terça-feira, 31 de maio de 2022

“AS NOSSAS ELEIÇÕES REVELAM SEMPRE QUE ESTAMOS PERANTE UM PROBLEMA MAL RESOLVIDO”, diz sociólogo

O sociólogo guineense, Tamilton Teixeira, alerta que as eleições de 18 de Dezembro poderão não ser um caminho para a resolução da situação sociopolítica, porque “todas as eleições revelam a forma de manifestação das crises e instabilidades políticas”.

Tamilton Teixeira, mestre em sociologia, falava, este sábado, no programa “Tchintchor na Ronda”, cujo tema desta semana é “situação sociopolítica atual do país”.

Teixeira disse ainda é importante a criação de um debate público para se aperceber o porquê dos governos de transição sempre cumprem e as vezes muito além do tempo determinado e os governos emanados do voto popular não conseguem chegar ao fim da legislatura.

“As nossas eleições revelam sempre que estamos perante um problema mal resolvido e que mais a frente revela em um outro problema. A eleição, para a minha definição, é a forma da própria manifestação de que temos um problema grave, então esta eleição para este ano é mais uma forma para fuga e mais a frente vamos enfrentar outros problemas, não tenhamos dúvidas disso”, alerta.

Em nome das organizações da sociedade civil, Bubacar Turé, disse que o ideal é a realização de um recenseamento de raiz para corrigir os erros do passado. No entanto, ele disse que o tempo que sobra será difícil para realizar um recenseamento de raiz que será satisfatório e que será possível cumprir com todos os prazos previstos na lei par além dos problemas financeiros.

Bubacar disse ainda que sistematicamente as pessoas colocam os interesses pessoais acima de tudo interrompendo legislativas e as eleições realizadas apenas estão a camuflar os problemas internos.

“A Guiné-Bissau tornou-se numa especialista em realizar as eleições mas ao mesmo tempo um especialista em crises políticas sucessíveis, instabilidade política e um especialista em criar crises artificiais”, sustenta.

O jurista guineense, Silvestre Alves, disse que em caso de dissolução do parlamento, automaticamente as eleições antecipadas são realizadas com base nos dados do último recenseamento mas, alerta que isso fará com que muitas pessoas com a idade do voto fiquem de fora do processo.

“ (…) Isto será se aceitarmos os desmandos de Umaro Sissoco Embaló [presidente] que todos não sabemos dos seus fundamentos”, disse o jurista guineense.

Após o derrube do parlamento, o presidente da República marcou as eleições antecipadas para o próximo dia 18 de Dezembro e o primeiro-ministro garantiu que o processo vai ser realizado com o recenseamento de raz.

Por: Braima Sigá/radiosolmansi com Conosaba do Porto
Imagem: Arquivo internet

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