quinta-feira, 17 de agosto de 2023

CEDEAO reunida em Accra para discutir intervenção no Níger

A reunião dos Chefes do Estado-Maior de Defesa dos países da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) decorre esta quinta-feira, 17 de Agosto, em Accra, no Gana. Os dirigentes estão reunido esta quinta e sexta-feira para discutir uma possível intervenção militar da organização regional com vista a restabelecer a ordem constitucional no Níger.

A conferência com os dirigentes decorre no campo Burma, sede do ministério da Defesa e das Forças Armadas do Gana, em Accra. Neste encontro participa o Comissário para os Assuntos Políticos, Paz e Segurança da CEDEAO. O ganês Abdel Fatau Moussa esteve presente na reunião que traçou os contornos da possível mobilização da força de reserva da CEDEAO, no início deste mês em Abuja. Nos encontros desta quinta e sexta-feira, os dirigentes vão tentar finalizar um plano de intervenção militar no Níger.

Esta força de reserva é dirigida pela CEDEAO em missões relacionadas com a manutenção da paz, como já aconteceu na Serra Leoa, Libéria, Guiné-Bissau e Gâmbia. No entanto, a CEDEAO nunca chegou a um acordo sobre quais missões específicas deveria realizar. Desta forma, a mobilização da força depende da vontade dos países que fazem parte da organização regional, exigindo negociações e validadação dos 15 países da CEDEAO.

A opção diplomática continua a ser a via privilegiada, apesar de a junta militar golpista ter ignorado as sanções da CEDEAO, ter reforçado a sua força militar e fechado o espaço aéreo. Os golpistas alertaram que o uso da força terá uma resposta "instantânea e enérgica".

Embora o Senegal, Benin, Nigéria e Costa do Marfim estejam dispostos a enviar tropas para o Níger, estes países enfrentam críticas internas. Por outro lado, o Mali e o Burkina Faso opõem-se ao recurso à força, bem como a Guiné-Conacri, a Argélia, o Chade e Cabo Verde, que privilegiam a via do diálogo.

O Níger torna-se o quarto país da África Ocidental a ser liderado por uma junta militar, depois do Mali, da Guiné-Conacri e do Burkina Faso terem enfrentado golpes de Estado nos últimos três anos.

Texto por: Lígia ANJOS
Conosaba/rfi.fr/pt/

Sem comentários:

Enviar um comentário