domingo, 24 de outubro de 2021

VERDADEIRO ESTADO DE CALAMIDADE SINDICAL E POLÍTICO, OU CRIME PÚBLICO NA GUINÉ-BISSAU.

Infelizmente o tempo vai me dando razão, quando afirmo reiteradamente que a Guiné-Bissau e o seu povo só conhecerá a verdadeira paz, tranquilidade e o caminho do desenvolvimento, quando remeter o PAIGC para o seu lugar da história. Foram décadas de hábitos e vícios instalados, que nenhum governo que cumpra a legalidade democrática vai conseguir debelar. 

Se não extirpar o cancro social (PAIGC) pela sua raiz, matando-o sonho de um dia voltar a controlar o poder e o cofre do Estado, as metástases desse cancro social, enxertados em vários órgãos do funcionalismo público, nos tribunais, na polícia, nos sindicatos, tudo farão para obstaculizar o funcionamento do Estado, numa total insensibilidade ao sofrimento do povo. 

Fizeram-no na era Jomav e a saga continua!

Hoje vemos centrais sindicais a marimbarem-se para os serviços mínimos, estimulando os profissionais a abandonarem esses mesmos serviços, principalmente na área da saúde, durante o Estado de Emergência resultante de uma pandemia, tudo para que uns energúmenos possam fotografar e expor edifícios de serviços de saúde vazios! Caso não saibam, o incumprimento dos serviços mínimos é um crime público e essas Centrais Sindicais devem ser responsabilizados por esses actos criminosos, contra o povo, principalmente em pleno crescimento do número de casos de COVID-19.

Também não consigo entender a posição do governo da Guiné-Bissau que não é capaz de executar a Requisição Civil, para garantir o funcionamento mínimo das instituições de saúde e o profissional que não a cumprir ser penalizado de acordo com o quadro penal guineense.

Aos profissionais de saúde, principalmente os médicos, que nem a preocupação de assegurarem os serviços mínimos numa greve têm, sinto vergonha de ser vosso colega de profissão. Arrisco-me a afirmar que nunca leram o Juramento de Hipócrates e não fazem a mais pálida ideia do que é ser médico! A defesa dos doentes deve sobrepor-se à qualquer reivindicação, seja ele de que índole for!
Sinto vergonha da oposição política que temos na Guiné-Bissau que, em vez de defenderem a proteção da população, contra esse grave crime que os Sindicatos estão a cometer, apressam-se orgulhosamente a expor nas redes sociais, as fotos e vídeos de serviços de saúde vazios, sem sequer a presença dos profissionais de saúde! Ou são ignorantes na matéria, ou não têm o mínimo respeito pelo povo, devendo zelar-se primeiro pela proteção da população, antes de eventuais cargos políticos! 

Infelizmente com políticos desse nível, que se dizem letrados, ainda temos muito que caminhar na Guiné-Bissau! Pena que a ética e a deontologia médica não me permite expor as horrendas imagens que assistindo Hospital Simão Mendes, com o PAIGC no governo! Vi a morrerem jovens e crianças por falta do mais básico para os poder salvar. Vi nos olhos dos colegas o sentimento de impotência e revolta. 

Espero que hoje não são esses mesmos colegas que negam os serviços mínimos à população, por questões de ideologia política!
Desconheço a legislação guineense sobre a matéria, mas deixo aqui a análise da legislação portuguesa sobre a requisição civil.

Jorge Herbert

Sem comentários:

Enviar um comentário