A ministra dos Negócios Estrangeiros guineense, Suzi Barbosa, apelou hoje aos chefes militares da Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO) para a ativação rápida da força de restauração de ordem constitucional que também combaterá o terrorismo.
A chefe da diplomacia guineense falava na abertura da reunião extraordinária de chefes de Estado-Maior da CEDEAO, que decorre em Bissau, sob a presidência do general Biaguê Na Ntan, chefe das Forças Armadas guineenses.
"O cenário do terrorismo na África Ocidental tem conhecido dados preocupantes, sobretudo nos últimos anos. Inicialmente localizado na Nigéria com o Boko Haram, e nos países do Sahel, Mali e Níger, nomeadamente, com ataques terroristas, eles começaram a espalhar-se ao Burkina Faso, à Costa do Marfim, ao Togo e até ao Benim", notou Suzi Barbosa.
Preocupados com a situação, os líderes da CEDEAO, reunidos, no passado dia 04 de dezembro, na Nigéria, encarregaram o comité de chefes militares a "propor com urgência" as modalidades de ativação de uma força de luta conjunta contra o terrorismo e de restauração da ordem constitucional na sub-região, disse a chefe da diplomacia guineense.
As decisões e recomendações do encontro de chefes militares da CEDEAO serão encaminhadas para o conselho de mediação e segurança da organização para análise final, observou ainda Suzi Barbosa.
"A nossa sub-região tem sido perturbada por fenómeno grave de terrorismo e extremismo violento e tem sido assolada por vagas de golpes de Estado e tomadas de poder por via inconstitucional manifestada por transições que representam as nossas fragilidades", destacou ainda a chefe da diplomacia guineense.
A ministra notou que estas situações, agravadas ainda pela pobreza, alterações climáticas, desertificação, fazem aumentar as tensões nas comunidades de países da CEDEAO.
O chefe das Forças Armadas da Guiné-Bissau, que atualmente preside ao comité de Chefes de Estado-Maior da CEDEAO, defendeu que, "de facto, o terrorismo constitui uma série ameaça à segurança coletiva" da sub-região e que é urgente criar uma força conjunta "que atue de forma rápida e eficiente" para repor à ordem constitucional.
"É preciso uma união das casernas e complementaridade" de forças, sublinhou o general guineense.
O ministro da Defesa guineense, Marciano Barbeiro, exortou os chefes militares a traçarem estratégias que possam ajudar a assegurar a democracia, a paz e a estabilidade nos países da CEDEAO.
Os chefes militares da CEDEAO serão recebidos, em audiência de cortesia, ainda hoje pelo Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló.
Fazem parte da CEDEAO, Cabo Verde, Costa do Marfim, Benim, Burkina-Faso, Guiné-Bissau, Gâmbia, Gana, Guiné-Conacri, Libéria, Mali, Níger, Nigéria, Serra Leoa, Senegal e Togo.
Conosaba/Lusa
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