Moralização do governo ou seja o comportamento que se pretende exemplar dos servidores do Estado, principalmente aqueles atores que assumem maiores responsabilidades, nunca foi uma preocupação neste país, porque se tal fizesse parte da agenda política, a nossa justiça seria dotada dos indispensáveis meios, e os seus recursos humanos recompensados ou remunerados de forma a não caírem em certas tentações, resultado da miséria em que exercem as suas funções.
Porque só agora preocupar-se tanto com o que este ou aquele governante faz, em termos de possíveis negócios, em pleno exercício de funções, quando esta prática tem sido uma constante, desde a queda do artigo quarta da Constituição da República a esta parte.
Com isso não estou a defender que o que ontem foi feito de mal, propositadamente e que tem prejudicado a todos nós, deve continuar a ser tolerado. Longe disso!
Eu sou pela moralização do Estado porque o exercício do cargo público é nobre, motivo pelo qual noutros horizontes a seleção dos homens e mulheres é feita com o maior rigor possível, contrariamente ao que assistimos no nosso pais, onde todos nós nos julgamos elegíveis, mesmo que nem para o exercício do cargo de jardineiro servem.
Com isso, não estou a desvalorizar esse cargo nobre, porque noutros países o ramo de Jardineiro é uma ciência que se estuda e esses estudos são sancionas com diplomas, mas aqui estou-me a referir a cargos que além da preparação académica, comporta outros elementos, nomeadamente a moral e a ética.
Quantos governantes que por aqui passaram e que adquiriram até patrimónios do Estado, a quase custo zero, outros que se envolveram em grandes negócios? E há os que não provaram nada na gestão dos seus negócios e uma vez no poder, não tiveram outra preocupação que não fosse aproveitar-se do cargo para aumentar a riqueza, muitas vezes acumulada ilicitamente?
Que a PJ aponte o dedo a membros do governo incluindo o seu chefe, não é surpresa para os cidadãos mais atentos que acompanham a governação a par e passo, como forma de monitorar as ações dos homens e mulheres que nos governam.
Quid das promessas eleitorais de coligação PAI-terra-ranka em relação ao combate a corrupção e ao desvio do seu Roadmap, que assenta na transparência da gestão da coisa pública?
Aguardar pela carta do pedido de demissão dos suspeitos, ou antecipar essa intenção para estrategicamente sair com os poderes mais reforçados e com maior credibilidade?
Fechar pura e simplesmente os olhos como se não estivesse a acontecer, sair politicamente fragilizado e não ser considerado de sério nos seus propósitos?
Estas são as duas perguntas, perante tantas, que devem merecer a consideração daquele que dentre dos mais de duas dezenas de figuras dentro de coligação Geraldo Martins escolhido para a frente do Governo, guiar este valente povo.
Esta é o primeiro grande desafio que o Geraldo Martins tem a sua frente, para dar garantias ao seu povo em como se inaugurou uma nova era com a sua subida ao trono, uma era de esperança e de rotura com as más práticas do passado.
Finalmente, gostaria de aconselhar que as Ações dos governantes sejam escrutinados à lupa, para de uma vez para sempre pormos fim a “ladrondadi”, que se implantou no aparelho do Estado, o que despertou em todos o apetite de ser nomeados para cargos públicos, por ser o meio mais fácil de se enriquecer, aproveitando-se da impunidade que vem reinando na Guiné-Bissau.
Não era expectável o atual cenário que vivemos devido a este escândalo, mas que custe o que custar, as medidas devem ser tomadas para desencorajar eventuais candidatos a essa prática.
O Geraldo que sempre afirmou que o seu único compromisso é com o povo, não deve hesitar porque enquanto acartar nas suas decisões esse mesmo povo vai continuar a apoiá-lo, e isso deve começar já com a redução de custo de vida das populações.
Juntos pela Guiné-Bissau
Por: yanick Aerton
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