As duas principais coligações de partidos guineenses anunciaram nesta segunda-feira, 12 de Agosto, em Lisboa, que vão organizar protestos populares na Guiné-Bissau para denunciar a “contínua violação da Constituição pelo Presidente Sissoco Embaló”.
O presidente da Plataforma Aliança Inclusiva-Terra Ranka, Domingos Simões Pereira e Nuno Nabiam, coordenador-geral do Fórum para a Salvação da Democracia- assinaram, na capital portuguesa, uma Declaração Política Conjunta, acto que contou ainda com a presença dos líderes da União para a Mudança, Agnelo Regalla, Partido da Renovação Social, Fernando Dias, e o coordenador do Madem-G15, Abdu Mané.
Com esta declaração, as plataformas e os partidos políticos guineenses reconhecem que o ambiente político que se vive no país “é extremamente grave e propício a rupturas, com impacto e consequências imprevisíveis”.
Os líderes partidários, que regressam a Bissau, nos próximos dias, garantem que vão organizar protestos populares para denunciar a “contínua violação da Constituição pelo Presidente Sissoco Embaló”.
Em declarações à agência de notícias Lusa, o presidente da Plataforma Aliança Inclusiva – Terra Ranka, liderada pelo partido mais votado- o PAIGC- Domingos Simões Pereira reiterou que todas as acções serão pacíficas e democráticas.
“Os nossos métodos serão sempre democráticos. Nós somos partidos e nós orientamos a nossa actuação com base nos preceitos que a nossa Constituição, a lei dos partidos políticos e a nossa liberdade de expressão e de organização nos impõem”, explicou.
Domingos Simões Pereira reconheceu que esta declaração pretende alertar a população para a necessidade de se evitarem os comportamentos extremos que podem levar a um ambiente de anarquia.
“Ao assinarmos essa declaração, pretendemos alertar a sociedade para a necessidade de evitar extremos. Porque quando o povo se sente desrespeitado, se sente desatendido, cria se potencialmente uma situação de anarquia”, referiu.
Por seu lado, Nuno Nabiam, coordenador-geral do Fórum para a Salvação da Democracia, referiu que o país não pode ficar em silêncio, perante os episódios de intimidação aos líderes políticos.
“É o que se está a fazer agora é criar métodos de intimidação aos líderes de partido político. E isso não vai funcionar porque fazer política também há riscos e nós temos. Como políticos, temos que assumir este risco. Não podemos ver o nosso país a colapsar e ficarmos calados, a ver o Sissoko Embaló a fazer e desfazer", notou.
Nuno Nabiam disse que chegou a hora dos partidos assumirem as responsabilidades e exigirem o fim da ditadura imposta pelo chefe de Estado da Guiné-Bissau.
“Vamos assumir as nossas responsabilidades, mas daquilo que é da lei. Vimos aquilo que aconteceu no Senegal e nos outros países africanos. Portanto temos que sair à rua e exigir o fim da ditadura de Sissoko Emabaló”, concluiu.
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