sexta-feira, 16 de agosto de 2024

DIRIGENTE DO PAIGC DESAFIA POLÍTICOS A ADERIREM À AGENDA DA PAZ E RECONCILIAÇÃO NACIONAL


O dirigente do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), João Bernardo Vieira, desafiou os políticos guineenses a aderirem a uma agenda da paz e da reconciliação nacional, que segundo a sua explicação deve basear-se nos pilares da verdade e legalidade.

“A maior conquista que conseguimos neste país até hoje é a nossa independência do jugo colonial há 50 anos. Quantos jovens querem oportunidade de estudar e fazer alguma formação profissional, têm essa oportunidade. Quantos homens grandes que se levantam de manhã cedinho sem nenhum franco cfa nos seus bolsos para a sua sobrevivência. É por isso que viemos a esta aldeia para apelar aos anciões para que juntos desafiemos os políticos guineenses à aceitarem uma agenda da paz e da reconciliação nacional na Guiné-Bissau”, assegurou o político num encontro mantido com os populares da aldeia de Ginicon, setor de Farim, região de Oio no norte do país.

O político explicou na sua comunicação que a agenda da paz e de reconciliação nacional significa deixar de lado o caminho da guerra entre irmãos, mas “apostarmos no caminho da harmonia e do entendimento entre os guineenses”.

“A escolha do caminho da paz e de reconciliação não é sinal de covardia, mas sim reflete a grandeza do homem”, assegurou, enfatizando que o entendimento entre os guineenses que lançaram a partir da aldeia da região de Oio, deve basear-se em dois pilares fundamentais, designadamente, o entendimento na base de verdade e da legalidade.

“O entendimento na base da verdade significa que devemos sentar à volta de uma mesa como irmãos para dialogarmos e perdoarmo-nos. Não estamos a falar do perdão de fingimento e esperar o seu irmão na primeira curva para enfiar-lhe uma facada no abdômen. Estamos a falar no projeto da paz de verdade que estará dentro dos nossos corações”, contou, acrescentando que o entendimento na legalidade que se perspetiva, significa o estabelecimento de um contrato social em que todos os guineenses devem respeitar as leis do país.

“A lei fundamental da nossa terra é a Constituição da República e ninguém tem o direito de violá-la e mesmo se for o rei, por isso viemos aqui apelar aos anciões para levantarem-se em defesa da lei e do país”, frisou.

O antigo governante afirmou que é preciso trabalhar afincadamente em defesa da verdade e legalidade para que a Guiné-Bissau possa avançar para o desenvolvimento e sair da situação do lamaçal em que se encontra. E aproveitou a ocasião para apelar aos políticos no sentido de enterrarem o machado de guerra, “porque já experimentámos a guerra, sobressaltos e assassinatos, portanto desde a independência e até hoje os guineenses não são capazes de se entenderem”.

“É fundamental para que haja o entendimento na Guiné-Bissau. O nível da tensão que se regista no nosso país é muito forte e que merece a nossa preocupação, porque é assim que os conflitos nascem”, alertou.

Por: Assana Sambú
Conosaba/odemocratagb.

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