quinta-feira, 29 de agosto de 2024

Guiné-Bissau: Ministério da saúde: 15 milhões de fcfa terá sido desviado


Bissau - (29.08.2024) - Um alto funcionário do Ministério da Saúde Pública denunciou que “a Direção Geral de administração de Sistema de Saúde (DGASS) condiciona os responsáveis de programas na assinatura de cheque, usufruindo-se de percentagem, dependendo da quantia a ser assinado, tendo o denunciante revelado que “os responsáveis dos programas temem perder os seus cargos e que por isso ficaram em silêncio perante esse facto”.
À CFM, esta segunda-feira, 26 de agosto, o alto funcionário do Ministério da Saúde Pública disse que aquela instituição “transformou-se num ministério de procura de juros, ou seja, lucros” pelas pessoas que chama de “impiedosas”.
“Já lá vão dois meses que essa instituição, que tem como função prestar serviço humanitária, passou a procurar lucros”, revelou a fonte da CFM, tendo lembrado que “as contas bancarias foram desbloqueadas depois da nomeação do diretor geral de administração em saúde mas com certas condições para o acesso ao dinheiro”.
“Depois da saída do antigo ministro, Domingos Malu, desde junho do ano em curso, as contas bancarias do ministério da saúde estavam bloqueadas pela ministra, Maria Inácia Có, através de um despacho, o que resultou no fraco funcionamento das estruturas sanitárias e outros serviços administrativos de saúde a nível do país”, apontou.
De acordo com o informante, os responsáveis dos programas já tinham realizado várias atividades antes do bloqueio das contas, mas devido a essa situação não podem efetuar pagamentos aos técnicos.
Explicou que se registou o desvio de fundos destinados à realização de controlo de qualidade dos dados de vacinação em uma quantia de quinze milhões, quinhentos e quarenta um mil e cento e oitenta francos CFA (15.541.180 francos CFA)”.
“Os responsáveis estão a tentar inventar o relatório dentro do ministério, mas o que dificulta é a falta de dados, porque não têm acesso aos dados de trabalho realizado. Já conseguiram pegar somente as ordens de missões carimbadas nas estruturas sanitárias onde foi realizado o controlo de qualidade dos dados. Essa situação de dividas contraídas com os técnicos brevemente pode resultar em boicote de qualquer atividade que o ministério pretende organizar no terreno, segundo relatou um grupo dos técnicos”, disse a fonte da CFM junto do Ministério da Saúde Pública.
O responsável revelou ainda que “os responsáveis dos programas têm como função prestar apoio técnico e logístico aos níveis operacionais, mas durante dois meses não conseguiram prestar esse apoio. Uma situação que pode levar o país a enfrentar vários problemas de saúde pública, uma vez que os responsáveis de programas ficaram limitados e sem poder prestar o apoio a nível das estruturas sanitárias”.
A CFM contatou a Direcção-Geral de Administração de Sistema de Saúde que disse “desconhecer” de alegado desvio de fundos e condicionalismo para assinar os cheques.
Por: CFM

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