Imagem extraída do vídeo da câmara de vigilância difundida pela cidade de Memphis que mostra o espancamento de Tyre Nichols por cinco polícias, a 7 de janeiro de 2023. AP
Foi divulgado esta sexta-feira o vídeo da violenta detenção de um jovem afro-americano, Tyre Nichols, por 5 polícias igualmente afro-americanos em Memphis, no sul dos Estados Unidos no passado dia 7 de Janeiro. Três dias depois dos acontecimentos, o homem de 29 anos acabou por morrer dos seus ferimentos.
Foi divulgado ontem o vídeo de cerca de uma hora relatando um controlo policial que resvalou para a violenta detenção, com espancamentos, pontapés na cabeça e bastonadas, de Tyre Nichols, um jovem afro-americano de 29 anos, cujo único crime tinha sido uma infracção na estrada.
Face ao jovem, estavam 5 polícias, também afro-americanos, que logo depois de lhe darem a ordem de sair do seu veículo, já o estavam a atirar para o chão.
3 dias depois da sua detenção violenta, Tyre Nichols morreu. Segundo a sua mãe, ele tinha o rosto e o corpo coberto de marcas de violência.
Apesar de os 5 polícias incriminados terem sido despedidos e detidos designadamente sob a acusação de homicídio, 4 deles obtiveram a liberdade sob caução.
Este novo caso de violência policial que traz à memória a morte do jovem afro-americano George Floyd em Maio de 2020 sufocado por um polícia branco, ou ainda a morte do também afro-americano Rodney King em 1991 que tinha provocado ondas de violência depois da absolvição dos 4 polícias que o tinham morto, geraram muita indignação no seio da população americana.
Várias cidades, nomeadamente Washington mas também Memphis, onde morava Tyre Nichols, foram palco ontem de manifestações de protesto contra a violência das forças da ordem.
Indignado com as imagens divulgadas ontem, o Presidente Biden declarou-se "escandalizado" e por outro lado, fez um apelo para que as manifestações sejam "pacíficas".
Indício de que as autoridades receiam uma desestabilização social, conselheiras do Presidente mantiveram contactos sobre as manifestações com os autarcas de 16 cidades do país.
Desde a mediatizada morte de George Floyd devido à violência policial em 2020, o fenómeno tem vindo a agravar-se apesar de promessas no sentido de combater as derrapagens e a impunidade dos agentes das forças da ordem.
De acordo com a ONG americana ‘Mapping Police Violence’ recenseando os casos de violência policial, no ano passado atingiram-se os níveis mais graves dos últimos dez anos nesta matéria. Mais de 1.100 pessoas, 26% afro-americanas, morreram durante interacções com a polícia em 2022 nos Estados Unidos, sendo que durante o mesmo período, 66 polícias foram abatidos no âmbito do seu serviço.
Texto por:Liliana HenriquesConosaba/rfi.fr/pt/
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