta podem contribuir significativamente para reduzir os conflitos existentes”, destacou.
A África Ocidental segue entre as regiões mais vulneráveis a tensões políticas, conflitos religiosos e disputas étnicas. A iniciativa da URPAO reacende o debate sobre os caminhos para conter o avanço do extremismo violento, um desafio que exige união, coragem e visão estratégica de todos os setores da sociedade.
Por: Ussumane Mané
radiosolmansi

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