terça-feira, 20 de dezembro de 2022

TINIGUENA CONTRA PRIVATIZAÇÃO DAS ILHAS PARA TURISMO INDUSTRIAL

O Diretor-executivo da Organização Não - Governamental Tiniguena insurgiu, hoje, contra a intenção de privatização das ilhas para o Turismo Industrial.

“Hoje assistimos alguns iluminados a acharem de que podem vir com os projectos megalómanos do turismo industrial para privatização de ilhas. o modelo que conhecemos até agora do desenvolvimento económico baseado na especulação, baseado na privatização, faliu completamente”, afirma Miguel de Barros esta manhã, na abertura do Lançamento do 29º Calendário da ONG Tiniguena,

De Barros sustenta por outro lado, que “o país não dispõe de nenhuma capacidade ou ferramenta para concorrer no mercado neoliberal, por isso, tem que criar as suas capacidades para proteger as suas populações, particularmente nas áreas da biodiversidade e ecossistema, para a construção de uma comunidade sustentável e saudável”, diz para de seguida apontar a ilha de Canhabaque, arredores de Bubaque, como o exemplo da comunidade conservadora mas, segundo ele, “passa por enorme dificuldade em termo de desenvolvimento”.

“Canhabaque é das ilhas mais isoladas dos arquipélagos dos Bijagós, não tem escola, não tem hospital, nem transporte público, o nível da pobreza social é enorme as vezes, sem a conexão com uma rede móvel e as pessoas as vezes, ficam no porto dias ou semanas, para encontrar com a canoa de um pescador que os leva para o Bubaque para poder chegar a Bissau. As mulheres morrem por não conseguirem dar à luz num espaço digno mas, Canhabaque se não existisse não iria existir um dos sítios mais importante do mundo que é o parque Marinho João Vieira Paulão porquê, porque essa população sacralizou essa ilha, essa população zela pela espiritualidade desse território”.

O também sociólogo e ativista ambiental disse que um do propósito da criação da APAC (As Áreas do Património Autóctone e Comunitário da Guiné-Bissau) “é de reconhecer todas as formas de gestões comunitárias baseada na cultura que tem o seu impacto na conservação e cujo valor económico contribui para a melhoria de condições da vida das pessoas”.

Assim, a Tiniguena projeta para o próximo ano a retoma do projeto “kil ki di nos ten balur”, [o que é nosso tem o valor], investindo nas questões ligada a alterações climáticas caracterizada por avaliação e mediação do impacto das mudanças climáticas nas comunidades.

Por: Braima Sigá / Diana Vaz/radiosolmansi com Conosaba do Porto

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