sexta-feira, 16 de agosto de 2024

PR guineense não teme manifestações de opositores, mas avisa que “há regras”


Bissau, 14 ago 2024 (Lusa) – O Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, afirmou hoje que não teme manifestações de opositores, recentemente anunciadas em Lisboa, mas avisa que há regras que devem ser observadas por todos.

Sissoco Embalo falava hoje no ato de entrega de equipamentos sanitários ao ministério da Saúde Pública e no qual aproveitou para comentar os últimos desenvolvimentos políticos no país e em Portugal, por parte dos seus opositores.

Na segunda-feira, em Lisboa, duas plataformas políticas guineenses que representam cerca de 95% dos deputados no parlamento, assinaram um acordo político no âmbito do qual prometem convocar “manifestações populares” na Guiné-Bissau para resistir “à contínua violação da Constituição pelo Presidente”.

O acordo foi assinado por Domingos Simões Pereira, líder da Plataforma Aliança Inclusiva (PAI- Terra Ranka), e Nuno Nabiam, coordenador-geral do Fórum para a Salvação da Democracia, que engloba o Partido da Renovação Social (PRS), Movimento para a Alternância Democrática (Madem G-15) e Assembleia do Povo Unido – Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB).

“Que venham. Que saiam do aeroporto para o centro da cidade. Se precisarem mesmo mando oferecer-lhes água. Vocês conhecem essa gente. O Domingos não marchou aqui durante cinco anos quando o Presidente, Jomav [José Mário Vaz], estava na presidência”, afirmou Embaló.

O Presidente guineense sublinhou que a manifestação é admitida no país, mas “há regras”.

“Não há regras sem exceção”, defendeu Umaro Sissoco Embaló.

O Presidente guineense aproveitou a ocasião para responder ao líder do Madem G-15, Braima Camará, que o acusou de estar a apoiar dirigentes no partido que querem realizar um congresso extraordinário, no sábado, contra a sua vontade.

Umaro Sissoco Embaló afirmou que Camará “pisou a linha vermelha” ao levar o Madem a assinar acordo político com o Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), que lidera a PAI-Terra Ranka.

“Sentar na mesma mesa com o Domingos [Simões Pereira] a falar mal de altos dirigentes e fundadores do Madem é lamentável e inaceitável. Não se trata de inimigos, mas ver os dirigentes do PAIGC na sede do Madem ou vice-versa só se formos lá apresentar condolências um ao outro, mas até assinar acordos é a linha vermelha”, declarou Sissoco Embalo.

O Presidente guineense reivindica ser membro fundador do Madem, estatuto que o coordenador do partido, Braima Camará não admite.

Conosaba/Lusa

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