terça-feira, 25 de outubro de 2022

Santos Silva destaca “força coletiva” da CPLP e salienta que membros nunca se sentem estrangeiros

O presidente da Assembleia da República destacou hoje a "força coletiva" da CPLP, assente numa língua e história comuns, considerando que os seus cidadãos nunca se sentem estrangeiros nos vários países membros.

Na sessão de encerramento da XI Assembleia Parlamentar da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) -- que decorreu desde segunda-feira na Assembleia da República --, Augusto Santos Silva destacou que esta organização "é unida por uma coisa que pertence a todos, a cada um, e não pertence exclusivamente a ninguém".

"A língua portuguesa, a nossa história comum, mas também a nossa vontade de, sobre essa história e sobre essa língua, construir uma organização que nos une a todos, cada vez mais forte", referiu.

O presidente do parlamento português realçou que a CPLP já reúne hoje "mais de 290 milhões de pessoas" e que as projeções das Nações Unidas estimam que esse número ultrapasse os 400 milhões em meados do século e os 500 milhões de habitantes até ao final deste século.

"Dá-nos uma força coletiva que é estribada na profunda amizade entre todos, na profunda ligação que resulta de onde quer que estejamos -- portugueses em Angola, angolanos em Moçambique (...), timorenses no Brasil - nunca nos sentirmos estrangeiros, sentirmo-nos sempre irmãos", considerou.

O presidente da Assembleia da República destacou, na declaração final resultante da reunião, a saudação à Guiné Equatorial por ter aprovado a abolição da pena de morte e a todos os membros pelos "enormes progressos" na ratificação e implementação do acordo de mobilidade.

Perante embaixadores de países da CPLP em Portugal, os presidentes dos parlamentos nacionais e os chefes de delegações que se deslocaram a Lisboa, Augusto Santos Silva realçou ainda a importância deste encontro ter decorrido de forma presencial, depois de dois anos de "interrupção forçada" devido à pandemia de covid-19.

"As instituições são estruturas que vivem por si próprias, mas as organizações internacionais vivem também muito da qualidade das relações interpessoais", disse, considerando que estas reuniões são uma oportunidade para se fortalecerem "laços muito importantes nos bons e nos maus momentos".

O presidente da Assembleia Nacional Popular da Guiné-Bissau, Cipriano Cassamá, destacou também as "importantes conclusões" da reunião de Lisboa.

"Os nossos parlamentos devem exercer um papel de relevo no controlo da implementação da livre circulação de pessoas e ser um fator catalisador, por meio de medidas legislativas, facilitadoras, da execução do acordo", defendeu.

A XI Assembleia Parlamentar da CPLP começou na segunda-feira e terminou hoje, tendo como tema central a questão da livre circulação de bens e serviços.

A AP-CPLP -- cuja presidência é atualmente assumida pela Guiné-Bissau -- foi criada em 2007, reunindo as representações de todos os parlamentos da organização, e pretende "reforçar a solidariedade e a cooperação", sendo composta por deputados eleitos democraticamente designados pelos parlamentos nacionais.

A CPLP integra nove Estados: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

Conosaba/Lusa

Sem comentários:

Enviar um comentário