Vladimir Putin discursou esta quinta-feira durante uma reunião anual do clube Valdai, um fórum de discussão ligado ao Kremlin. O Presidente russo teceu duras críticas ao Ocidente e defendeu que o mundo está a enfrentar a "década mais perigosa e imprevisível" desde a segunda guerra mundial.
Numa intervenção feita em Moscovo, o líder do Kremlin voltou a acusar o Ocidente de ser "russofóbico" e de querer dominar o mundo. Putin defendeu que as nações ocidentais, que apoiam a Ucrânia, são as grandes responsáveis pela escalada do conflito.
O Ocidente deu vários passos nos últimos meses em direcção a uma escalada. Estão a alimentar a guerra na Ucrânia, a organizar provocações em Taiwan e a desestabilizar o mercado alimentar e de energia", salientou Vladimir Putin.
No decorrer do seu discurso, o líder do Kremlin descartou ainda o uso de armas nucleares na Ucrânia. Questionado sobre o assunto, disse que não fazia sentido o uso destas armas, "quer política, quer militarmente". E acrescentou que a política nuclear do país assenta no uso de armas nucleares apenas em situação de defesa.
O líder do Kremlin garantiu também que a iniciativa de falar sobre o assunto nunca foi da Rússia, mas sim do Ocidente.
“A iniciativa nunca foi nossa de falarmos sobre o possível uso de armas nucleares. Apenas respondemos às declarações feitas por líderes de países ocidentais. Não precisamos de fazê-lo. Para nós não faz qualquer sentido. Nem político nem militar”, afirmou Putin.
Também esta quinta-feira, Putin voltou a falar sobre a possível utilização de uma "bomba suja" por parte da Ucrânia e pediu à Agência Internacional de Energia Atómica para inspeccionar as instalações nucleares da Ucrânia.
O homem forte de Moscovo acredita que a guerra na Ucrânia vai "beneficiar a Rússia", bem como o futuro do país.
Putin tece críticas à NATO
Durante o seu discurso, Putin não deixou de fazer críticas à NATO e acusou-a de "instrumentalizar a Rússia para cumprir os objectivos" da Aliança Atlântica.
Depois de todos estes comentários negativos, o líder do Kremlin rematou, dizendo que a Rússia não se considera "inimiga do Ocidente", mas que nunca irá tolerar que o Ocidente lhe diga o que deve fazer.
O chefe de Estado russo pronunciou-se ainda sobre as eleições brasileiras e disse que tem "boas relações" tanto com Lula da Silva, como com Jair Bolsonaro, os dois candidatos que passaram à segunda volta do escrutínio. Um deles será eleito a 30 de Outubro. Ambos têm "consensos" relativamente à cooperação com a Rússia, segundo o líder russo.
Conosaba/msn.com/pt-
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