O líder da oposição, Ousmane Sonko, numa reunião em Ziguinchor, a 24 de maio de 2023 © AFP - MUHAMADOU BITTAYE
No Senegal, o Ministério Público anunciou, este sábado, ter imputado sete acusações contra o opositor Ousmane Sonko. Este anúncio acontece um dia depois de Sonko ter sido detido por alegadamente ter "roubado um telemóvel" a um polícia e ter feito "um apelo subversivo" à população nas redes sociais.
Ousmane Sonko vai responder por sete crimes cometidos desde 2021, entre eles "incitação à insurreição", "associação criminosa" ou "atentado contra a segurança do Estado", de acordo com as informações avançadas por Abdou Diop, procurador de Dacar, capital senegalesa.
Estas acusações foram divulgadas um dia depois de Sonko ter sido detido, num episódio que envolveu o alegado "roubo de um telemóvel" a um elemento das forças de segurança.
O opositor de Macky Sall já divulgou, entretanto, a sua versão dos factos, numa publicação feita nas redes sociais. Sonko diz que retirou o referido telemóvel porque os agentes o começaram a gravar. Segundo defende, pediu "à pessoa para desbloquear [o telemóvel] e apagar as imagens que captou", algo que lhe foi recusado.
Ousmane Sonko encontra-se agora em custódia policial e deverá ser presente a juiz ainda esta segunda-feira. As autoridades senegalesas ficaram em alerta após esta detenção, pois temiam que a população pudesse sair às ruas para se manifestar de forma violenta.
Os protestos entre as autoridades e alguns jovens chegeram mesmo a ocorrer na capital e em outras cidades do país, mas sem grande expressão.
Recorde-se que, em Junho deste ano, Sonko foi condenado a dois anos de prisão pelo crime de corrupação juvenil, condenação que mergulhou o país no maior clima de convulsão social de sempre. Perto de de duas dezenas de pessoas perderam a vida durante os confrontos, segundo as autoridades.
Sonko defende que está a ser alvo de uma perseguição por parte do sistema judicial, mandatado pelo Presidente Macky Sall, com o objectivo de o impedirem de concorrer às próximas eleições presidenciais de 2024.Texto por: RFI
Sem comentários:
Enviar um comentário