terça-feira, 23 de agosto de 2022

Oficiais de justiça da Guiné-Bissau denunciam 11 meses de salários em atraso

Bissau, 23 ago 2022 (Lusa) – Mais de uma centena de oficiais de justiça da Guiné-Bissau realizaram hoje uma vigília em Bissau para denunciar e exigir o pagamento de 11 meses de salário em atraso.

O grupo realizou a vigília diante do Ministério das Finanças, tendo sido recebido pelo ministro das Finanças, Ilídio Vieira Té, que lhes disse que o Governo está a tentar resolver a situação, embora “com muitas dificuldades”, relatou o porta-voz do grupo, Upa Júnior.

O ministro referiu aos manifestantes que a sua situação “é complicada” tendo em conta um despacho do primeiro-ministro, Nuno Nabiam, que proíbe o pagamento de salários retroativos aos funcionários públicos, indicou o mesmo representante dos oficiais de justiça.

O responsável dos oficiais de justiça rejeitou as explicações do ministro, lembrando que aquela determinação do primeiro-ministro abriu algumas exceções ao abrigo da qual os professores e médicos recém-contratados receberam salários, alguns com retroativos, disse.

“Entrámos [para a Função Pública] através de um concurso público em 2019, começámos a trabalhar em 2021, desde lá até hoje não recebemos salário”, observou Upa Júnior.

Na semana passada o grupo manifestou-se diante do Ministério das Finanças e hoje voltou a realizar uma vigília. Se a situação não for resolvida nas próximas semanas, a ação será estendida ao Palácio do Governo e se for preciso ao Palácio da República, notou o responsável.

“A nossa situação é triste. Estamos a lidar com processos de avultadas somas em dinheiro quando se sabe que temos vários meses de salários em atraso”, salientou Upa Júnior.

O porta-voz dos oficiais de justiça indicou que a classe não está a pedir favores ao Estado, apenas pede que lhe seja pago pelos serviços que presta à justiça e adiantou que alguns colegas já estão a receber ameaças de despejos nas casas arrendadas por falta de pagamento.

Upa Júnior destacou que a situação dos oficiais de justiça “é ainda mais triste” quando se sabe, disse, que a classe está vedada por lei a outros serviços remunerados.

Conosaba/Lusa

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