domingo, 30 de julho de 2023

Níger: militares golpistas denunciam "intervenção militar iminente em Niamey" da CEDEAO

Manifestantes mostram apoio aos militares golpistas e agitam bandeira russa, em frente à Assembleia Nacional em Niamey, a 28 de Julho de 2023. AP

Abuja, Nigéria – A comunidade regional reúne-se hoje em Abuja, capital nigeriana, em duas cimeiras extraordinárias. O objectivo dos chefes de Estado da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEEO) e da União Económica e Monetária da África Ocidental (UEMOA) é levar o general golpista Tchiani a desistir do poder.

O líder nigerino deposto Mohamed Bazoum, actualmente ainda detido pelos militares golpistas em Niamey, é presidente da UEMOA, a organização que se reúne hoje em Abuja, capital da Nigéria, numa cimeira extraordinária sobre o golpe de Estado no Níger.

O país poderá ser suspenso da organização e medidas poderão ser tomadas para levar a junta militar de Niamey a libertar o Presidente Bazoum e a desistir do poder.

Mais tarde no mesmo dia, a CEDEAO reúne-se para tomar eventuais medidas sancionatórias. Umas horas antes do início da cimeira, Amadou Abdramane, um membro da junta, leu um comunicado na televisão nacional em que denunciou uma ameaça de "intervenção militar iminente em Niamey" da CEDEAO:


O objectivo deste encontro é a validação de um plano de agressão contra o Níger, através de uma intervenção militar iminente em Niamey, em colaboração com os países africanos não membros da organização e alguns países ocidentais.

No sábado, o general golpista Tchiani, auto-proclamado presidente do "Conselho Nacional para a Salvaguarda da Pátria", reagiu ao anúncio desta reunião, escrevendo na rede social Twitter (agora chamada "X"):


Advertimos a CEDEAO e seus aliados contra qualquer intervenção militar em Niamey, portanto, seremos obrigados a nos defender até a última energia.

ESTAMOS PRONTOS!

Na televisão nacional, um porta-voz da junta leu um comunicado do general Tchiani em que afirmava suspeitar que a CEDEAO "preparasse um plano de agressão contra o Níger".

Segundo os analistas, uma intervenção da CEDEAO é muito pouco provável. Em entrevista à RFI, o analista político guineense Armando Lona disse não acreditar que deste encontro saiam medidas muito substanciais.

Conosaba/rfi.fr/pt

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