O Secretário-geral da Associação dos Consumidores de Bens e Serviços (ACOBES), Bambo Sanhá, pediu ao governo para continuar a defender os mais fracos, porque alguns operadores económicos aproveitam da passividade das autoridades.
“A forma como as pessoas aproveitam da subida do preço na Guiné-Bissau não é normal, alguns operadores económicos tiram aproveitamento da passividade do governo, da guerra entre Rússia e a Ucrânia e da pandemia de Covid-19, por isso, o governo tem que defender os mais fracos, que são a população”, diz esta quinta-feira em conferência de imprensa, Bambo Sanhá, dois dias depois de o governo ter anunciado a redução do preço do arroz tipo 100% partido nos mercados do país, como forma de dar resposta à difícil situação socioeconómica que o país tem enfrentado nos últimos anos.
Bambo Sanhá pediu no entanto a realização de um trabalho conjunto entre o executivo e a sociedade civil na fiscalização das medidas anunciadas na última terça-feira.
“Em relação ao acompanhamento desta medida do governo, queremos pedir ao Ministério do Comércio através da sua inspecção no sentido de trabalhar com algumas organizações da sociedade civil assim como do Ministério do Interior, para que o comerciante que não respeitar a medida, que seja sancionado”.
No interior do país “Bula, Ingoré e São Domingos”, região de Cacheu, há relatos de que o anterior preço continua a ser praticado mesmo com a entrada em vigor, ontem (quarta-feira), da medida do governo em reduzir o preço do arroz 100% partido em 17.500 francos CFA em vez de 22.000 ou 22.500 francos CFA, sob a alegação de que tinham comprado o arroz num preço mais elevado em relação ao anunciado pelo executivo na terça-feira.
Entretanto, sobre essas alegações de quantidade do arroz existente nos armazéns, Bambo Sanha entende que não devia haver motivo para compensação, porque aquando do aumento do preço, os que tinham arroz nos armazéns aproveitaram da boleia de forma injusta para se enquadrar nessa subida.
“Os preços praticados até aqui é puramente especulativo, por isso, neste momento não devia haver motivo de compensação, porque quando o preço do arroz aumentou, os que estavam nos armazéns ganham a boleia da subida, somando o lucro avultado ilegalmente e de forma injusta”, afirma o representante dos consumidores.
Em relação à reclamação do presidente da Associação dos Retalhistas dos Mercados da Guiné-Bissau, sobre a medida de reduzir o preço do arroz nos mercados, Bambo Sanha é da opinião que a questão deve ser isenta de querelas políticas.
“É grave, temos que comportar como responsável de uma organização, se não há condições de assinar um acordo então não assine, porque os pontos reinvindicados pelos retalhistas não constam no documento, agora não podem assinar e depois andar a dar a voltas. Queremos afirmar aqui de que o aspeto de reduzir os preços dos produtos da primeira necessidade deve estar isenta de qualquer questão partidárias, porque é o interesse do povo. Portanto, apelamos às autoridades a utilizem todos os mecanismos legais para fazer valer a medida”, aconselha para de seguida recordar o executivo no sentido de adotar a mesma medida em relação a outros produtos cujos preços foram especulados de forma abusiva nos últimos anos no país.
Por: Braima Sigá/radiosolmansi com Conosaba do Porto
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