Cabo Verde manifestou esta sexta-feira, 21, a vontade de partilhar a sua experiência da Televisão Digital Terrestre (TDT), que já tem uma cobertura de 98% da população, com a Guiné-Bissau e restantes países da Comunidade Económica da África Ocidental (CEDEAO).
“Neste momento, temos uma cobertura populacional de 98% da TDT em Cabo Verde, podemos partilhar essa experiência”, afirmou, na cidade da Praia, o secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro, que tutela a Comunicação Social, Lourenço Lopes.
Falando à imprensa no âmbito do encerramento de uma formação de duas semanas na Radiotelevisão Cabo-verdiana (RTC) e dirigida a seis profissionais da rádio e da televisão públicas da Guiné-Bissau, o membro do Governo lembrou que Cabo Verde é dos países da sub-região africana com maior cobertura da TDT.
“Se há uns anos tínhamos dois ou três canais de televisão, hoje nós temos 14, significa que os cidadãos têm mais poder de escolha, significa que a concorrência pode contribuir para o reforço da qualidade e também para o empoderamento dos próprios profissionais da comunicação social”, salientou.
Além da Guiné-Bissau, o secretário de Estado disse que Cabo Verde está disposto a partilhar essa experiência com os restantes países da CEDEAO.
“Nós temos uma região com cerca de 300 milhões de habitantes, Cabo Verde é um país pequeno, mas relevante no contexto regional e internacional. Se há coisa que nós podemos ser um referencial importante para África e para o mundo é a nível da liberdade de imprensa, e tudo vamos fazer, vamos investir, para que Cabo Verde se afirme cada vez mais como exemplo de liberdade de imprensa em África e no mundo”, prometeu.
Relativamente à formação, Lourenço Lopes disse também que é uma “demonstração clara” de sentido de partilha da RTC, que já tem uma experiência acumulada no setor.
“Não há jornalismo de qualidade sem formação. Temos de continuar a apostar na formação”, entendeu o secretário de Estado, garantindo abertura do Governo para promover e apoiar as instituições a alargar e alongar as formações.
“Sabemos que a Guiné-Bissau tem um arquivo importante, podemos apoiar ao nível da digitalização e recuperação de arquivos”, apontou o membro do Governo, dizendo que os dois países podem ainda partilhar legislação a nível do setor da comunicação social.
Para o secretário de Estado, se há setor que pode contribuir para o reforço da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) é a comunicação social, à semelhança da saúde, defesa, relações externas ou educação.
Por isso, entendeu que estas formações devem continuar, não só com a ida de profissionais da Guiné-Bissau para Cabo Verde, como também a deslocação de profissionais cabo-verdianos para aquele país.
A formação foi realizada no quadro de um acordo de cooperação assinado em maio entre a rádio e a televisão públicas da Guiné-Bissau e a RCT, e nessa primeira leva estiveram em Cabo Verde durante duas semanas quatro profissionais da televisão, entre jornalistas, editores e operadores de câmara, e dois da rádio guineenses.
Tiveram formação ‘on job’, nas instalações da RTC e tutorada pelos profissionais da maior empresa de informação em Cabo Verde.
Além da formação, o acordo de cooperação entre a RTC e a rádio e a televisão da Guiné-Bissau visa a troca de conteúdos e candidatura conjunta para fundos europeus para a recuperação dos arquivos U-Matic dos respetivos canais.
Conosaba/Lusa
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