sábado, 23 de outubro de 2021

Detenção de líderes sindicais: UNTG ACUSA GOVERNO DE INSTRUMENTALIZAR A JUSTIÇA


O primeiro vice-secretário-geral da União Nacional dos Trabalhadores da Guiné – Central Sindical (UNTG-CS), Yasser Turé, acusou o governo de Nuno Gomes Nabian de estar a instrumentalizar a justiça para deter, perseguir e amedrontar os líderes sindicais.

Yasser Turé qualificou de triste, grave, teatro e uma ditadura comunista, o que aconteceu com os líderes sindicais que tinham sido chamados apenas para uma audição.

“Infelizmente foram confrontados com um teatro, não uma justiça republicana. Foi, sim, uma ditadura comunista”.

Yasser Turé deixou claro que depois dos acontecimentos desta sexta-feira, a UNTG não tem mais condições para se sentar à mesa para negociar com o governo e pediu a todos os sindicatos filiados na central sindical que se mobilizem para protestar contra a detenção dos dois colegas do setor de saúde.

“Se as autoridades estão dispostas a continuar nesse ritmo, estamos também dispostas a ir para a prisão”, afirmou.

Em reação, o assistente jurídico dos dois detidos, Fidelis Mendonça, referiu que o Ministério Público não tinha a legitimidade de abrir um processo contra os dois sindicalistas, por tratar-se de um processo semi-público.

“Um crime de omissão de auxílio pressupõe que o visado estivesse no momento em que ocorria uma situação. Ou em que podia ajudar um doente, mas deixou-o morrer”, explicou. Marcelino Intupe, um dos advogados dos sindicalistas, disse que vão dar entrada, brevemente, um pedido de habeas corpus para exigir a libertação dos detidos.

Para Fidelis Mendonça, a atitude não passa de uma encomenda, porque “o próprio responsável máximo do MP deixou claro em uma das suas declarações que abriria um processo contra os dois sindicalistas”.

“Basicamente é um ato de abuso. Os sindicalistas, estão a ser perseguidos e amedrontados para não reivindicarem ou exercerem os seus direitos sindicais”, salientou.

Fidelis Mendonça disse que os acontecimentos são uma indicação de que a Guiné-Bissau está a caminhar para um estado de caos, onde as leis e a Constituição da República não são respeitadas, porque “os dois sindicalistas detidos são da comissão negocial da greve e técnicos de saúde”.

Por: Filomeno Sambú
Conosaba/odemocratagb

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