Morre o Rei Pelé aos 82 anos
Tricampeão mundial com a seleção brasileira estava internado havia um mês para tratamento de um câncer no cólon e faleceu nesta quinta-feira, aos 82 anos.
O dia em que Pelé parou uma guerra: "É um dos meus grandes orgulhos" A Guerra Civil da Nigéria parou em 1969 por causa de um amistoso do Santos
"Inspiração e amor marcaram a vida do 'Rei' Pelé, que nos deixou em paz. Em sua vida, Edson conquistou a todos com sua genialidade esportiva, parou uma guerra, fez obras sociais pelo mundo e espalhou o que acreditava ser uma cura para todos os problemas: o amor. Sua mensagem na vida torna-se um legado para todas as gerações futuras. Amor, amor e amor, para sempre."
O anúncio do perfil oficial de 'O Rei' no 'Instagram' apontou nas entrelinhas de um dos episódios mais desconhecidos da carreira de Pelé: quando, em 4 de fevereiro de 1969, conseguiu um 'cessar-fogo' momentâneo na Guerra Civil de Nigéria.
A Guerra de Biafra, como também é conhecida, ocorreu entre 5 de julho de 1967 e 13 de janeiro de 1970 e ceifou quase um milhão de vidas. Em meio a esse clima de guerra, o Santos desembarcou na cidade de Benin para enfrentar uma seleção do Centro-Oeste Estadual.
"As luzes da cidade não acendiam à noite. Só o hotel e as casas acendiam. Lembro que perguntei ao gerente o motivo e ele me disse que era para evitar bombardeios inimigos", lembrou Edu, ex-jogador do Santos. , para 'Folha'.
As luzes da cidade não foram acesas à noite para evitar bombardeios inimigos
educação
"A força do Pelé era incrível. Lembro quando fomos para a Nigéria e aquele país estava em guerra. E os caras um dia pararam a guerra para que o Santos jogasse!", diz o argentino Ramos Delgado, ex-companheiro de 'O Rei'.
A força de Pelé era incrível. Fomos para a Nigéria... e os caras um dia pararam a guerra para o Santos jogar!
Ramos Delgado
"Tanto o governo quanto a independente República do Biafra aceitaram uma trégua para permitir que seu time, o Santos, jogasse duas partidas amistosas contra times locais. Durante 72 horas, o futebol foi mais importante que a guerra", lembra a revista americana 'Time'.
"Um dos meus grandes orgulhos é ter parado uma guerra"
O próprio Pelé ofereceu por meio do 'Twitter', em 2020, sua versão dos fatos: "Aprendi desde cedo, com meu pai Dondinho, que o futebol deve ser um instrumento do bem. [...] Apliquei isso na minha vida, usando meu talento para promover o amor e a paz. Sempre procurei passar essa mensagem. Um dos meus grandes orgulhos é ter parado uma guerra na Nigéria, em 1969, em uma das muitas turnês que o Santos fez pelo mundo." .
Sempre tento passar essa mensagem, como jogador e como pessoa. Dois de meu grande orgulho foram detidos em uma guerra na Nigéria, em 1969, em uma das várias excursões que os santos fizeram pelo mundo.
Eu aprendi desde cedo, com meu pai Dondinho, que o futebol deveria ser um instrumento para o bem. Uma vez ele me viu driblando um oponente mais fraco e falou que eu devia respeitar meus rivais sempre. Eu levei isso para a vida, usando meu talento para promover amor e paz.
"Tivemos um amistoso na cidade de Benin, que estava em plena Guerra Civil. Só o Santos era tão querido que as partes concordaram com um 'cessar-fogo' no dia da partida. Desde então, ele é lembrado como o ' Dia Santos parou a guerra'.
"Entendi que o futebol tinha o poder de trazer paz a comunidades carentes. Em dois momentos importantes da minha carreira, meu milésimo gol e minha despedida do futebol, aproveitei toda a atenção da imprensa para pedir amor às crianças do mundo todo, amor e amor!"
Conosaba/marca.com/futbol/futbo
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