quarta-feira, 12 de outubro de 2022

GRUPO SHINER’S DEFENDE INVESTIMENTO NAS MENINAS COMO APOSTA PARA O DESENVOLVIMENTO

A representante do Grupo das Meninas Shiner’s na Guiné-Bissau, Emiliana Victor, defendeu esta terça-feira, 11 de outubro de 2022, que investir nas meninas é apostar no desenvolvimento ao longo prazo.

Emiliana Victor disse que na Guiné-Bissau, à semelhança de vários países no mundo, a população é constituída maioritariamente por mulheres, o que corresponde a 52 por cento, mas esta maioria é analfabeta, não tem acesso a espaços de tomada de decisões políticas e sociais, muito menos a representação equitativa na Assembleia Nacional Popular.

Emiliana Victor falava na cerimônia de celebração do Dia Internacional das meninas organizada pela Escola Nacional de Administração em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), no quadro de um programa “ativação de talento feminino”, celebrado sob o lema “mulher, seja a protagonista da sua história”.

Segundo Emiliana Victor que citou dados de um estudo, 42 por cento das mulheres de 15 a 49 anos de idade, considera aceitável o marido bater na sua esposa, 60 por cento está casada por regime da união de facto com homens pelo menos dez anos mais velhos; 30 por cento das raparigas antes de 18 anos de idade e 50 por cento até 14 anos foram submetidas a mutilação genital feminina.
Por seu lado, a responsável do Departamento de saúde da Rede Nacional de Jovens Líderes Femininas, Samuela Fidélis, frisou que as celebrações acontecem num momento particular do país no que diz respeito à promoção da igualdade entre géneros.

“Não constitui segredo que na Guiné-Bissau ainda existem enormes desafios em matéria de promoção da igualdade de género, condicionada por obstáculos legislativos, culturais e falta de políticas públicas concretas nessa matéria”, criticou.

A especialista em Género do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Caterina Gomes Veiga, disse que a iniciativa irá ajudar as meninas a encontrar informações e conectar-se com os seus pares para construir ideias e movimentos sociais a fim de explorar as suas identidades e conseguir ajudas para sonhar e evitar o assédio ou violência. Alertou que as tecnologias digitais têm as suas desvantagens e riscos crescentes de várias formas de ciber-violência.





Por: Aguinaldo Ampa

Foto: A.A




Conosaba/odemocratagb.

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