terça-feira, 25 de outubro de 2022

Encontro no Kremlin entre Putin e Sissoco Embaló


Umaro S. Embaló/Presidente de Concórdia Nacional


O Presidente da República da Guiné-Bissau e Comandante Supremo das Forças Armadas, General Úmaro Sissoco Embaló, manteve esta manhã na sua qualidade de Presidente em Exercício da Conferência dos Chefes de Estado e de Governo da CEDEAO um encontro de trabalho no Kremlin, com o Presidente da Federação da Rússia, Vladimir Putin.

A reunião entre os dois Estadistas ficou marcada pela clara demonstração das excelentes relações de amizade existente entre a Rússia e a Guiné-Bissau.

O Presidente Putin começaria o encontro expressando as boas-vindas ao Presidente Embaló, tendo referido que no momento em que da parte dos guineenses há um nítido esforço na edificação de um Estado, a Rússia pode fazer mais e melhor em matéria de cooperação, dando particular enfâse ao sector da educação, onde se regista uma cooperação muito positiva.

De seguida, o Presidente Vladimir Putin teceu considerações elogiosas e positivas pela dinâmica imprimida pela actual Presidência exercida pelo General Úmaro Sissoco Embaló como Presidente em Exercício da CEDEAO, que na perspectiva do líder russo, uma zona muito importante com os seus 400 milhões de habitantes, que pode representar uma relação dinâmica e proveitosa em matéria de cooperação e para a qual a Rússia tem particular interesse, facto que a exemplo do que aconteceu em 2019, pretende voltar a realizar em 2023, uma nova Cimeira Rússia-África.

Antes de terminar, o Presidente Putin disse estar muito feliz com a visita do Presidente Ùmaro Sissoco Embaló e que ele era um hóspede bem-vindo à Rússia.

Por seu turno em resposta ao seu homólogo russo, o Presidente Sissoco Embaló considerou que a reunião no Kremlin era um encontro entre irmãos e velhos aliados, recordando que eles tiveram início muito antes da nossa independência, nos primórdios da nossa gloriosa Luta de Libertação Nacional na época da ex-União Soviética e mesmo muito antes do seu próprio nascimento.

Contudo, o Presidente Úmaro Sissoco Embaló deixou bem claro que a sua missão era na sua qualidade de Presidente em Exercício da CEDEAO e que vinha com um expresso mandato dos 15 Presidentes da República da nossa organização regional, para tentar discutir com as autoridades russas o actual conflito que opõe dois países irmãos e que não vinha somente discutir as questão do escoamento dos produtos agrícolas dos portos ucranianos, bem como de outros graves problemas que têm estado a bloquear o mundo, mas principalmente o de saber de que forma poderá sair de Moscovo com uma proposra concreta que possibilite aos dois países irmãos, em conflito, sentarem-se para, na base de um diálogo construtivo, estabelecerem mecanismos que conduzam a paz e porem fim a uma guerra fratricida.

O Presidente Sissoco Embaló disse claramente ao Presidente Putin que gostaria de saber o que o líder russo deseja que a Presidência em Exercício da CEDEAO faça e que possa conduzir a uma solução urgente para se pôr fim a guerra entre a Rússia e a Ucrânia.

O General Úmaro Sissoco Embaló na sua intervenção inicial disse que a África e em particular a CEDEAO não podiam abandonar a Rússia neste momento e em particularmente a Guiné-Bissau que mantém com este país relações de quase um século de grande amizade e que a própria posição assumida pelo conjunto dos países africanos demonstra de forma inequívoca do que os africanos pensam sobre o papel que a Rússia pode e deve desempenhar no mundo.

Outra questão colocada pelo Presidente em Exercício da CEDEAO ao Presidente Putin versou questões actuais de segurança ao nível da nossa zona regional africana, que tem causado alguma preocupação ao nível de muitos países membros da CEDEAO, isto partindo do princípio que a Rússia está presente com as suas Embaixadas em quase toda à África e do papel que a liderança russa pode jogar no mundo.

A terminar o Presidente da República da Guiné-Bissau e Comandante Supremo das Forças Armadas e na sua qualidade de Presidente em Exercício da CEDEAO nesta sua missão, disse ao Presidente Putin que a sua presença em Moscovo era de um amigo e irmão e de um emissário de paz.







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