O Coordenador Nacional do Movimento para Alternância Democrática (MADEM-G15), Braima Camará, denunciou um suposto plano de encenação de golpe de Estado por parte do atual regime na Guiné-Bissau, para atingir os adversários políticos e consequentemente adiar as eleições legislativas antecipadas marcadas para 24 de novembro deste ano.
Ao presidir à cerimónia de posse de membros da Comissão Organizadora do primeiro congresso extraordinário do MADEM-G15, direção fiel ao Coordenador, Braima Camará denunciou ainda que há uma intenção de realizar as eleições gerais no país em novembro de 2025, afirmando que o propósito da “remodelação governamental” é de manter os atuais membros do executivo até novembro de 2025.
Camará apelou ao chefe de Estado que organize as eleições legislativas na data marcada, caso Umaro Sissoco Embaló queira a paz e a estabilidade no país.
O líder do MADEM-G15 entende que as eleições legislativas não podem ser adiadas, porque o país está sem regras, sem Orçamento Geral de Estado e sem Assembleia Nacional Popular para fazer a fiscalização da ação governativa.
De olhos postos no seu futuro político, o coordenador nacional do MADEM-G15 anunciou que é “candidato natural” do MADEM-G15 em quaisquer eleições a serem realizadas na Guiné-Bissau, embora admita que, no caso das eleições Presidenciais, se não for escolhido nas primárias do partido, vai acompanhar o candidato escolhido pelos militantes.
Denunciou que há um plano de o incriminar, com o intuito de liquidá-lo, tendo lembrado, neste particular, a forma como as disputas políticas levaram a morte de Baciro Dabó, Roberto Ferreira Cacheu, Hélder Proença e João Bernardo Vieira.
Referindo-se às divergências internas no seio da sua formação política, Braima Camará afirmou que os debates invocados pelos seus opositores internos são “artificiais”, porque estão centralizados nas eleições presidenciais, afirmando que ele e os dirigentes do partido estão a preparar as eleições legislativas, e que, por conseguinte, não havia espaço para “tanto barulho”.
Lembrou que não está na caducidade de funções, porque o seu mandato é de 4 anos, sublinhando que, “em termos jurídicos”, não é obrigado a convocar congresso extraordinário.
Por outro lado, Braima Camará revelou que alguns dirigentes que o acompanharam ao longo destes anos não queriam que ele fosse o Primeiro-Ministro, e que, em consequência disso, o partido saiu sempre penalizado nas eleições.
Disse aos militantes do MADEM-G15 que não precisam de ter pena dele, afirmando que esta luta é um processo e prometeu lutar pela Paz, estabilidade e Democracia na Guiné-Bissau.
Por isso, apelou aos dirigentes e militantes do partido a evitar de “insultos, calúnias e ataques”, porque estes instrumentos são usados por pessoas fracas e sem argumentos, lembrando que ele, os dirigentes e militantes que estão a volta dele têm argumentos e estão do lado da razão.
Por fim, Braima Camará afirmou que a disputa política interna no MADEM-G15 não é uma guerra nem combate entre cristãos e muçulmanos, entre mandingas e fulas, entre ricos e pobres, entre as pessoas com armas e aquelas que não têm armas, mas sim é um exercício político e que a Política tem regras e princípios.
Por: Tiago Seide
Conosaba/odemocratagb
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