terça-feira, 24 de maio de 2022

Todos os partidos políticos devem fazer parte de novo Governo da Guiné-Bissau


O Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, afirmou hoje que todos os partidos políticos devem fazer parte do novo Governo, de iniciativa presidencial, principalmente os que estavam representados no parlamento, dissolvido pelo chefe de Estado a semana passada.

"Todos os partidos políticos devem fazer parte deste Governo de iniciativa presidencial, sem exceção, e, sobretudo, os partidos políticos que estavam representados na assembleia e peço ao primeiro-ministro para contactar todos", disse Umaro Sissoco Embaló.

O chefe de Estado falava no final da cerimónia de tomada de posse do primeiro-ministro, Nuno Gomes Nabiam, e do vice-primeiro-ministro, Soares Sambu, reconduzidos no cargo, após o Presidente guineense ter decidido dissolver o parlamento e convocado eleições legislativas antecipadas para 18 de dezembro.

"É um Governo de iniciativa presidencial, mas o primeiro-ministro nomeado deve sentar-se com eles, discutir, trazer as suas propostas para avaliarmos, para todos entrarem, sem exclusão, porque é um Governo que vai organizar eleições", declarou Umaro Sissoco Embaló.

O chefe de Estado salientou que era bom estarem incluídos o Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Movimento para a Alternância Democrática (Madem-G15), Partido da Renovação Social (PRS) e a Assembleia do Povo Unido--Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB), liderado pelo atual primeiro-ministro.

O PAIGC venceu as anteriores eleições legislativas, realizadas em março de 2019, mas o seu Governo foi demitido após a tomada de posse de Umaro Sissoco Embaló, que nomeou um outro liderado pelo atual primeiro-ministro e composto por elementos que apoiaram a sua candidatura, nomeadamente Madem-G15, PRS e APU-PDGB.

Na declaração, o Presidente guineense salientou também que o Governo está em gestão até à realização de eleições e que recomendou ao primeiro-ministro que começasse hoje a trabalhar para que o escrutínio decorra na data prevista.

Umaro Sissoco Embaló, que falou em crioulo acompanhado por um intérprete de língua gestual, disse também que não está na Presidência para fazer "guerrilha política" e recomendou ao poder judicial, presente na cerimónia, para combater a corrupção "sem tréguas e de forma perentória", salientando que as instituições do Estado não são para visar pessoas.

Conosaba/Lusa

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