O Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, propôs hoje aos guineenses que utilizem o setor das pescas da melhor forma para que este possa contribuir para "combater eficazmente a pobreza" no país.
O chefe de Estado guineense falava na abertura da conferência, de três dias, subordinada ao tema "No Pis Tene Balur" (O nosso peixe tem valor), organizado pelo Ministério das Pescas, com o objetivo de traçar um plano estratégico nesta área.
"O setor das pescas da Guiné-Bissau representa um conjunto de desafios que temos de saber enfrentar para combater eficazmente a pobreza. Falta-nos portos operacionais, transportes marítimos, logística marítima, empresários que saibam criar empresas de pesca que possam dar respostas aos desafios do mercado, ou seja, abastecer o nosso mercado e exportar o nosso pescado", defendeu Sissoco Embaló.
O Presidente guineense notou ainda que o país tem uma extensa costa marítima de cerca de 270 quilómetros, com uma Zona Económica Marítima "muito grande", uma parte insular composta por 80 ilhas e ilhéus, "com potencialidade de exploração diversa economicamente rentável".
Mesmo com todas estas potencialidades, Embaló reconheceu que a Guiné-Bissau "tem um longo caminho a percorrer" e admitiu que a conferência hoje iniciada "vai abrir boas perspetivas" para o setor das pescas.
O Presidente da Guiné-Bissau preconiza que o país passe a ter uma "economia do mar, verdadeiramente estratégica" para o desenvolvimento económico e social do país, o que, disse, "obrigará o setor a sair da promessa para a realidade".
O ministro das Pescas guineense, Orlando Viegas, também reconheceu dificuldades no setor, potenciadas pela utilização intensa dos recursos do mar, mas admitiu uma definição clara do rumo a tomar a partir das conclusões a serem produzidas no final da conferência hoje iniciada.
O novo embaixador da União Europeia na Guiné-Bissau, Artis Bertulis, considerou que o país conhecerá um salto qualitativo no setor das pescas com a entrada em funcionamento do laboratório nacional de certificação de produtos haliêuticos, processo que permitirá a exportação.
Artis Bertulis destacou ainda que as relações entre a União Europeia e a Guiné-Bissau "são excelentes, próximas, com mais de 46 anos, duradouras, sólidas e de futuro".
"No passado, sempre estivemos cá para acompanhar a Guiné-Bissau no setor das Pescas e no futuro cá estaremos para apoiar nos desafios estratégicos", anunciou o embaixador da União Europeia, principal parceiro da Guiné-Bissau no setor das pescas.
Desde 2018 até 2024, vigora um acordo de pesca, abrigo do qual a União Europeia paga à Guiné-Bissau 15,6 milhões de euros anuais.
Conosaba/Lusa
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