terça-feira, 24 de janeiro de 2023

Moeda Eco da CEDEAO : SISSOCO AFIRMA QUE A EXPETATIVA É IMPULSIONAR O COMÉRCIO E CRESCIMENTO ECONÓMICO DA COMUNIDADE

O Presidente da República da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, afirmou esta terça-feira, 24 de janeiro de 2023, que a expetativa dos estados membros da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) sobre a moeda comum (ECO) é que a mesma se torna na alavanca para impulsionar o comércio e o crescimento económico.

Embaló fez estas afirmações durante a cerimónia de abertura do seminário de informação e sensibilização destinado aos parlamentares da CEDEAO, sobre a importância da moeda ECO, suas vantagens e desvantagens.

O evento que decorre de 24 a 26 do mês em curso numa das unidades hoteleiras de Bissau, reúne 120 deputados do Parlamento da comunidade que vão debruçar-se sobre os trabalhos realizados no âmbito da criação de uma moeda única.

A cerimónia de abertura contou com a presença do Primeiro-ministro, dos membros do governo, dos responsáveis do poder judicial, das chefias militares, dos diplomatas e representantes das organizações internacionais.

Os chefes de Estado da CEDEAO adotaram formalmente, em junho de 2019, o “ECO” a moeda única dos 15 países daquela organização sub-regional, cujo lançamento tinha sido previsto para 2020 e que, por causa da pandemia do novo coronavírus, foi reportado para 2027, através de um novo roteiro adotado pelos chefes de Estado em junho de 2021, em Acra, capital do Gana.

Umaro Sissoco Embaló disse na sua intervenção que os temas selecionados têm implicações de largo alcance comercial, bem como serão determinantes na construção da arquitetura económica do espaço comercial da CEDEAO.

Explicou, neste particular, que a configuração que vai resultar deste sistema monetário emergente no espaço da CEDEAO, é portadora de novas esperanças, de muitas promessas de sucesso, como também coloca muitos e complexos desafios quer de natureza política, quer de natureza tecnológica.
“A tarefa de pôr de pé a moeda comum da CEDEAO e o sistema de pagamento interbancário como promotores do comércio regional representa um desafio muito exigente que interpela a classe política, intelectual e técnica de cada um dos Estados membros” disse, acrescentando que é um grande desafio para políticos e cientistas, para economistas e engenheiros que, juntos, têm de constituir a massa crítica, o chamado “capital humano”, que é crucial para a construção da CEDEAO como espaço económico e comercial de sucesso, integrado e potenciado pela moeda comum.

O Presidente da Assembleia Nacional Popular, Cipriano Cassamá, disse que é incontestável que o projeto de criação da moeda única no espaço da CEDEAO é extremamente aliciante para a organização, aos países membros e principalmente para os povos. Acrescentou que a obtenção de uma moeda única ajudaria a eliminar barreiras comerciais e monetárias, como também reduzir os custos das transações, impulsionar as atividades económicas e elevar os valores de vida das populações.

“Os benefícios da moeda única superam largamente as desvantagens, por este motivo todo o investimento que se fizer na sua implementação terá a médio e a longo prazo um impacto significativo na vida dos cidadãos e atingirá os grandes objetivos da comunidade, como também fazendo da CEDEAO uma organização mais credível, forte, dinâmica e mais apreciada por todos os países”, referiu.

Para o ministro das Finanças, Ilídio Vieira Té, o seminário ora iniciado reveste-se de capital importância, na medida em que permitirá aos parlamentares da comunidade debruçaram-se sobre os grandes desígnios da integração económica e monetária, que no seu entender, constituem um grande desafio para as autoridades, particularmente a implementação efetiva da moeda única (Eco).

“O reforço da livre circulação de bens e serviços, bem como dos fatores de produção deve ser acompanhado pela harmonização de políticas económicas entre os Estados membros da CEDEAO e permitir que, no horizonte de convergência, em finais de 2026, a maior parte das economias possa cumprir, numa base duradoura, todos os critérios de convergência de primeira ordem, nos três últimos anos, isto é de 2024 a 2026, o período da estabilidade”, assegurou.

O governante disse que o novo roteiro que deverá conduzir à implementação efetiva da moeda única da CEDEAO deve ser a maior prioridade e não tem dúvidas que os parlamentares da União têm um papel crucial na consciencialização das comunidades e dos povos para efetivação das medidas tendentes à uma maior integração económica, financeira e monetária da nossa comunidade.

Refira-se que a CEDEAO foi criada em maio de 1975 pelo tratado de Lagos (antiga capital federal da Nigéria, agora capital económica), por um grupo de 15 países a saber: Benim, Burkina Faso, Cabo Verde, Costa do Marfim, Gâmbia, Gana, Guiné-Conakry, Guiné-Bissau, Libéria, Mali, Níger, Nigéria, Serra Leoa, Senegal e o Togo. O mandato da organização é promover a integração económica em todas as áreas de atividade dos Estados-membros.

Por: Assana Sambú
Conosaba/odemocratagb

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