A Delegacia Regional de Agricultura da região de Bafatá dispõe, neste momento, de apenas um trator de lavoura para ajudar centenas de camponeses no cultivo de arroz e de outras culturas durante o presente ano agrícola, facto que pode comprometer a campanha agrícola naquela região, tida como uma das maiores em termos de produção de arroz nos últimos anos.
A informação foi revelada pelo delegado regional de Agricultura, João Tcherno Candé, em entrevista exclusiva ao semanário O Democrata, no âmbito dos preparativos do ano agrícola.
Candé lamenta, em particular, a falta de meios e, acima de tudo, de tratores de lavoura para apoiar os agricultores, que são obrigados a lavrar com instrumentos rudimentares (arados e enxadas) ou com recurso a animais (gado e burros).
“Estamos limitados no atendimento aos nossos agricultores neste período, devido à falta de tratores. Tínhamos sete tratores à disposição e, com base num acordo com o Ministério da Defesa Nacional, cedemos quatro para o campo agrícola militar, ficando com três. Infelizmente, dos três tratores que temos, dois estão com avarias técnicas, o que significa que, neste momento, temos apenas um trator disponível na Direção Regional de Bafatá para apoiar centenas de camponeses que solicitam o serviço desta máquina para a lavoura”, disse.
DELEGACIA REGIONAL AGUARDA NOVOS TRATORES PROMETIDOS PELO MINISTRO DE AGRICULTURA
O delegado regional explicou que, apesar das dificuldades enfrentadas, a Delegacia Regional e os seus parceiros fazem o acompanhamento dos trabalhos dos camponeses, apoiam na aquisição de fertilizantes, disponibilizam tratores e prestam também assistência técnica e reforço de capacidades aos agricultores.
Enfatizou que os camponeses estão a trabalhar no campo neste momento, e não obstante a falta de meios e sobretudo dos tratores de lavoura que a delegacia regional enfrenta para atender as necessidades dos agricultores.
Candé assegurou que já informaram as suas preocupações ao ministério de agricultura e ao governo regional, tendo acrescentado que receberam a resposta satisfatória da parte do ministério, com garantias dereparação e manutenção dos tratores com avaria técnica.
“O ministério anunciou-nos que a região vai receber novos tratores e aguardamos com entusiasmo a chegada de novos tratores, porque vão responder às necessidades dos camponeses desta zona que praticam agricultura no período da seca e chuva”, contou.
O delegado regional lembrou que a região teve um bom rendimento na lavoura na época da seca, contudo não revelou a quantidade do arroz produzido neste período, alegando que até agora a coleta não foi concluída.
Informou que independentemente de apoios em assistência técnica do ministério, a direção regional de agricultura de Bafatá trabalha em sinergia com projetos que atuam na área agrícola e juntos apoiam agricultores da região na produção de arroz e horticultura.
PACVEAR ANUNCIA A REABILITAÇÃO DE MAIS DE SESCENTOS HECTARES DE BOLANHA NO PAÍS
O responsável do seguimento e avaliação do Projeto PACVEAR, Júlio Cassamá, anunciou que o projeto que representa perspetiva reabilitar a nível nacional 660hectares de bolanhas de água doce (bolanhas baixas), tendo explicado que em Bafatá, vai reabilitar 175hectares de bolanhas, Gabú 332 hectares de bolanha e na região de Oio serão 153 hectares de bolanha que vai ser reabilitadas, que corresponderá, assim, a 660 hectares de bolanhas recuperadas.
Contou que estão a trabalhar igualmente na reabilitação de 60 hectares de perímetros hortícolas que serão recuperados no quadro deste projeto.
“Temos na manga a criação de seis parques de vacinação com a possibilidade de inseminação artificial dos animais, dois em Bafatá, três em Gabú e um na região de Oio, concretamente em Gã-Mamudo e oito armazéns de cinquenta toneladas entre essas três regiões”, referiu.
Questionado se recebem a subvenção por parte do governo para assistência feita aos camponeses, respondeu que o Estado não cumpriu com o valor total assumido na subvenção.
Por: Jacimira Segunda Sia
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