segunda-feira, 2 de janeiro de 2023

Figura da semana: SIDÓNIO PAIS CELEBRA MEIO SÉCULO DE CARREIRA ENTRE ORQUESTRA E CARREIRA A SOLO

 

[SEMANA 52_2022] O conceituado músico guineense, Sidónio Pais do Vale Quaresma(Sidó), celebrou no passado dia 23 de dezembro, 50 anos de carreira musical com uma história entre orquestras e carreira a solo. O músico celebrou os seus  50 anos de carreira num ambiente de festa num dos hotéis de Bissau.  

Em entrevista ao Jornal O Democrata, Sidó, como é conhecido no mundo da música, explicou que os 50 anos de carreira representam 50 anos de experiência musical, social, de responsabilidade como pioneiro da música moderna guineense, como também cinquenta anos de muito amor e carinho do público.

“Estes 50 anos de carreira mostraram-me o quanto os guineenses não me esqueceram e gostam de mim e das minhas músicas. Elas atravessaram duas gerações sucessivas. São 50 anos de gratidão que devo aos meus fãs”, disse. 

BIOGRAFIA

Nascido na Guiné-Bissau a 17 de novembro de 1954 em Tite, Sidó vem ocupando, ao longo dos anos, um lugar de destaque no panorama musical nacional e internacional. Em 1972, enquanto estudante forma com colegas, a Orquestra Capa Negra. Com o tema «Kilis Ku Kata Murri» (os Imortais), escrito e interpretado por Sidó. A Orquestra atinge um lugar de grande destaque na cena musical guineense.

Em 1976, Sidó chega a Lisboa para continuar os estudos. Incentivado por vários melómanos, entre os quais Infali Dabó e Erasmo Robalo, forma a Orquestra Saba Miniamba, com a qual gravou dois álbuns, que seria censurado pelo então poder na Guiné-Bissau.

Em setembro de 1979, em busca de novos horizontes musicais, Sidónio parte para a França e os membros da Orquestra juntam-se a ele, sendo-lhes concedido o estatuto de refugiados políticos. Em 1980, a Orquestra Saba Miniamba dissolveu-se e iniciou a carreira a solo. Em maio de 1981 lançou o seu primeiro álbum intitulado “Guiné Nha Terra” e em 1984, produz pela primeira vez um disco: “Camba Mar”, para imortalizar a sua odisseia Atlântica de 1976, editado pela Label Baloba.

Anos depois criou outro grupo denominado “Tamba Kumba” com o qual de 1985 à 1993, participou em diversos festivais na Suíça, Bélgica e França. Produziu o seu segundo álbum “Bola” em 1989. Em dezembro de 1992, com a sua nova Editora label discos Sidó Lda, apresentou o álbum “20 Anos de Capa Negra” no Centro Cultural Francês em Bissau.

Em 2005, o primeiro DVD “Sidó en Live, Carnaval à Paris”. O DVD Best Of “Guiné-Bissau Nó Terra”, produzido em 2010, leva-o à Guiné-Bissau, Portugal, Guadalupe e França. Em setembro de 2011 o maxi single Dia “i”, dia da independência. Brindou os seus fãs com o terceiro álbum “Symbioses” em 2014. Em 2013, “Fusão”, uma viagem ao universo do fandango português, brosca guineense, semba angolano, singa, música popular brasileira e gumbé.

Em 2017 lançou o álbum “Esperança” no qual homenageou o antigo revolucionário de Burkina Fasso, Thomas Sankara, com o tema “Sankara”. Atualmente Sidónio é reformado e vive mais tempo no país tendo empreendido no ramo turístico.

Por: Epifânia Mendonça

Conosaba/odemocratagb

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