Bissau, 21 Ago 23 (ANG) – A Direção da União Nacional dos Trabalhadores da Guiné Bissau (UNTG)liderada por Júlio Mendonça pediu hoje ao atual governo a racionalização das despesas públicas para se resolver os problemas sociais que o país enfrenta.
O pedido de Mendonça foi feito em declarações à ANG sobre as orientações dadas aos sindicatos filiados na maior Central Sindical, na sequência da reunião do Secretariado Nacional da UNTG, realizada no passado dia 17 do corrente mês.
O Secretariado Nacional da UNTG deu à todos os sindicatos filiados uma semana para entregarem, na secretária-geral da referida organização, uma lista das suas respetivas dificuldades, em termos funcionais, e problemas que os seus associados enfrentam, nos diferentes setores da administração pública, para efeitos de produção de um Memorando que será remetido ao novo Governo.
Mendonça disse serem orientações dadas aos sindicatos no sentido de atualizam as suas preocupações relacionados com funcionamento e as dificuldades com que se deparam.
“Priorizamos o diálogo com qualquer governo e quando existe diálogo sério e franco, obviamente não haverá problemas. Nós somos guineenses e queremos viver na paz e na tranquilidade, mas é preciso que os problemas sejam resolvidos”, disse Mendonça.
Disse esperar deste Executivo, a racionalização das despesas públicas, através de cortes nos “gastos desnecessários”, principalmente no capítulo de subsídios dos representantes dos órgãos da soberanea, não obstante saber que, financeiramente, o país está mal.
Para Júlio Mendonça, não faz sentido um grupo de pessoas, representantes dos órgãos da soberania, com livre despesa e tudo mais, continue a ganhar “subsídios milionários e o povo continuar a morrer de forme, e a deparar-se com falta de assistência nos hospitais e falta de condições nos estabelecimentos de ensino público”.
Para além disso, disse esperar ainda que o atual governo seja sensível aos problemas sociais que existem, abdicando-se desses subsídios para reajustar o salário na Função Pública, tendo em conta o atual custo de vida.
Mendonça pede a intervenção no mercado nacional de forma regulamentar os preços, para se “devolver ao povo a capacidade de compra que perdeu devido os aumentos dos preços dos produtos, sem precedente, no país”.
Para o efeito, Mendonça afirmou que é preciso um diálogo sério, para a definição de um salario mínimo nacional, de acordo com uma das orientações saídas da recente Conferência Internacional da Organização Internacional de Trabalho(OIT).
Instado a confirmar se a UNTG continua a defender a fixação do salário mínimo em 100 mil fcfa, Júlio Mendonça disse que sim, frisando que, se houver a racionalização das receitas públicas e controlo rigoroso do pessoal na administração pública, a proposta de 100 mil fcfa para salário mínimo é execuível.
Mas antes, segundo Júlio Mendonça, vai ser preciso a harmonização do banco de dados para que o Ministério da Economia e Finanças possa pagar só a folha de salário processada pelo Ministério da Função Pública.
“Sabemos que existe corrupção enorme na folha de salário. Os ministros das Finanças e da Função Pública devem trabalhar juntos para analisar a situação para proceder o aumento do salário na Administração Pública, porque o atual não é suficiente, tendo em conta ao custo de vida”, defendeu Júlio Mendonça em declarações a ANG.
Reconheceu que nem tudo pode ser feito de uma só vez, mas, diz que há medidas fundamentais que devem ser tomadas .
Júlio Mendonça aproveitou a ocasião para falar da situação da sede nacional da UNTG apesar de estar em curso um processo no Tribunal contra o Ministério do Interior,, por supostamente, ter assaltado as instalações dessa organização sindical, que entregou a direção da UNTG liderada por Laureano da Costa.
Disse que o Ministério do Interior invadiu a Sede da UNTG sem nenhuma decisão judicial, por isso espera que o atual governo assuma a sua responsabilidade, devolvendo a sede à Direção que lídera.
Conosaba/ANG/LPG/ÂC//SG
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