O Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, rendeu hoje homenagem ao "líder imortal" Amílcar Cabral, "fundador das nacionalidades cabo-verdiana e guineense", assassinado há 50 anos em Conacri, considerando ser um dia de "tristeza", mas também de "reflexão".
"É com tristeza que comemoramos esta data ímpar do assassinato do líder imortal, que é fundador das nacionalidades da Guiné e Cabo Verde, Amílcar Lopes Cabral", afirmou Umaro Sissoco Embaló.
O chefe de Estado falava aos jornalistas após ter depositado uma coroa de flores no mausoléu de Amílcar Cabral, situado na Fortaleza da Amura, onde está instalado o Estado-Maior das Forças Armadas da Guiné-Bissau.
"Tínhamos de render esta homenagem dos 50 anos da morte de Amílcar Cabral e eu, enquanto Presidente da República, vim depositar uma coroa de flores e render homenagem ao líder dos combatentes da liberdade da pátria", afirmou o chefe de Estado, lembrando João Bernardo 'Nino' Vieira, antigo Presidente guineense, assassinado em 2009 e que fez a proclamação unilateral da independência da Guiné-Bissau, a 24 de setembro de 1973.
"Hoje acabei também de condecorar com a mais alta distinção [do Estado] as senhoras Adja Satu Camará, Francisca Pereira, Teodora Inácia Gomes e Josefina [Zezinha] Chantre, eram companheiras de Amílcar Cabral, mulheres", disse.
Considerando que o dia é "tristeza e de reflexão", o Presidente guineense salientou que o país celebra este ano os 50 anos de independência e que a balança pesa para o "mal".
"Vamos comemorar 50 anos de independência e se olharmos para trás para ver o que fizermos de bom e de mal. A balança pesa para o mal que fizemos uns aos outros. Matar uns aos outros, não", afirmou Umaro Sissoco Embaló.
O chefe de Estado salientou também que a sua geração deve ser a da "concórdia nacional, da paz e do desenvolvimento".
"Eu penso que o Cabral também sonhava ver a Guiné-Bissau como uma Nação que deve ser respeitada e eu hoje reposicionei a Guiné-Bissau no concerto das nações, nós hoje somos comunidade internacional, tínhamos perdido a autoestima, mas conseguimos resgatar a autoestima", disse.
O Presidente pediu também ao chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas para acabar com a desordem de toda as pessoas irem à Amura prestar homenagem a Amílcar Cabral.
"Se o PAIGC vem, o Madem vem, o PRS e também podem vir e todos os partidos legalizados da Guiné-Bissau. A partir de hoje é um ato meramente das personalidades do Estado e no dia em que transformarmos a Amura num museu nacional, porque há um projeto, todos podem vir fazer as suas homenagens, mas enquanto for assim, tem de ser reservado até pela própria dignidade do Estado", afirmou o Presidente.
Antes de Umaro Sissoco Embaló chegar ao local, já lá tinham estado o embaixador de Cuba e da Venezuela a prestar homenagem, o Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), bem como alunos de várias escolas de Bissau.
Conosaba/Lusa
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