sábado, 22 de outubro de 2022

Presidente Sissoco: “GUINÉ-BISSAU E CABO VERDE TÊM QUE TER A MESMA VOZ NO CONCERTO DAS NAÇÕES”




O Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, disse que a Guiné-Bissau e Cabo Verde são dois países irmãos que lutaram juntos contra o jugo colonial, por isso devem concertar sempre as suas posições, ou seja, ter a mesma voz face à situação sub-regional, regional e internacional.

“Temos que consertar sempre as nossas posições na CEDEAO, na União Africana, CPLP e nas Nações Unidas, para termos uma única posição e assim seremos mais fortes como dois irmãos. Na verdade, não foi nada fácil para um país lusófono assumir a presidência da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) que era dominado pelos anglófonos e francófonos. Portanto espero que da próxima vez, seja a República de Cabo Verde a presidir à CEDEAO”, disse o chefe de Estado guineense, na declaração conjunta com o seu homólogo cabo-verdiano, José Maria Neves, que iniciou hoje uma visita oficial de três dias ao solo pátrio de Amílcar Cabral.

José Maria Neves chegou esta manhã ao país para uma visita oficial de três dias, em que se fez acompanhar pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Cooperação e Integração Regional, Rui Figueiredo Soares, pelo chefe da Casa Civil, Jorge Tolentino Araújo, e por elementos do seu gabinete.

O chefe de Estado guineense enalteceu a iniciativa do governo cabo-verdiano de legalizar os cidadãos guineenses que vivem na ilha, contudo afirmou que os cidadãos cabo-verdianos que vivem na Guiné-Bissau não precisam da legalização, “porque a Guiné lhes pertence e é também o país deles”.

“Respeito e compreendo a decisão do governo de Cabo Verde, porque se trata da ilha é preciso controlo” assegurou, avançado que “os cabo-verdianos na Guiné podem sentir-se que estão em casa, porque fizemos uma luta comum para a independência”.

Embaló disse que a Guiné-Bissau tem muita responsabilidade com a presidência da CEDEAO, tendo acrescentado que a Guiné deve partilhar a presidência daquela organização sub-regional com Cabo Verde.

Questionado se a exoneração de todos seus conselheiros e assessores deve-se à exigência do Fundo Monetário Internacional para aliviar a pressão ao tesouro público, o Chefe de Estado guineense explicou que na verdade a exoneração dos seus conselheiros e assessores visa regulamentar números de conselheiros e assessores nos órgãos de soberania. Confirmou, neste particular, que na verdade deve-se à exigência do fundo ao governo da Guiné-Bissau.

“Não se esquecem que é só na Guiné-Bissau que os conselheiros do Presidente da República, presidente do Parlamento, primeiro-ministro e do presidente do Supremo Tribunal, estão sempre equiparados aos ministros e que auferem o mesmo salário do ministro. O fundo entende que a Guiné tem cinco governo, porque existe o próprio governo, na presidência da República, Prematura, Parlamento e Supremo” notou, para de seguida, sublinhar que o primeiro-ministro já tinha se engajado com o fundo, através da implementação do quadro que define o número de assessores e conselheiros para os titulares de órgãos de soberania.

“O ministro das Finanças que acabou de vir dos Estados Unidos, mostrou-me a determinação do fundo neste aspeto. Devemos cumprir essa exigência que começou por mim, o presidente da Assembleia também tem que cumprir e os restantes” assegurou, enfatizando que é preciso ser regulamentado a questão do número de conselheiros e assessores do Presidente da República.

Sobre o pedido da demissão do chefe do governo pela incapacidade de organizar eleições exigido pelos partidos políticos agrupados no espaço da concertação, disse que é normal os partidos políticos pediram a demissão do governo, porque é o seu papel.

Por: Assana Sambú
Foto: Cortesia da Presidência da República
Conosaba/odemocratagb

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