O Procurador Geral da República (PGR), Bacar Biai, denunciou esta sexta-feira, 28 de outubro de 2022, que há um plano de institucionalização do tribalismo no Ministério Público.
Sem apontar dedo a um grupo étnico específico, o PGR afirmou que o maior cancro na instituição que lidera está no grupo do presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público (SIMAMP), que tem agido de forma sistemática base em questões étnico-religiosas e do tribalismo.
Em reação às acusações do presidente do sindicato, Bacar Biai disse que acusação do presidente do sindicato dos Magistrados sobre o seu envolvimento e de alguns magistrados no tráfico de droga é “a maior falsidade” e disse que está em condições de continuar à frente da Procuradoria Geral da República, por não estar envolvido em nenhum processo de tráfico de droga no país.
“A sociedade civil que pediu a minha demissão é aquela sociedade civil que provavelmente seja defensora das organizações criminosas que sequestraram a Guiné-Bissau”, disse.
Biai admitiu que há um processo em investigação sobre a droga apreendida no início de setembro deste ano e que a entidade responsável pela apreensão é o Departamento de Informação Policial de Investigação Criminal (DIPIC).
“Comunicaram-me sobre a apreensão da droga, ordenei mediamente que fosse encaminhada e entregue à Polícia Judiciária. O processo passou na Polícia Judiciária, os supostos envolvidos foram ouvidos e o processo foi remetido ao Ministério Público. Para mostrar a transparência do processo, foi delegada a competência à Polícia Judiciária para aprofundar a investigação sobre matéria”, esclareceu.
O PGR disse estar preocupado com violação, nas redes sociais, dos segredos da justiça, porque pode pôr em causa a segurança das pessoas e lamentou que o processo tenha sido estragado por completo com o vazamento do áudio sobre um assunto ainda em investigação.
“Manifestei essa preocupação junto do governo, porque o segredo da justiça gravita em volta de duas coisas: a dignidade da vida humana e a evolução da tecnologia de informação, que quando é vazado ou violado o segredo da justiça estraga toda a investigação, quer dos magistrados do Ministério Público, quer da Polícia Judiciária”, indicou, para de seguida anunciar que vai levar à justiça pessoas que o acusaram de tráfico de droga.
Bacar Biai afirmou que o nível de índice de corrupção na Guiné-Bissau “é muito elevado”, tendo apelado ao envolvimento de todos para combatê-la;
“Estamos determinados para combater a corrupção”.
Por: Filomeno Sambú
Foto: FS
Conosaba/odemocratagb
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