Bissau, 23 Mai 22 (ANG) – O Secretário-Geral do Ministério da Saúde Pública defendeu hoje que a população guineense deve ter a consciência de que os centros de saúde ou hospitais são os únicos locais para se dar à luz e não em casa.
Chetche Na Isna que discursava na cerimónia comemorativa do Dia Internacional da Fístula Ostétrica, que hoje se assinala, sob o lema ,”Acabar com a Fístula Agora :Investir em Cuidados de Saúde de Qualidade ,Empoderar Comunidade “,disse que ter uma maternidade de qualidade é uma abordagem que não se limita em ter técnicos qualificados .
“A mulher grávida deve chegar no serviço da saúde o mais rápido possível ,e para isso ,é necessário que a educação funcione ,que as vias de acessos sejam adequadas, que haja electricidade nos serviços, água potavél, é preciso que a comunidade colabore na protecção das infraestruturas ,em fim todos devem participar nessa luta”,frisou.
Para Na Insa, que representava o ministro da tutela no acto, é fundamental acabar com tabu a volta de patronas das comunidades rurais ,pensando que este assunto é da exclusiva competência das mulheres . “Os homens devem estar ao lado delas para facilitar na busca atempada de solução”, acrescentou Na Isna.
Ciuna Quadé, médico especialista na fístula obstétrica disse que a doença já era operada no país por médicos chineses, cubanos e jugoslavos ,e que só em Dezembro de 1991 é que os médicos guineenses começaram a realizar intervenções cirúrgicas para combater a doença .
Ciuna Quadé disse que após nove campanhas de operações a Fístula chegou-se a conclusão de que o balanço da iniciativa foi um êxito, “porque muitas mulheres viram resolvidos os seus problemas”.
Para o técnico da saúde, as intervenções cirúrgicas são importantes mas não suficientes para resolver este problema .
Quadé diz que a sensibilização continua sendo a melhor arma para a erradicação da doença, pelo que o governo deve investir em campanhas de sensibilização sobre o assunto, e se possível de porta à porta, e continuamente.
Falando sobre dados, Ciuna refere que recebem pelo menos duas ou três pacientes por mês com problemas de Fístula Obstétrica, apesar de ainda existirem doentes que não se apresentam nos hospitais por vergonha ou por falta de informação, o que dificulta, segundo diz, ter dados reais sobre a situação.
A Fístula Obstétrica é uma doença que atinge os orgãos genitais das mulheres obrigando-as a urinar sem querer, e a sua cura no país é gratuita.
Conosaba/ANG/MSC//SG
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