Chefe de gabinete do Presidente eleito esclarece, contudo, que a estrutura do novo executivo brasileiro será "transversal" e um grande número de funcionários públicos terá que trabalhar para vários ministérios, o que permitirá economizar pessoal.
O governo do presidente eleito do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, será muito maior que o atual, tendo 37 ministérios, contra os apenas 23 do chefe de Estado cessante, Jair Bolsonaro, anunciou este sábado o seu futuro chefe de gabinete.
Mesmo que o número de pastas aumente 60% no terceiro mandato de Lula da Silva, que toma posse a 1 de janeiro, a sua equipa garante que o número de cargos totais dos ministérios permanecerá praticamente inalterado.
"O presidente [Lula] pediu para desmembrar os ministérios, mas sem criar mais cargos", afirmou aos jornalistas Rui Costa, que vai ser ministro da Casa Civil, cargo que se situa a meio caminho entre um chefe de gabinete e um primeiro-ministro.
Segundo aquele responsável, a estrutura do novo executivo brasileiro será "transversal" e um grande número de funcionários públicos terá que trabalhar para vários ministérios, o que permitirá economizar pessoal.
Lula, de 77 anos, voltará a exercer o cargo supremo da nação brasileira vinte anos depois de deixá-lo, com popularidade recorde, após os seus dois primeiros mandatos (2003-2010). No seu segundo mandato o governo já contava com 37 ministérios.
Na época, a economia florescia, graças ao 'boom' das 'commodities' que permitia à esquerda implementar programas sociais ambiciosos, dos quais um dos mais emblemáticos foi o "Bolsa Família".
Mas o contexto económico é muito diferente neste início do seu terceiro mandato e o empresariado teme que este novo governo Lula abandone o rigor orçamental.
Rui Costa, ex-governador do estado da Baía (nordeste), indicou que os ministérios da Pesca, da Cidade e do Desporto, que tinham desaparecido no governo de Bolsonaro, serão recriados.
Assim como a Cultura, que tinha sido relegada para uma simples secretaria. O renascimento deste ministério, que tinha sido prometido por Lula da Silva na campanha, será comandado pela cantora Margareth Menezes, a primeira mulher e primeira negra entre os ministros anunciados até hoje, após a nomeação de cinco homens brancos.
O Ministério da Economia será desmembrado, entre Fazenda (Finanças), Planeamento, Gestão e Desenvolvimento, além de Comércio e Indústria.
O ministério das Infraestruturas foi dividido em dois, de um lado o Ministério dos Transportes, que incluirá rodovias e ferrovias, e do outro o Ministério dos Portos e Aeroportos.
Rui Costa também confirmou a criação de um Ministério dos Povos Indígenas, que será chefiado por uma personalidade indígena.
A nove de dezembro o Presidente eleito do Brasil, Lula da Silva, anunciou que Fernando Haddad seria o futuro ministro das Finanças, além dos nomes para Defesa, Relações Exteriores, Justiça e Casa Civil, os primeiros confirmados para o futuro Governo.
O ex-prefeito Fernando Haddad será o chefe do Ministério da Fazenda, a principal pasta da área económica, o ex-deputado José Múcio Monteiro vai liderar a Defesa, o diplomata e ex-ministro Mauro Vieira comandará novamente as Relações Exteriores, o ex-governador e senador eleito Flávio Dino estará à frente da pasta da Justiça e o ex-governador Rui Costa lidera a Casa Civil, anunciou o presidente eleito numa conferência de imprensa.
Conosaba/Lusa
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