O primeiro-ministro cabo-verdiano disse hoje em São Tomé que "o mais difícil está feito" em relação ao Acordo de Mobilidade na CPLP e que o mesmo empenho na sua aprovação deve agora "ser colocado para a sua concretização".
Ulisses Correia e Silva, que discursava na cimeira da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), salientou que "a expetativa dos cidadãos é de poderem viajar" entre os Estados-membros "sem os constrangimentos atualmente existentes".
"Havendo mobilidade, possibilidade de ir e voltar; ir novamente e voltar novamente sem grandes restrições, reduz-se a tendência para a migração. Vai e fica em muitos casos aquele que sabe que se voltar terá dificuldades em ir novamente. Submete-se a tudo para poder ficar", exemplificou.
Ulisses correia e Silva acrescentou que excluindo as situações de migrações por motivos extremos como a guerra, a intolerância e a fome, "a migração funciona como um estabilizador social e económico em períodos longos ou mais curtos".
"Cabo Verde tem uma longa experiência existencial destes fenómenos", disse ainda.
Para Ulisses Correia e Silva, a questão da mobilidade ganha relevo com o desenvolvimento dos laços económicos e empresariais entre os Estados-membros.
"A operacionalização da Agenda Estratégica Económica e Empresarial [da CPLP] pressupõe mobilidade de agentes económicos, de capital e de conhecimento, para além de condições favoráveis à atração do Investimento Direto Estrangeiro originário dos países da CPLP para os países da CPLP e ao comércio externo", afirmou.
Quanto ao "elo mais forte" que liga a CPLP, a língua portuguesa, Ulisses Correia e Silva considerou que "a sustentabilidade da CPLP enquanto comunidade com identidade própria e diferenciadora" depende da valorização dessa herança cultural comum, "assumida como um valor estratégico na comunicação, na educação, nas afinidades culturais e na economia".
Conosaba/Lusa
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