Excelentíssimos Senhores Chefes de Estado e de Governo,
Permitam-me, antes de mais, agradecer o Senhor Carlos Manuel Vila Nova, Presidente da República de São Tomé e Príncipe, pela receção calorosa que me foi reservada a mim e à minha delegação, e também pelas excelentes condições de trabalho que foram criadas para a realização e o sucesso desta Décima Quarta Conferência dos Chefes de Estado e de Governo da CPLP. Apresento-lhe ainda as minhas felicitações pela sua eleição como Presidente da Conferência dos Chefes de Estado e de Governo da CPLP, formulando votos de muitos sucessos.
Felicito igualmente o senhor Presidente da República de Angola João Lourenço, Presidente cessante da Conferência dos Chefes de Estado da CPLP pelo excelente trabalho desenvolvido durante o mandato que acaba de terminar.
Senhor Presidente,
Há 27 anos, no mês de julho de 1996, nascia a CPLP com a aprovação da sua Declaração Constitutiva.
Desde então, a nossa Comunidade cresceu.
Tornou-se internamente mais próxima dos cidadãos e mais presente na comunidade internacional. Os nossos Governos e parlamentos conceberam e aprovaram mais e mais instrumentos de uma cooperação multifacetada e estreita entre os nossos países.
A concertação política e diplomática entre os Estados-membros da CPLP tornou-se uma prática perfeitamente normalizada. Enfim, a promoção internacional da Língua Portuguesa - a veia histórica e cultural que nos liga -, é uma constante que se reforça.
Ainda a propósito dessa dimensão linguística internacional, importa salientar o seguinte: na organização sub-regional da África Ocidental, a CEDEAO, foi quebrada definitivamente aquela perceção de uma certa ‘anormalidade lusófona’ no âmbito da CEDEAO, uma situação que não podia continuar.
Como Chefe de Estado da Guiné-Bissau, assumi desde o início da minha magistratura, a determinação de trazer algo de novo na maneira de assumir a Presidência da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), função que exercemos no período de 2022 a 2023 e que culminou com a realização, em Bissau, da Cimeira dos Chefes de Estado e de Governo da CEDEAO. Foi, pois, a primeira presidência lusófona da CEDEAO desde 1975, facto esse que representou, sem dúvida, uma projeção nova da diplomacia praticada em língua portuguesa.
Senhor Presidente,
Escolher a “Juventude e a sustentabilidade da CPLP” como tema central desta Cimeira, é de uma pertinência indiscutível. De facto, não há nenhuma sustentabilidade que resista à prova do tempo – da CPLP como de qualquer outro empreendimento humano -, se não contar com o suporte e, mais ainda, com a apropriação por parte da própria juventude –, até porque é ela a única e verdadeira portadora do futuro.
Na Guiné-Bissau, 20% da população concentra-se na faixa dos 15 aos 24 anos. Dos 15 aos 30 anos, atinge quase 29%. Dos 15 aos 34 anos eleva-se a 34% da população guineense. Em África, uma dinâmica demográfica como a guineense está longe de representar uma exceção. Mas mesmo noutros países com um quadro demográfico diferente, nenhuma circunstância questiona a importância crucial da juventude na construção sustentada de um futuro melhor.
Penso como teria sido interessante contar com um encontro da juventude da CPLP, como evento que tivesse precedido esta nossa Cimeira! Um evento que, hoje trouxesse, até nós, o olhar jovem, a visão ambiciosa e inovadora dos jovens empreendedores nos setores crucias para o nosso futuro: nas tecnologias indispensáveis para configurar nos nossos países uma verdadeira economia de desenvolvimento sustentável.
Particularmente para os países africanos, o problema de construção de um futuro de paz, prosperidade e vida digna para os seus povos tem sido posto em termos de investimento prioritário na juventude para capitalizar o dividendo demográfico que ela representa. De facto, é este o caminho a seguir.
Creio poder afirmar que ao anunciar uma orientação política para a juventude em prol da sustentabilidade, esta Cimeira marca a agenda da CPLP e indica o rumo para o futuro.
Muito obrigado.
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