O Fundo Monetário Internacional (FMI) vai retomar brevemente a assistência financeira à Guiné-Bissau no âmbito da Facilidade de Crédito Alargado, anunciou hoje, em comunicado, o Ministério das Finanças guineense.
"A garantia foi dada em carta dirigida ao ministro das Finanças, João Fadiá, na qual a diretora-geral do FMI felicitou a decisão do Governo da Guiné-Bissau em manter a estabilidade macroeconómica, assegurar a sustentabilidade da dívida e prosseguir as reformas estruturais", pode ler-se no comunicado enviado à imprensa.
Na carta, segundo o comunicado do Ministério das Finanças, a diretora-geral do FMI, Kristalina Georgieva, congratula-se com o "aprofundamento do diálogo" com a Guiné-Bissau e "pelo seu interesse num acordo ao abrigo da Facilidade de Crédito Alargado".
"Uma assistência financeira ao abrigo da Facilidade de Crédito Alargado pode ajudar o Governo guineense a prosseguir com as reformas e assegurar a estabilidade económica, criando assim um espaço orçamental com vista a responder às necessidades de desenvolvimento e do reforço da governação do país", refere o comunicado, citando a diretora-geral do FMI.
O Conselho de Administração do FMI discute no próximo 17 de junho a terceira avaliação ao programa de referência, iniciado em julho de 2021, e às consultas ao abrigo do artigo IV, que não eram realizadas há cinco anos.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) recomendou ao abrigo das consultas do artigo IV, realizadas em abril, a diversificação da economia do país, considerando que é a "chave" para o desenvolvimento.
Segundo o FMI, a dependência da produção e exportação da castanha de caju deixa o país "altamente exposto a flutuações nos preços internacionais e às condições climáticas locais".
Em relação à terceira e última avaliação ao programa de referência, o FMI considerou que o "desempenho e progresso reformista gerais foram robustos, apesar dos desafios criados pela pandemia covid-19, tendo sido respeitadas todas as metas quantitativas no final de dezembro de 2021 e implementada a agenda estrutural".
O FMI destacou que a gestão orçamental sustentável é uma "prioridade" e que a consolidação orçamental deve continuar em 2022 para "conter o elevado risco" de aumento da dívida pública.
Em abril, o FMI estimou que o crescimento económico na Guiné-Bissau tenha acelerado para 5%, mas as perspetivas para 2022 são "mais incertas" devido ao aumento de preços provocados pela guerra na Ucrânia.
As perspetivas, segundo o FMI, tornaram-se mais incertas "dado o impacto potencial do aumento dos preços do petróleo e dos alimentos resultante da guerra na Ucrânia, prevendo-se que o crescimento seja de 3,75% em 2022, com uma inflação superior a 5%, que afetará negativamente os mais vulneráveis".
Conosaba/Lusa
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