O Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, afirmou na quarta-feira, 4 de janeiro de 2023, que um segundo mandato não é sua prioridade, mas sim, trabalhar para deixar um legado que dignifique o país e os guineenses.
O chefe de Estado fez essa afirmação no balanço do seu desempenho durante 2022, no qual defendeu que um dos seus desafios é que o seu sucessor seja um Presidente mais jovem do que ele.
Umaro Sissoco Embaló considerou os raptos e espancamentos ocorridos na Guiné-Bissau como casos isolados, tendo assegurado que vai continuar a trabalhar para diminuir o fenómeno no país.
“Nos Estados Unidos da América, existem também casos isolados. Apenas na Guiné-Bissau esses assuntos são encarados como bicho de sete cabeças. O Presidente Nino Vieira foi assassinado na sua residência, mas até ao momento ninguém foi responsabilizado. Fui atacado no palácio do governo e 12 pessoas foram mortas. Se tudo isso aconteceu neste país, nada mais pode constituir novidade”, disse.
O Presidente da República anunciou a construção de infraestruturas nas regiões, nomeadamente hospitais de referência e liceus de grande dimensão, a construção de 115 quilómetros de estradas e disse que para execução de alguns projetos já identificados o país mobilizou 300 milhões de dólares.
Sissoco Embaló anunciou igualmente que em 2023 o país poderá receber 10 médicos especialistas senegaleses para apoiar na especialização de médicos nacionais, bem como a vinda de técnicos da Turquia para fazer drenagem do porto de Bissau.
No plano externo, Embaló realçou o reposicionamento do país no concerto das nações nas organizações sub-regionais, regionais e internacionais.
Defendeu que o Estado deve trabalhar para garantir a segurança aos cidadãos, razão pela qual vai continuar a lutar contra a corrupção e trabalhar em consonância com o governo para melhorar o quadro de preços dos produtos da primeira necessidade no mercado.
Apesar de enfatizar alguns ganhos conseguidos pela Guiné-Bissau, Sissoco Embaló lamentou que os guineenses tenham perdido a autoestima.
Questionado sobre a situação de Aristides Gomes, o chefe de Estado assegurou que politicamente o antigo primeiro-ministro nunca será preso.
“Não há nenhuma tentativa de perseguição contra o cidadão Aristides Gomes. Se tiver que responder à justiça, deve fazê-lo. Mas a justiça deve apresentar provas contra ele”, afirmou.
Relativamente à situação à volta do parque Mbatonha, Umaro Sissoco Embaló pediu às partes ou protagonistas dessa situação para não politizarem o caso, porque “não é um desígnio nacional”, tendo assegurado que está em curso uma investigação sobre o financiamento de 400 mil euros da União Europeia.
“O interesse nacional sobrepõe-se ao interesse ambiental”, disse Sissoco Embaló, alertando que haverá consequências contra quem tentar desafiar as autoridades.
“As autoridades vão usar todos os meios adequados para repor a ordem. Ninguém tem o direito de criar a desordem, mesmo que fosse ser construída uma Igreja aí, porque é de interesse público”, salientou.
Por: Filomeno Sambú
Conosaba/odemocratagb
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